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A PESCA DE COSTAA vocação de um pescador de costa nasce com a sua paixão pelo mar. Este sentimento peca por um defeito…É que quando o conhecemos bem nunca mais poderemos passar sem ele…Todos os tipos de litoral definem os horizontes de observação de cada um de nós enquanto pesca, do alto de uma falésia, num estuário, num molhe ou numa praia arenosa, a verdadeira dimensão de um pescador é proporcional ao grau de exigência que o mar nos coloca.A natureza de qualquer extensão marinha costeira, tem um papel importante na determinação do numero de pescadores e peixes presentes.Nenhuma outra paixão é mais exigente do que esta. Pescando na rebentação, sob a fúria ou placidez dos elementos naturais, na quietude de um pôr-do-sol, ou num estival amanhecer sob um ponto rochoso de uma praia algures, com o azul aos n/pés , é uma lufada de ar fresco, salgado, retemperador das n/energias tão necessárias nos dias de hoje. Uma das coisas boas da pesca é que se está sempre a aprender. Ao explorar os diferentes aspectos deste desporto desde a costa, aumentará os v/conhecimentos, bem como o gozo que isso vos irá proporcionar.A todos vós eu vos desejo bons momentos desportivos e de convívio pescando numa costa magnifica como a nossa.Tipos de litoral:Praias de cascalho: Infelizmente este tipo de praia cada vez mais é causada pela acção do homem. O desassoreamento provocado pela erosão das areias permanentes, deslocadas pela montagem artificial de barreiras ao longo da costa, quebra-mar , provoca alterações drásticas em beneficio de uns e prejuízo de outros.Estas praias desprovidas de areia, não estão desprovidas de vida. Esta linha de costa em vertente sedimentar onde o cascalho e seixos amontoados em pilhas por acção das ondas, é a penas a parte visível de uma complexa mistura de substratos, argilas , no nível inferior da água, onde os seixos dão lugar a gravilha e areia fina.Praias arenosas: O tamanho das partículas de areia numa praia arenosa influencia o tipo de organismos de que os peixes se alimentam, e consequentemente as espécies de peixes presentes.Partículas finas, com grandes quantidades de comedia como, enguias-da-areia(vulgo cação ou lingueirão)caranguejo branco da areia,teagem,amêijoa,grilos ou gansos, são locais de eleição para , robalos, linguados,rodovalhos,raias,douradas.As areias de grãos mais grossos, que assentam mais rapidamente, estão associadas a praias de fundões, mistos de rocha e canais de areia, cobertos de laminarias onde se escondem os robalos, fanecas congros,sargos,bodiões, maragotas, etc.Praias de rebentação: A típica praia de rebentação é composta por uma grande extensão de areia voltada para o oceano aberto, onde as ondas fustigadas pela acção do vento,bancos de areia, batem contra a costa.São praias onde uma ligeira inclinação provoca boas condições de rebentação, pois a fricção entre o leito do mar e água reduz a velocidade da base de uma onda,fazendo com que a crista a ultrapasse e enrole.É neste rebojo de espuma e permanente acção das aguas, que os robalos caçam, sobre uma camuflagem natural, levantando a comedoria ,repondo areias novas,tapando buracos naturais de abrigo a polvos, camarões cabozes,caranguejos,pequenos chocos, ficando á mercê do rei dos mares e outros predadores naturais como douradas,sargos,etc. Penhascos e falésias: Os principais atractivos das costas escarpadas, são a existência quase permanente de água, muitas vezes com uma boa profundidade, e a presença de uma vasta gama de características, tais como maior profundidade, menor luminosidade,rebojos de agua,maior camuflagem das espécies, alimento natural tais como perceves, mexilhão,lapas.Este tipo de costa inacessível á pesca apeada em alguns pontos, torna-se também refugio de inúmeras espécies, devidos ás artes profissionais não as poderem exercer atendendo ao tipo de maciços rochosos ,batidos constantemente pelo mar.Espécies como os sargos,robalos ,douradas,congros, polvos encontram aqui um habitat natural,sendo talvez um dos últimos refúgios naturais defensivos das espécies.Zonas rochosas,barrancos leitos de algas: As variações na geografia do litoral, oferecem muitos recantos e fendas aos peixes para se alimentarem e esconderem.Barrancos e buracos, mesmo na maré vaza, oferecem abrigo, alimento que se depositou na vazante, onde ainda existe agua suficiente para as espécies aí permanecerem.Os leitos de algas tendem a surgir apenas ao longo dos extremos inferiores da costa nas marés de maior amplitude(mais baixas).Verificar estes pesqueiros na maré baixa, verificar os seus fundos, escolher o caminho provável entre as algas, por onde o peixe passará na enchente é uma vantagem.Molhes, quebra - mares e passeios marítimosAs estruturas construídas pelo homem alcançam uma grande profundidade na base e oferecem aos pescadores a possibilidade de acederem a diferentes pontos de agua e fazerem lançamentos com vantagens adicionais na procura das espécies que procuram essas estruturas em busca de alimento.Um molhe de protecção aberto ao oceano, assente sobre um leito arenoso oferece aos peixes, protecção, alimento. Os alimentos como os caranguejos, lingueirões, polvos, camarões procuram estas estruturas, como esconderijos e por sua vez atraem os predadores naturais como os robalos.Os molhes e pontões de um porto são construídos sob rochas naturais, onde se abrigam caranguejos, cabozes, mugem(tainha ),camarões. Na base destes molhes de noite são locais de preferência para a pesca ao congro , á bóia ao robalo ao sargo, ao carapau.De dia um divertimento ás tainhas , bogas e cavalas.Estuários: Os estuários são ambientes dinámicos, cheios de vida, berçários da maior parte das espécies que capturamos na costa.Esta dinâmica é provocada pelo binómio água doce/ água salgada. Esta interacção provoca nas espécies uma adaptação de tolerancia á falta de salinidade por vezes provocadas pelas cheias, obrigando-as a entrar por mar adentro até encontrarem a salinidade a que estão habituados.Num estuário típico , o rio cria uma coluna de agua doce que se estende até ao mar penetrando na água salgada criando uma zona de agua salobra.Esta junção destes dois tipos de agua quer na enchente ou vazante aumentará ou diminuirá consoante a amplitude das marés.Em situações normais os estuários dividem-se em dois patamares :- Superiores e inferiores:Superiores: Os peixes que conseguem tolerar uma salinidade baixa ,tais como a tainha, solhas pequenas, enguias, e alguns robalotes ocasionais.A corrente aqui é muito fraca, os fundos são lodosos, e contém abundantes populações de criaturas marinhas tais como o casulo,minhoca do lodo,bivaldes.As espécies migratórias como o salmão, a enguia, a lampreia e a truta marisca, atravessam os estuários para completarem o seu processo de maturação no mar e voltam já adultos, subindo os rios para desovar.Estas espécies á medida que percorrem os estuários, ajustam a química dos seus corpos de modo a fazer frente ás alterações de salinidade correspondentes aos percursos.Inferiores: Os grandes estuários tem longos bancos de areias e lodos acumulados que atraem os peixes por serem ricos em alimentos tais como, minhocas, moluscos, caranguejos, chocos.A salinidade aumenta nesta zona, grandes solhas, robalos de maior porte, os linguados e sargos, se estiverem perto das áreas litorais adjacentes, são atraídos pelo fluxo das marés carregadas de nutrientes e aguas mais temperadas.Entradas de barras:Existem barras ao longo do n/litoral, umas criadas para protecção das populações ribeirinhas sujeitas ás intempéries de Inverno. Outras para fins comerciais e navegação .É nas entradas de barras e molhes adjacentes que se concentram a maioria dos pescadores de costa Portuguesa. A acessibilidade, e um elevado nº de espécies de entrada e saída de barras, quer migratórias quer de Verão, quer de Inverno, criam uma expectativa geral de pescadores permanentes á procura de peixes tão cobiçados como robalos, sargos , douradas. Principalmente em entradas de barras profundas, cuja corrente transporte nutrientes,comedoria,presas e predadores.Este fluxo de agua, temperado pela agua salobra dos rios,,oxigenado pela entrada de agua do mar,criam condições de fixação ás espécies nos meses Invernosos , em mares Tempestuosos onde o alimento escasseia.No Verão a entrada da petinga, lula ,caranguejo pilado,camarão, fazem com que os robalos cavalas,savelhas escolham estes locais para caçar.Ilhas : Ao longo da n/costa existem algumas.O valor das ilhas enquanto pontos de concentração de peixe, dependem da sua disposição,tamanho, acessibilidade.Os grupos de ilhas são mais úteis do que as ilhas isoladas, dado que produzem um efeito muito maior nas aguas circundantes.Ao desviarem,canalizarem, aumentarem ou suprimirem o fluxo de maré criam um maior leque de habitats capazes de atraírem um maior numero de peixes e espécies.O seu recorte, exposição aos ventos e marés, condicionam o sucesso de uma pescaria e o tipo de peixe apresentado no pesqueiro.Em baías de recorte e cantos tranquilos, aparecem os congros, peixe-porco, bodíões, cavalas,bogas,salemas, peixes-agulhas .Em agua oxigenadas ,rebojo, aparecem os sargos ,robalos,douradas e as outras espécies já anteriormente referidas.Autor : António Simões
