Boas Manel!
Tenho mais saudades da pesca do que da escrita!
Já não pescava à algum tempo, antes de entrarmos nesta situação, e agora tem vindo a crescer a vontade pois tenho-me dedicado a manutenções e melhorias no barco sempre que tenho um tempito disponível, que também não tem sido muito, pois continuo a trabalhar normalmente (ou até mais que o normal...

)
Como sabes também não me dedico muito aos diversos, nos pesqueiros que frequento é normal os besugos cairem nas montagens e iscadas do pargo, mas, quando vejo que têm bom tamanho e estão difíceis, posso dedicar um par de horas a trabalhar para a geleira.
Para te aguçar a vontade, vou contar a melhor pesca que fiz, sem pargos, no ano passado.
Dia difícil, mar partido, vaga curta e muito vento. Saio a solo, para o pesqueiro de eleição de pargos, fundeio e ainda chego a lançar um par de vezes mas, a fraca atividade (que a sonda também corroborava) e as sucessivas rotações do barco fizeram-me desistir rapidamente. Nisto pensei, já que aqui estou e não tenho compromissos com mais ninguém, vou gastar um pouco de tempo (e gasolina

) para procurar novos pesqueiros.
Navego, aproado ao tempo, extremamente devagar, talvez 4 a 5 nós, não só para poder sondar corretamente mas também porque estava a levar porrada de tal maneira que não me permitia ir muito mais depressa.
Cerca de 10 milhas percorridas, começo a avistar agitação de várias formas, passarada a mergulhar, golfinhos a caçar e até um peixe lua a mandar chapas, a sonda corresponde com marcações intensas a meia água e decido fazer umas passagens, à rola, com a cana de jigging.
A deriva era demasiado rápida, o que colocava as linhas a mais de 45º antes de chegar ao fundo, mas, ainda assim ferrei uns chicharros jeitosos.
Pensei que valeria a pena tentar fundear mas o tempo piorava e fazia-me duvidar se o conseguiria fazer em segurança (com bastante cabo) sem perder a posição do pesqueiro.
Talvez com um pouco de sorte, consigo fundear perto do local pretendido e lanço as pescas para baixo, montagem do pargo, madre 0,50 com 2 estralhos 0,40 com 80cm e anzois 3/0 ou 4/0, iscadas de postas de sardinha, generosas, e aqui vai disto!
Julgo que a chumbada não terá chegado bem ao fundo e ferro imediatamente 2 peixes que se viriam a revelar ser um chicharro e um besugo, ambos XXL.
Continuo com a mesma abordagem e continuam a subir peixes, não dava bem para acreditar naquela atividade, a ganancia (fome) era tal, que a chumbada nem precisava de tocar o fundo, não era sequer preciso ferrar, mesmo que o quisesse fazer, o desconforto a bordo era tal que a minha preocupação era equilibrar-me consoante a vaga que agora aparecia de través e impossibilitava sequer que eu me levantasse da cadeira.
Não fiquei muito mais tempo, penso que estive por lá apenas 2h, mas foi o suficiente para forrar a geleira, com apenas 3 espécies, chicharros, besugos e choupas, todos acima de meio kg!
Abraço amigo Manel!