O mar avisa quando vem por nós

[Zagaia]

Ontem, de acordo com as tabelas, estava um bom dia para a pesca à boia. Ondulação de 0.9 m a 1.2 m, período da onda de 4.0 a 5.0 e pico de 9.1 a 9.5, potência das ondas de 2.3 a 2.7 kw/m, temperatura de 18º a 19º graus. A orientação das ondas era de NW (noroeste)

A maré vazia era às 13:28 horas com 1,2 metros de altura e a maré cheia era às 19:33 horas com 2.8 metros, o coeficiente era médio o que indicava que não haveria fortes correntezas a arrastar limos.

Com estas caraterísticas escolhi como período de pesca a começar às 17:00 horas e terminar por volta das 20:00
Ao chegar ao local o céu estava nublado e reparei que as ondas estavam a bater de frente e que respigavam com alguma altura, pelo que teria de escolher um pesqueiro alto de forma a não levar banho.

Escolhei uma pedra que me colocava a cerca de 4 metros do mar. Em frente o mar estava livre de pedras à superfície, mas tanto do lado esquerdo como do lado direito existiam “ilhotas” que oxigenavam as águas e criava feição.

Primeiro lançamento e saquei uma safia com cerca de 25/26 cm (era ligeiramente maior que o meu palmo que é de 23 cm) portanto muito maior que o tamanho mínimo permitido que é de 15 cm. Habitualmente devolvo estes exemplares ao mar mas esta ficou “embuchada” e ao retirar o anzol o sangramento foi inevitável pelo que resolvi guardar este exemplar. Ao chegar a casa pesei e tem 325 gramas (já arranjado).

Nos lançamentos seguintes iam saindo exemplares mais pequenos, assim como cabozes, bodiões e até uma taínha que por ali andava perdida e que foram prontamente devolvidos ao mar.
Por volta das 18:00 o mar começou a ficar “bruto” e de vez em quando eu levava com salpicos que me molhavam e refrescavam.

O peixe deixou de “picar” pelo que decidi mudar de pesqueiro para outro que estava do meu lado esquerdo a cerca de 15/20 metros. Era um pesqueiro com uma pedra mais baixa, com cerca de 1,5/2 metros de altura e pontilhada de várias pequenas pedras ilhadas, que originava uma oxigenação perfeita. Já tinha para lá enviado a boia e senti vários toques mas o peixe não estava a ferrar bem pelo que se soltava antes de conseguir ver que tipo de peixe era.

Logo ao primeiro lance a boia foi rapidamente ao fundo e a ponteira da minha Titanus F1 vergou toda numa parábola perfeita. A embraiagem do meu Barros Stout RX 4000 entrou em ação e a linha Trabucco T Force Super Iso 0.25mm começou a sair com alguma violência, mas o estralho era um Seaguar 0.185 pelo que estava confiante.
Após alguns segundos de combate consegui colocar o peixe para cima da uma pedra que estava atrás e à esquerda de mim. Era um belo sargo, sem ser um gigante, mas era um belo de um exemplar. Em casa pesou 625 gramas (já arranjado).

Agora vem a parte que me levou a escrever este relato e que eu recomendo a todos os pescadores que levem isto muito a sério porque já vários pescadores perderam a vida por causa disto.


Estava eu a retirar o peixe, de costas viradas para o mar (1º erro, nunca se vira as costas ao mar), quando levei com uma chapada de água que me encharcou da cabeça aos pés.
Olhei para o mar e o mar estava em modo de “set” de ondas. Afastei-me para longe da zona de arrebentação e esperei que o “set” terminasse.

O mar voltou à normalidade e senti-me tentado a voltar para a pedra onde tinha ferrado o peixe.
Felizmente lembrei-me de uma frase que me foi dita por um pescador e que eu nunca esqueci.

“O mar avisa quando vem por nós”

Ou seja, o mar primeiro “salpica” o lugar onde estás a pescar como a dizer “Estás no meu território e o melhor é ires embora”.

Retornei à primeira pedra onde tinha estado. Afinal dali poderia lançar a boia para o local onde tinha retirado o sargo sem necessidade de correr riscos de ser levar outro enorme banho.
Não tinham ainda passado 10 minutos quando novo “set” se levantou e a pedra onde eu tinha estado ficou completamente submergida. Era óbvio que se eu ainda lá estivesse teria sido completamente “varrido” e decerto que estaria numa situação muito delicada, para não dizer extremamente perigosa.

A própria pedra onde agora estava (a tal dos 4 metros de altura) tinha sido “inundada” e com o impacto da onda, que foi de tal forma violento que a própria rocha tremeu e estamos a falar de um grande bloco de rocha, que tenho a certeza que tem muito mais de uma tonelada.

Era altura de “levantar ferro” e procurar outro local para pescar. Como o mar estava em modo de “set” constantes decidi dar como terminada a jornada.

Não vale a pena estragar um ótimo dia de pesca por causa de mais um peixe.

Coloco aqui o link de dois vídeos de um pescador que foi de alguma forma o precursor dos atuais “professores de youtube”. Principalmente os novatos deviam ver estes vídeos porque lá estão ensinamentos que vos vão servir para o resto da vida de pescadores.

Não está autorizado a ver ligações. Registe-se ou Entre
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[_marcelo_]

Espetacular relato e alerta ! A ganânica por vezes leva-nos a ficar onde não deveriamos ter ficado, e é aí que acontece o indesejável.

 Muito obrigado (e que excelente partilha estes videos, já estão em fila de espera para serem consumidos)

[FilipePC]

Bom relato. Faltou umas fotos para dar cor à coisa!
O problema é que o mar não avisa sempre... Saber ler o mar e entender cada pesqueiro é o segredo. Já vi e estive lá a ver um mar chão de Verão a varrer do nada dezenas de pessoas... Não foi o mar que avisou, mas quem soubesse fazer uma correcta leitura por exemplo do windguru saberia que ali (cova do vapor), mar de 0.9mt.com período de 18 é muito mais perigoso do que mar de 1.8 com período de 9...
Apesar de depender de pesqueiro para pesqueiro tenho mais receio do período do que no mar quando estou à pesca.

[_marcelo_]

Bom relato. Faltou umas fotos para dar cor à coisa!
O problema é que o mar não avisa sempre... Saber ler o mar e entender cada pesqueiro é o segredo. Já vi e estive lá a ver um mar chão de Verão a varrer do nada dezenas de pessoas... Não foi o mar que avisou, mas quem soubesse fazer uma correcta leitura por exemplo do windguru saberia que ali (cova do vapor), mar de 0.9mt.com período de 18 é muito mais perigoso do que mar de 1.8 com período de 9...
Apesar de depender de pesqueiro para pesqueiro tenho mais receio do período do que no mar quando estou à pesca.

Tenho ideia que qualquer pesca com periodo superior a 12/13/14 se poderá tornar bastante perigosa. Por norma , para mim, é um dissuador forte de uma jornada de pesca

[Zagaia]

Bom relato. Faltou umas fotos para dar cor à coisa!
O problema é que o mar não avisa sempre... Saber ler o mar e entender cada pesqueiro é o segredo. Já vi e estive lá a ver um mar chão de Verão a varrer do nada dezenas de pessoas... Não foi o mar que avisou, mas quem soubesse fazer uma correcta leitura por exemplo do windguru saberia que ali (cova do vapor), mar de 0.9mt.com período de 18 é muito mais perigoso do que mar de 1.8 com período de 9...
Apesar de depender de pesqueiro para pesqueiro tenho mais receio do período do que no mar quando estou à pesca.

Boa tarde Filipe PC (será que a sigla PC quer dizer "pescador campeão"  . É brincadeira não leves a mal)

Embora goste mesmo muito de fotografia, ainda não aderi à moda do "pescador youtuber" de GoPro na testa (nem tenciono aderir a esta moda).
Com telemóvel também não dá porque guardo na bolsa de proteção contra a água e tirar o telemóvel só para tirar foto não é coisa de que na altura não me lembrei, até porque estava muito concentrado em sair dali o mais rápido possível.

As fontes que uso para ver as condições da pesca são as seguintes:

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As informações que procuro nestes sites são as marés, a lua, o nascer e o pôr do sol, a altura das marés, a ondulação, o período de vaga, a potência das ondas, a direção das ondas, a temperatura da água, o vento, o tempo, entre outras coisas como por exemplo ver se a praia está suja ou não (beachcam), etc.

Como digo na descrição a informação dava a entender que o mar estaria um pouco agitado (como eu gosto), mas sem grande força "Ondulação de 0.9 m a 1.2 m, período da onda de 4.0 a 5.0 e pico de 9.1 a 9.5, potência das ondas de 2.3 a 2.7 kw/m". Só para teres uma ideia hoje, nesta hora 19:18 as ondas estão com uma potência de 8,7 kw/m e se vires no beachcam a ondulação não é nada de especial.

O problema do pesqueiro naquele dia é que o mar estava a vir de frente e de "repente" entrou em modo de "set" contínuos, com ondas com mais de 3 metros. A cadência passou de 15 minutos para cerca de 30 segundos, ou seja, entrou em modo de "set" continuo impossibilitando de todo a atividade de pesca.

Por curiosidade fui a outra praia ali perto e, embora o mar estivesse agitado, não tinha nada a ver com o local onde estive.
Coisas do mar… vá-se lá entender

[FilipePC]

Bom relato. Faltou umas fotos para dar cor à coisa!
O problema é que o mar não avisa sempre... Saber ler o mar e entender cada pesqueiro é o segredo. Já vi e estive lá a ver um mar chão de Verão a varrer do nada dezenas de pessoas... Não foi o mar que avisou, mas quem soubesse fazer uma correcta leitura por exemplo do windguru saberia que ali (cova do vapor), mar de 0.9mt.com período de 18 é muito mais perigoso do que mar de 1.8 com período de 9...
Apesar de depender de pesqueiro para pesqueiro tenho mais receio do período do que no mar quando estou à pesca.

Boa tarde Filipe PC (será que a sigla PC quer dizer "pescador campeão"  . É brincadeira não leves a mal)

Embora goste mesmo muito de fotografia, ainda não aderi à moda do "pescador youtuber" de GoPro na testa (nem tenciono aderir a esta moda).
Com telemóvel também não dá porque guardo na bolsa de proteção contra a água e tirar o telemóvel só para tirar foto não é coisa de que na altura não me lembrei, até porque estava muito concentrado em sair dali o mais rápido possível.

As fontes que uso para ver as condições da pesca são as seguintes:

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As informações que procuro nestes sites são as marés, a lua, o nascer e o pôr do sol, a altura das marés, a ondulação, o período de vaga, a potência das ondas, a direção das ondas, a temperatura da água, o vento, o tempo, entre outras coisas como por exemplo ver se a praia está suja ou não (beachcam), etc.

Como digo na descrição a informação dava a entender que o mar estaria um pouco agitado (como eu gosto), mas sem grande força "Ondulação de 0.9 m a 1.2 m, período da onda de 4.0 a 5.0 e pico de 9.1 a 9.5, potência das ondas de 2.3 a 2.7 kw/m". Só para teres uma ideia hoje, nesta hora 19:18 as ondas estão com uma potência de 8,7 kw/m e se vires no beachcam a ondulação não é nada de especial.

O problema do pesqueiro naquele dia é que o mar estava a vir de frente e de "repente" entrou em modo de "set" contínuos, com ondas com mais de 3 metros. A cadência passou de 15 minutos para cerca de 30 segundos, ou seja, entrou em modo de "set" continuo impossibilitando de todo a atividade de pesca.

Por curiosidade fui a outra praia ali perto e, embora o mar estivesse agitado, não tinha nada a ver com o local onde estive.
Coisas do mar… vá-se lá entender

Não levo.
A Sigla PC, que no início da net até havia quem achasse que era algo a ver com coisas partidárias, é mm apenas o meu nome. Pires Condinho. Só isso.
Sobre os vídeos e tal tb faço poucos, tenho pena mas não me dá muito para tal, vou sim tirando umas fotos.
No caso do mar, a ondulação não se pode ver apenas pelo tamanho mas sim pela direção. Para isso temos que ter em conta o lado em que estamos no mapa e fazer a correlação com a direcção da onda nesse dia. A isso juntas o período da vaga. Por norma consigo ter uma noção boa do que pretendo. É sempre necessário conhecer o local para tudo correr bem.

[Zagaia]

...
Já vi e estive lá a ver um mar chão de Verão a varrer do nada dezenas de pessoas... Não foi o mar que avisou, mas quem soubesse fazer uma correcta leitura por exemplo do windguru saberia que ali (cova do vapor), mar de 0.9mt.com período de 18 é muito mais perigoso do que mar de 1.8 com período de 9...
...

Bom dia Filipe,

Há anos que não vou à pesca para a Cova do Vapor, que para quem não sabe fica entre a Trafaria e a Costa da Caparica.
Quando vivia em Lisboa, solteiro e bom rapaz, ia muitas vezes pescar para a Costa de Caparica, principalmente para o pontão da Cova do Vapor, onde já vi e vivi momentos de pesca que nunca me hei-de esquecer.

Um dos melhores momentos de pesca que já tive foi aquele robalo de 2,350 kg (na balança já arranjado) que teimava em ficar agarrado à pedra junto à rebentação, e para não partir o fio tive de mergulhar, vestido e tudo (nem os ténis tirei... imprudência de um jovem "teenager" que nem pensou que a vida vale bem mais que qualquer robalo pelo maior que seja), até cenas de navalhadas e tiros por causa dos mesmos robalos.

Mas o momento mais complicado que tive foi, após uma noite em que eu mais o meu amigo Paulinho estivemos a pescar (fizemos muitas diretas), ao regressar ao carro, devido ao facto de que as pedras estavam molhadas, escorreguei e cai numa fenda entre pedras onde fiquei completamente “entalado” e de onde não conseguia nem sequer me mexer. Gritei quanto podia pelo Paulinho mas ele já ia muito à frente e nem sequer se apercebeu do que se passou. Passado alguns minutos o Paulinho regressou e tentou-me ajudar a sair daquela situação mas como fiquei de tal forma “entalado” estava difícil pelo que ele sugeriu ir ao posto de bombeiros mais próximo para me tirarem daquela situação. (Para quem não sabe na altura os telemóveis ainda não tinham sido inventados). Eu insisti para que ele me ajudasse a sair dali, porque o tempo de ir aos bombeiros e vir, com a maré a encher o mais certo era ficar ali. Após várias tentativas lá consegui libertar um braço e depois o outro e depois o resto do corpo.

Resultado, uma cana Silstar Carbon Composite de 5 metros partida, as costas e braços todos arranhados, várias escoriações e um grande galo na cabeça e vário material de pesca perdido para o mar.

Moral da história:
Nunca vão pescar de noite sozinhos.

Se não fosse o Paulinho talvez hoje não estaria aqui.
Obrigado companheiro.

[duas]

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Recomendo.

[TheDrunkenSailor]

Ontem, de acordo com as tabelas, estava um bom dia para a pesca à boia. Ondulação de 0.9 m a 1.2 m, período da onda de 4.0 a 5.0 e pico de 9.1 a 9.5, potência das ondas de 2.3 a 2.7 kw/m, temperatura de 18º a 19º graus. A orientação das ondas era de NW (noroeste)

A maré vazia era às 13:28 horas com 1,2 metros de altura e a maré cheia era às 19:33 horas com 2.8 metros, o coeficiente era médio o que indicava que não haveria fortes correntezas a arrastar limos.

Com estas caraterísticas escolhi como período de pesca a começar às 17:00 horas e terminar por volta das 20:00
Ao chegar ao local o céu estava nublado e reparei que as ondas estavam a bater de frente e que respigavam com alguma altura, pelo que teria de escolher um pesqueiro alto de forma a não levar banho.

Escolhei uma pedra que me colocava a cerca de 4 metros do mar. Em frente o mar estava livre de pedras à superfície, mas tanto do lado esquerdo como do lado direito existiam “ilhotas” que oxigenavam as águas e criava feição.

Primeiro lançamento e saquei uma safia com cerca de 25/26 cm (era ligeiramente maior que o meu palmo que é de 23 cm) portanto muito maior que o tamanho mínimo permitido que é de 15 cm. Habitualmente devolvo estes exemplares ao mar mas esta ficou “embuchada” e ao retirar o anzol o sangramento foi inevitável pelo que resolvi guardar este exemplar. Ao chegar a casa pesei e tem 325 gramas (já arranjado).

Nos lançamentos seguintes iam saindo exemplares mais pequenos, assim como cabozes, bodiões e até uma taínha que por ali andava perdida e que foram prontamente devolvidos ao mar.
Por volta das 18:00 o mar começou a ficar “bruto” e de vez em quando eu levava com salpicos que me molhavam e refrescavam.

O peixe deixou de “picar” pelo que decidi mudar de pesqueiro para outro que estava do meu lado esquerdo a cerca de 15/20 metros. Era um pesqueiro com uma pedra mais baixa, com cerca de 1,5/2 metros de altura e pontilhada de várias pequenas pedras ilhadas, que originava uma oxigenação perfeita. Já tinha para lá enviado a boia e senti vários toques mas o peixe não estava a ferrar bem pelo que se soltava antes de conseguir ver que tipo de peixe era.

Logo ao primeiro lance a boia foi rapidamente ao fundo e a ponteira da minha Titanus F1 vergou toda numa parábola perfeita. A embraiagem do meu Barros Stout RX 4000 entrou em ação e a linha Trabucco T Force Super Iso 0.25mm começou a sair com alguma violência, mas o estralho era um Seaguar 0.185 pelo que estava confiante.
Após alguns segundos de combate consegui colocar o peixe para cima da uma pedra que estava atrás e à esquerda de mim. Era um belo sargo, sem ser um gigante, mas era um belo de um exemplar. Em casa pesou 625 gramas (já arranjado).

Agora vem a parte que me levou a escrever este relato e que eu recomendo a todos os pescadores que levem isto muito a sério porque já vários pescadores perderam a vida por causa disto.


Estava eu a retirar o peixe, de costas viradas para o mar (1º erro, nunca se vira as costas ao mar), quando levei com uma chapada de água que me encharcou da cabeça aos pés.
Olhei para o mar e o mar estava em modo de “set” de ondas. Afastei-me para longe da zona de arrebentação e esperei que o “set” terminasse.

O mar voltou à normalidade e senti-me tentado a voltar para a pedra onde tinha ferrado o peixe.
Felizmente lembrei-me de uma frase que me foi dita por um pescador e que eu nunca esqueci.

“O mar avisa quando vem por nós”

Ou seja, o mar primeiro “salpica” o lugar onde estás a pescar como a dizer “Estás no meu território e o melhor é ires embora”.

Retornei à primeira pedra onde tinha estado. Afinal dali poderia lançar a boia para o local onde tinha retirado o sargo sem necessidade de correr riscos de ser levar outro enorme banho.
Não tinham ainda passado 10 minutos quando novo “set” se levantou e a pedra onde eu tinha estado ficou completamente submergida. Era óbvio que se eu ainda lá estivesse teria sido completamente “varrido” e decerto que estaria numa situação muito delicada, para não dizer extremamente perigosa.

A própria pedra onde agora estava (a tal dos 4 metros de altura) tinha sido “inundada” e com o impacto da onda, que foi de tal forma violento que a própria rocha tremeu e estamos a falar de um grande bloco de rocha, que tenho a certeza que tem muito mais de uma tonelada.

Era altura de “levantar ferro” e procurar outro local para pescar. Como o mar estava em modo de “set” constantes decidi dar como terminada a jornada.

Não vale a pena estragar um ótimo dia de pesca por causa de mais um peixe.

Coloco aqui o link de dois vídeos de um pescador que foi de alguma forma o precursor dos atuais “professores de youtube”. Principalmente os novatos deviam ver estes vídeos porque lá estão ensinamentos que vos vão servir para o resto da vida de pescadores.

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Otima anotação!

E os videos são qualquer coisa. obrigado pela partilha !

[luishenriques]

Bem verdade, ainda ontem, (Domingo) estava a à pesca à boia, levei com uns salpicos e trocei de pedra por questões de segurança, mas mesmo assim acabei por levar um banho daqueles em que nada mesmo nada fica seco!!!!
Como já tinha peixe e não tinha outra alternativa que me desse mais segurança, ala môço embora, que é bem verdade que nenhum peixe vale uma vida!!!!!

Boas pescarias a todos.