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Autor Tópico: ser seletivo  (Lida 5818 vezes)

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Offline canivete

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ser seletivo
« em: 22:45 Quarta, 25 de Março de 2015 »
Ainda me lembro do meu começo e da alegria da minha geleira cheia,mas os anos passam,no meu caso pessoal tive a felicidade de encontrar neste percurso de vida pessoas em que a minha aprendizagem através delas,me tornou um pescador mais seletivo ;D .Ser seletivo pode ser uma faca de dois gumes umas vezes compensatório,outras desesperante, mas é a unica que conheço em que peixes de qualidade são a dita compensação.
 No meu caso acho que são mais as percas que os ganhos ;D mas paciência e persistência começaram a fazer parte do meu vocabulário.
Á partida sabemos  que as montagens e as iscadas tem de ser adequadas ao que pretendemos, complicado mesmo é aguentar para não retrodecer e vai  de pica -pica.Bom mesmo é ter um grupo a meu ver de 4 a 5 elementos todos sincronizados,não o sendo torna-se mais dificil,paciência para esperar o suficiente e sentirmos a tal compensação enquanto os outros enchem a dita geleira devo dizer-vos que á muito pouco tempo isso me aconteceu o meu querido amigo David com  um ritmo fabuloso a sacar bons besugos e eu ...........a alegria veio depois.Mentalmente temos de ser fortes no final valeu o risco e uma pontinha de vaidade até nem fica mal ;D.
As montagens são a chave  neste tipo de pesca.Apanhar peixe que faça a diferença é ser diferente na apresentação da nossa montagem dentro da embarcação de forma a podermos chamar a atenção
destes peixes. Os estralhos devem maiores que o habitual assim o nosso isco passa a ter uma apresentação mais natural,nestas situações numca pesco com o usual de 3 anzois ,o máximo 2.Uso quase sempre modelo haybusa com numeros que variam entre o 2/0 a 5/0. Fios em fluorocarbono de boa qualidade de diversas  espessuras mais elevadas no meu caso entre o 0,40 e 0,50.
O recurso à chumbadinha é uma solução caso a água esteja a correr(ainda me falta um Mestre para me entender a 100% com este recurso,não sou perfeito ;D ;D ;D.
Escolher os iscos e ter varias opções ajuda e muito no nosso objectivo estou a lembrar-me das lulinhas (made in Braga hoje fazem parte do meu menu),polvo,sardinha,cavala,carangueijo.
A melhor maneira de atrair um bom exemplar é utilizar iscadas grandes boas chuchas.
Saber distinguir os toques? é complicado, muitas horas de pesca com dedicação ajuda, pois só assim conseguimos ferrar o peixe pretendido. Basta ter presente os toques das douradas grandes, tão impercetíveis e discretos que nem damos por eles na maior parte das vezes.(o meu caso  ;D)
Normal mesmo é sentir os peixes mais pequenos a comer a nossa iscada de tamanho considerável, ponteira sempre  a mexer e o isco a desaparecer completamente,paciência até que  surga aquele toque mais forte ou mais matreiro que o nosso feeling faz levantar a cana e ferrar o tão almejado  peixe.    
Estamos na altura ideal para a procura dos melhores exemplares, os mares mais revoltos e por conseguinte a movimentação dos fundos levanta bastante alimento.
Estou  :( 3 meses sim 3 meses sem pesca estou mesmo .............

grande abraço


Manuel Matos

   
 

Offline kalvas

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Re: ser seletivo
« Responder #1 em: 23:03 Quarta, 25 de Março de 2015 »
Manuel amigo ser selectivo é como dizes. O mal é não enchermos o saco e não termos tanta actividade nas nossas pescas .Por vezes pode ser chato e aí entra a paciência.
Tirando isso , julgo que estás a pensar bem.
Com o tempo temos tendencia a ser selectivos.

Portanto estamos todos como tu.
Procura que aquele , o tal ainda esta para vir.

Abraço.
Trabalhador por obrigação ; pescador por gosto.
 

Offline João Pinto

Re: ser seletivo
« Responder #2 em: 08:39 Quinta, 26 de Março de 2015 »
longe vai o tempo em que para mim uma embarcada era uma daquelas latas grandes de plástico de tinta cheias de peixe, no final das minhas embarcadas tudo tinha mudado e em vez de pescar com estralhos comprados de 3 anzois, muitas vezes de tamanho mais reduzido passava a pescar com estralhos de 2 anzóis montados por mim, com fios melhores, anzóis melhores e maiores, escusado será dizer que deixei de encher a dita lata mas passei a apanhar muito melhor em qualidade

O único problema é vermos os colegas de barco a tirarem peixe atrás de peixe... nem que sejam fanecas  >:D

Com o meu pai aconteceu o mesmo, tanto lhe lixei a cabeça que começou a deixar de lado as pescas com estralhos de carapau com camarão, o resultado mudou e em vez das latinhas de goraz, sargo e faneca passou a ser outro calibre...

Para mim embarcada é sinónimo de pesca PEIXE á homem  O0









« Última modificação: 08:46 Quinta, 26 de Março de 2015 por João Pinto »
 

Offline nelson sampaio

Re: ser seletivo
« Responder #3 em: 09:28 Quinta, 26 de Março de 2015 »
a procura de exemplares de maiores dimensões obriga a ter uma maior dose de paciencia mas quando conseguimos pescar aquele peixe todas as grades são compensadas
 

Offline N Moreira

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Re: ser seletivo
« Responder #4 em: 12:24 Quinta, 26 de Março de 2015 »
Boas malta :)

muita paciência e esta quase tudo dito.

acrescentaria um ponto que é o barco em si e o numero de companheiros.

quero eu dizer com isto que se torna tudo mais fácil se é um barco que não é MT. ou de alguém próximo conhecido.

depende do numero de pescadores no barco e do entendimento entre todos, da forma de estar na pesca e de pescar também.

poucas foram as vezes que num barco de MT consegui me concentrar para peixe maior. mas fazer o que? não posso obrigar os tres gajos ao meu lado a pescar como eu quero tenho que muitas vezes me sujeitar a forma de pescar da maioria.

a forma como o mestre posiciona o barco. etc...

a naturalidade de como a isca é apresentada tal como ja foi dito anzóis e iscadas grandes e estralhos compridos, chumbadas leves qb.

aqui o problema é que quando se pesca num grupo grande ou com quem não esta a fazer esta pesca, vai dar ensarilhanço de linhas.

o mestre ha mestres que não tem o entendimento, que se é para pescar com chumbadas um pouco mais leves e estralhos mais compridos devem dar mais desconto a posição do barco relativamente ao pesqueiro para que a isca vá cair no sitio certo. Mas Não posicionam o barco mesmo no ponto e não importa se esta menos ou mais aguagem se esta vento etc.. e depois estas a pescar 4 m afastado do pesqueiro .
 

Offline Nelson Peres

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Re: ser seletivo
« Responder #5 em: 13:16 Quinta, 26 de Março de 2015 »
Apesar de o tópico ser para embarca a solução aplica-se a outras modalidades. Muita paciência. Eu prefiro ser paciente e não me deixa nada desconfortavel ver outros companheiros a fazerem capturas sistemáticas... É um opção de cada um, com os resultados inerentes á opção que se tomou. :fixe:
Nelson Peres
 

Offline luisvanolli

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Re: ser seletivo
« Responder #6 em: 14:22 Quinta, 26 de Março de 2015 »
atualmente sou da mesma opniao, prefiro ficar X vezes sem apanhar nada (apeada) mas quando apanhar, apanhar algo que nos de uma emocao digna de comemoracao . a excessao da cavala e do carapau que uma pesca mais leve e mais ativa.
 

Offline dpeneireiro

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Re: ser seletivo
« Responder #7 em: 15:52 Quinta, 26 de Março de 2015 »
Hehe, lembro-me bem da minha primeira embarcada:

O Mestre João, depois de 2 horas num dado local:
-"Tão shor António, Vamos embora que isto não tá a dar nada?"

Eu a pensar com os meus botões:
-"Não tá a dar nada??? Tão eu tou farto de tirar sagros daqui e estes tipos não tiram nada? Bolas ou sou um espetáculo ou eles são muita nabos."

E de cada vez que tirava mais uma safia a malta olhava e dizia:
-"Oh, mais uma safia... isto hoje só dá é disto".

E eu sempre a pensar comigo próprio:
-"Olha os esquisitinhos hã... será dor de cotovelo a rebaixar a minha grande pescaria?".

No entanto algo me intrigava - eles vão lá todas as semanas. Algo não estava bem.
Foi quando o tipo que não tinha pescado nada o dia todo tira uma tábua (um sargo veado com uns 2.5Kg) que se me fez luz. Eu estava aos diversos e mais 2 ou 3... os outros estavam-se a borrifar para as safias. Quando tirei um pargozito de umas 700gr é que foi o reboliço no barco.

E da segunda vez levei o meu pai.

À saída do Barco ouço o mestre João:
-"Como é shor António? Vamos lá para o cabeço dos grandes?"

E andamos, e andamos, e andamos... e quando paramos tínhamos andado uma carrada de tempo a mais que da outra vez. Pescas para baixo e nada. E durante 3 horas... nada. Nem um em todo o barco.

Diz o meu pai em surdina para mim, já um pouco dececionado:
-"Nah, não me enganam mais... afinal que se apanha, que se apanha e nós aqui nem para a amostra.".

O mestre, depois de consultado o boss do grupo, o grande sr António, lá deu meia volta ao barco e resolveu animar a malta.
Ao meio dia já tudo tinha as arcas meias e com sorrisos de lés a lés nas faces. Só uns 3 ou 4 dos mais experimentados pareciam um pouco abatidos. Bem eu os percebi nesse dia... só cavalas e carapaus. Peixe de segunda. E eles pensando: será que se lá ficássemos, de tarde não mudaria e apanharíamos o peixe de uma vida? Mas sacrificaram-se para que os outros, que também pagam e gostam de arcas a partir as asas, levassem ao menos um sorriso e a alma lavada. Alguns nem almoçaram as sardinhas a bordo tal era a cegueira.

Eu não me importo nada de apanhar peixe de segunda, nem de não apanhar nada... eu vou para me divertir. Mas acreditem: da próxima vez que for vou passar um bom tempo a arriscar. A ter paciência. À procura daquele pargo.



 

Offline NunoC

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Re: ser seletivo
« Responder #8 em: 17:07 Quinta, 26 de Março de 2015 »
Isso aplica-se em quase todos os tipos de pesca. Eu farto-me de ouvir os meus primos, tios e inclusivamente o meu pai a gozar que eu não apanho nada, e eles apanham sempre peixe, mas quando levo algum para casa ficam admirados e com inveja porque nunca apanharam um daquele calibre. Como eu lhes digo, não gosto de peixe frito, para mim só peixe para a grelha ou para o forno, de preferência daqueles que se tenham que cortar ao meio para caberem no tabuleiro eheheheheh.
Nuno Conceição
 

Offline luisvanolli

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Re: ser seletivo
« Responder #9 em: 17:16 Quinta, 26 de Março de 2015 »
dit
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Isso aplica-se em quase todos os tipos de pesca. Eu farto-me de ouvir os meus primos, tios e inclusivamente o meu pai a gozar que eu não apanho nada, e eles apanham sempre peixe, mas quando levo algum para casa ficam admirados e com inveja porque nunca apanharam um daquele calibre. Como eu lhes digo, não gosto de peixe frito, para mim só peixe para a grelha ou para o forno, de preferência daqueles que se tenham que cortar ao meio para caberem no tabuleiro eheheheheh.

dito e feito, falo a mesma coisa para os amigos.... prefiro pescar 1 tarolo a cada 4 ou 5 pescarias do que andar sempre a trazer peixe de palmo , e quando calha um bicho com tamanho consideravel o material utilizado (pra apanhar palmeiros) nao os traz......
mas isso sou eu (e pelo qe vi, maior parte de nos heheheh)
 

Offline João Pinto

Re: ser seletivo
« Responder #10 em: 20:41 Quinta, 26 de Março de 2015 »
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Hehe, lembro-me bem da minha primeira embarcada:

O Mestre João, depois de 2 horas num dado local:
-"Tão shor António, Vamos embora que isto não tá a dar nada?"

Eu a pensar com os meus botões:
-"Não tá a dar nada??? Tão eu tou farto de tirar sagros daqui e estes tipos não tiram nada? Bolas ou sou um espetáculo ou eles são muita nabos."

E de cada vez que tirava mais uma safia a malta olhava e dizia:
-"Oh, mais uma safia... isto hoje só dá é disto".

E eu sempre a pensar comigo próprio:
-"Olha os esquisitinhos hã... será dor de cotovelo a rebaixar a minha grande pescaria?".

No entanto algo me intrigava - eles vão lá todas as semanas. Algo não estava bem.
Foi quando o tipo que não tinha pescado nada o dia todo tira uma tábua (um sargo veado com uns 2.5Kg) que se me fez luz. Eu estava aos diversos e mais 2 ou 3... os outros estavam-se a borrifar para as safias. Quando tirei um pargozito de umas 700gr é que foi o reboliço no barco.

E da segunda vez levei o meu pai.

À saída do Barco ouço o mestre João:
-"Como é shor António? Vamos lá para o cabeço dos grandes?"

E andamos, e andamos, e andamos... e quando paramos tínhamos andado uma carrada de tempo a mais que da outra vez. Pescas para baixo e nada. E durante 3 horas... nada. Nem um em todo o barco.

Diz o meu pai em surdina para mim, já um pouco dececionado:
-"Nah, não me enganam mais... afinal que se apanha, que se apanha e nós aqui nem para a amostra.".

O mestre, depois de consultado o boss do grupo, o grande sr António, lá deu meia volta ao barco e resolveu animar a malta.
Ao meio dia já tudo tinha as arcas meias e com sorrisos de lés a lés nas faces. Só uns 3 ou 4 dos mais experimentados pareciam um pouco abatidos. Bem eu os percebi nesse dia... só cavalas e carapaus. Peixe de segunda. E eles pensando: será que se lá ficássemos, de tarde não mudaria e apanharíamos o peixe de uma vida? Mas sacrificaram-se para que os outros, que também pagam e gostam de arcas a partir as asas, levassem ao menos um sorriso e a alma lavada. Alguns nem almoçaram as sardinhas a bordo tal era a cegueira.

Eu não me importo nada de apanhar peixe de segunda, nem de não apanhar nada... eu vou para me divertir. Mas acreditem: da próxima vez que for vou passar um bom tempo a arriscar. A ter paciência. À procura daquele pargo.




Também já me aconteceu disso em Setubal, o mestre levou duas sacas de bomboca, uma foi lá para baixo com ela partida e outra distribuiu por todos, ao fim de 30 minutos ninguém tinha tirado uma e obrigaram o homem a levantar ferro, perder o investimento do engodo e fomos todos tirar cavalas e fanecas para encher as arcas
 

Offline Marco M

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Re: ser seletivo
« Responder #11 em: 21:28 Quinta, 26 de Março de 2015 »
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Isso aplica-se em quase todos os tipos de pesca. Eu farto-me de ouvir os meus primos, tios e inclusivamente o meu pai a gozar que eu não apanho nada, e eles apanham sempre peixe, mas quando levo algum para casa ficam admirados e com inveja porque nunca apanharam um daquele calibre. Como eu lhes digo, não gosto de peixe frito, para mim só peixe para a grelha ou para o forno, de preferência daqueles que se tenham que cortar ao meio para caberem no tabuleiro eheheheheh.

Comigo também é assim...
Na brincadeira do torneio de pesca que tenho com amigos acabo sempre por levar isco mais polivalente, para conseguir matar o xibo, mas na maioria das jornadas de pesca que faço muitas vezes o isco é mais selectivo, ou seja, a probabilidade de apanhar é menor, mas se apanhar irá compensar...

Uma vez, numa jornada de pesca fora do torneio foi um primo meu que agora já também entra no torneio ...e nós como não era a contar só levávamos isco tipo choco, sardinha, tentando seleccionar melhor o peixe...resultado ...ele com o casulo apanhou uns 20 e tal peixes e nós nada...ficou todo inchado que quando entrasse no torneio limpava-nos num instante...agora depois de ter entrado no torneio está na ultima posição e nem tem apanhado muitos, nem pequenos, nem grandes :D
Pêêêêche Pêche Pêche Pêche Pêche Pêêêêêche!!!!!
 

Offline Ernesto Lima

Re: ser seletivo
« Responder #12 em: 15:46 Sexta, 27 de Março de 2015 »
Boa tarde a todos

Antes de mais, cumprimentar o Manuel Matos pelo lançamento de mais um tema interessante, como é seu hábito.

Sobre a selectividade, parece-me que terá este conceito ligações fortes à evolução do pescador, assim como, com a frequência da prática e, em alguns casos, o barco em que vai.

Em termos de evolução, é natural que depois de um determinado tempo a pescar aos diversos, se sinta a necessidade de ir mais longe, procurando peixe de qualidade e tamanho superiores. Esta evolução depende de cada um e, entre outros factores possíveis, do tempo que dedica à pesca, tanto em estudo, quanto em real acção de pesca, assim como das suas preocupações com a vida particular e profissional e até do dispêndio monetário possível, não querendo com isto dizer que, com escolhas adequadas e algum engenho, não consiga cumprir os seus objectivos se a tal se propuser.

Verdade também que um determinado pescador pode perfeitamente entrar numa de: ... Quero é levar uns peixes para casa, passar um bom dia e não estou para me ralar com "secas" à espera de peixe grande.

Ambas as posturas não devem, na minha opinião, ser criticáveis; antes, entendidas como opções.

Certamente que, quem tenha barco próprio, terá mais facilidade em optar por fazer uma pesca mais selectiva, tanto ao nível da escolha de pesqueiros, quanto ao nível de processos e técnicas a utilizar. No entanto, existem hoje MTs direccionadas para pescas selectivas que podem significar boas opções para aqueles que não tenham embarcação própria.

Ainda relativamente às posturas referidas, penso que tudo se resume a dois conceitos de pesca:

No caso da opção relacionada com a procura da selectividade, em termos de comportamento físico e mental do pescador, penso que o conceito de acção de pesca se deverá centrar no gozo de desfrutar do processo em uso, acreditando que mais cedo ou mais tarde vai dar frutos, sendo que as capturas conseguidas serão consequência deste gozo e desfrute.

No caso da opção de ir pescando ao que quer que venha, embora se baseie também em processos, penso que o objectivo e o desfrute estarão mais relacionados com a quantidade de capturas e o contínuo sucesso na aquisição destas, esperando talvez que um dia lhe calhe o peixe da vida.

São formas diferentes de encarar a pesca, não pretendendo de forma alguma achar que este ou aquele é melhor ou não tão bom pescador, lá porque opta por esta ou aquela. 

Pessoalmente, fiz o percurso dos diversos e, como muitos, tive sempre um olho em capturas de maior porte. Corri atrás e alguma coisa tenho conseguido, sabendo sobre alguns processos regularmente mais frutuosos, em técnicas diversas, mas sabendo também que nenhum deles é infalível, principalmente devido à minha/nossa falta de domínio da interacção de variáveis, como sejam: época do ano / condições de mar e vento do dia / pesqueiro / marcações de sonda / técnica / iscas ou artificiais / materiais...

Na verdade, quando não capturo o que procuro, não é a falta de capturas que me fazem impressão, mas sim a falência dos processos em uso, decorrentes da minha falta de conhecimento sobre a razões que a tal levaram. Tais acontecimentos levam-me continuamente a variar e procurar, gozando cada momento.

Mas meus amigos, acima de tudo e dependendo dos gostos e possibilidades de cada um, é preciso ir, optar e pescar!

Abraço

Ernesto
Quanto mais pesco... mais sinto necessidade de aprender sobre a pesca.
 

Offline De La Hoya

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Re: ser seletivo
« Responder #13 em: 16:14 Sexta, 27 de Março de 2015 »
Gostei muito de ler, acho que ser selectivo, vai crescendo enquanto nos torna mos melhores pescadore, primeiro so queremos peixe...depois so queremos aquele peixe...a verdade é que é quer tb ja ouvi, que o verdadeiro pescador é o que gosta de estar junto a agua de cana na mão, e se tiver que estar a pescar(badalhocas) tainhas do esgoto, esta ali 3 ou 4 horas entretido...
“Deus ao mar o perigo e o abismo deu,mas nele é que espelhou o céu” - (Fernando Pessoa)
 

Offline Quantum

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Re: ser seletivo
« Responder #14 em: 22:09 Sexta, 27 de Março de 2015 »
Ora aqui está um assunto interessante de se debater e que já algumas vezes por aqui abordei em alguns tópicos, a velha questão da quantidade vs qualidade!
Eu, nas pescas que pratico, há já muitos anos que abandonei o objectivo de capturar muito trocando-o pelo objectivo de capturar melhor. Essa adaptação fui-a fazendo de forma gradual ao longo dos tempos e envolveu grandes mudanças na minha forma de pescar, em alguns caso levando ao extremo de praticamente deixar de praticar certas tecnicas preferindo investir o meu tempo noutras que me dão mais garantias de melhores capturas. Um exemplo pratico disso foi a "migração" que fiz do feeder e das tecnicas de boia (Francesa, Inglesa e Bolonhesa) para o Carpfishing! Como muitos de vocês saberão o Carpfishing é uma modalidade que visa a captura de grandes exemplares de Carpas e Barbos, a sua extrema selectividade fez com que o numero de capturas por jornada tenha decaido em pique mas, quando faço capturas, são sempre de exemplares de medio porte para cima. As razões pelas quais o Carpfishing é tão selectivo são varias e não as vou estar aqui a mencionar todas sob pena de escrever aqui um autentico testamento mas deixo apenas, a titulo de exemplo, o caso dos iscos que se usam em maioria, os boillies, que, em virtude da sua dimensão e dureza, apenas são acessiveis a peixes de maiores dimensões.
Também no spinning optei por enveredar pelo caminho da qualidade, aqui, a principal mudança que operei nas minhas pescas foi o facto de ter começado a pescar cada vez mais grosso, ano após ano. O que é isso de "pescar grosso"? Logo para começar começa no tamanho das amostras que uso, apesar de ter, e ainda usar com frequencia, amostras de tamanhos mais pequenos, a tendencia tem sido para aumentar o tamanho das mesmas cada vez mais. Se o Quantum do passado conseguisse ver o Quantum actual a pescar muitas vezes com jerkbaits de 15cm, swimbaits de 20cm, spinnerbaits de 40 gramas com atrelados de 10cm etc etc devia pensar que o Quantum actual perdeu o juizo, mas a realidade é que cada vez uso mais esse tipo de artificiais na tentativa de, primeiro, evitar peixe pequeno e, depois, atrair peixe de maior dimensão. E, a grande realidade é que...  tem resultado! Se é bem verdade que o numero de capturas por jornada decaiu a pique nos ultimos anos (aqui á dez anos para trás era normal tirar mais de 50 peixes por jornada enquanto nos dias de hoje a media andará nos 10/15), não é menos verdade que o seu tamanho minimo aumentou consideralvemente, podendo eu vos dizer, apenas como curiosidade, que há já mais de 2 anos que não tiro nenhum Achigã abaixo dos 24/25cm (200/300 gramas), e mesmo os dessa dimensão são uma captura cada vez menos ocasional, sendo os mais comuns actualmente os peixes na casa das 600/700 gramas.
Ao fim e ao cabo isto acaba por ser uma consequencia natural da nossa evolução como pescadores, aquele desejo sempre presente de conseguir enganar um grande exemplar e lutar com ele num lance que nos ficará para sempre gravado na memoria... :)
 

 

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