Pois moro bem pertinho dessa zona desde os 5 anos de idade (tenho 66) e conheci o q era de fantástico e no q hoje se transformou ou lhe fizeram para q ficasse assim como do dia para a noite, quem conheceu o antes e fosse viver para longe, quando voltasse nem queria acreditar no q via! Mas eu sempre estive por aqui a ver e a aperceber-me da destruição paulatina e feroz dia após dia, pois sempre pesquei, tb fui aos polvos e navalheiras, camarões aos montes (ena pá, tb os havia mas agora onde estão?) e conheço todos os cantinhos. Por isso, prefiro até não falarmos mais sobre isso, pois senão lá me chamam de arrogante e mordaz e isso não vale a pena mmo! Nada tenho contra a caça (para mim não é pesca, é caça) submarina pois tb a pratiquei em jovem em apneia e com cinto de chumbos, mas sempre respeitando a Natureza e nunca procurando o lucro. Talvez seja isso mmo q tem destruído esta nossa linda Costa do Estoril, a ganância do lucro sem respeitar quaisquer regras e matando a sua própria "galinha dos ovos de oiro". Por isso, entre furtivos "rapadores" da submarina (a fingirem que são lúdicos) e profs gananciosos e criminosos da pesca à rede e dos aparelhos, que venha o diabo e escolha! É melhor calar-me e ficarmos por aqui, pois já conheço a "receita" nas redes sociais mas ainda não consegui foi tomar a respetiva "vacina". Saudações desportivas
Nestes casos e contra os abusadores conscientes (pois errar todos erram) é mesmo importante que nos insurjamos. À conta dos rapadores, balanceiros, ludicóprofissionais e outros que tais está o lúdico - aquele que pratica por desporto, para quem o peixe não é o principal da pesca, que respeita a atividade que ama - manchado de culpa perante as entidades responsáveis, ensacado no mesmo lodo que os abusadores...
Por causa desses pagamos todos. Por causa desses somos a má rez da pesca. Por causa desses temos limitações exacerbadas e desporporcionais (relativamente à pesca profissional por exemplo).
Contra esses temos que nos impor e insurgir.
Não digo procurar confronto, até porque alguns (muitos) dos que vejo a praticar tais atos costumam ter um feitio de meter respeito, e as histórias de locais concecionados e reservados a essa malta, noticias trises que por lá sucederam (tipos atirados ao mar, facadas, material "confiscado"...) me fazem afastar deles e procurar não os atormentar.
Não... o insurgimento, a nossa luta deve ser na demarcação, "gritar" que os lúdicos não são todos iguais (aliás que alguns não se podem sequer chamar-se de lúdicos), tentar consciencializar os que aparentemente não sabem das leis, ou aqueles para quem "uma azeitona é mais pequena, tem caroço e também se come" e os "fritinhos são bem bons" (quantos dos meus amigos mudaram atitudes por causa de longas horas de debate e troca de argumentos ao redor de uma mesa abastecida de bom repasto e bebida à altura) e mais importante que tudo: pedir fiscalização, fiscaliação e fiscalização.
Alguns dirão que poderá ser insensato e que poderá pagar o justo pelo pecador... sim é verdade. Eu não sou 100% puro nem tenho uma aura de sabedoria imensa. Por desconhecimento posso pôr o pé na argola, e admito que por vezes aquele peixe com 1cm a menos que o tamanho permitido mas que embuchou e morreu nas minhas mãos me faz pena e acaba por ir para casa. Mas considero que a fiscalização rigorosa e com bom senso faria grandes efeitos em algumas áreas.
Há muito que não pesco por ai, mas lembro-me bem de tardes muito bem passadas com o meu tio (que já foi pescar para outras paragens) nessas águas onde ganhei mais esta imensa paixão por pesca ém águas oceânicas (porque das interiores ainda vem mais de trás).
Antes de ter idade para o acompanhar já andava nas poças aos cabozes, mas foi na companhia dele e "à pesca de verdade" que me fiz como "pescarreta de mar".
Eram os sargos ali na ponta do lado direito da praia de S. Pedro junto à "piscina", eram as sapateiras gordas e cheias na vazante (-"larga essa deixa-a crescer" | -"deixa essa, está ovada, vês ali or baixo" | -"manda isso para a água, isso nem presta para comer" | - "deixa os ouriços em paz, são parte da praia"... e isto à 30 anos atrás quando ainda nem se tinha grande consciencialização de que a escassez poderia ser uma realidade), e invariavelmente um dia de pesca começava sempre por ir às lapas, mexilhões e tiagem (-"achas que consegues pôr isso no anzol? Vá larga lá isso e cava mais ali, debaixo daquela pedra na zona mais escura que elas andam é ali.")...
Mais tarde surgiu o "mergulho". Ao inicio apenas a vislumbrar maravilhado aqueles fundos, os argutos chocos, as esguias navalheiras, os polvos enclausurados nos seu buracos ou melhor ainda quando andavam cá fora a passear, o imenso e esfusiante manto de algas e mais fora a minha parte favorita de toda aquela praia (e uma das minhas partes favoritas do país em termos de beleza de mergulho) - o corredor de rocha branca pejada de ouriços. Da última vez que lá mergulhei não o vi ou não encontrei, mas localizava-se mar dentro, um pouco afastado da costa e ligeiramente à esquerda da rocha ilhada. Um corredor branco com alguns 30 metros, sem algas, com imensos ouriços, onde se podia apreciar uma fauna piscicula de luxo (charrocos - tamboril enormes, sargos, tainhas em brada...).
Depois do mergulho em apneia o passo lógico seria a pesca submarina, e com o meu primo a iniciar-se nessas lides também já se está a ver o resultado
... Boas navalheiras, polvos e chocos (apenas em duas temporadas não sei bem porquê) lá tirei. Vi sairem bonitas bruxas ou cavacos, sargos ao buraco e peixes variados, mas a arma foi uma coisa com a qual nunca tive grande sucesso nesta praia... quem sacava bons peixes tinha que saber os bons buracos e eu passava mais tempo em ação atrás das navalheiras - um grande desafio para mim.
Agora vou lá muito raramete (infelizmente), mas a praia variou muito. A areia foi embora e puseram aquela areia "feia". Nos poucos mergulhos que fiz deparei-me com um fundo com uma vida muito diferente da de antigamente com águas sempre mais baças (parece-me). Da última vez nem o tal corredor branco consegui encontrar; sim, talvez por azelhice... mas da última vez que lá mergulhei (à dois anos por ai, e antes disso há mais uns 3 anos) fiquei triste com aquela que era por mim considerada uma das mais bonitas praias do país para se ir de óculos.
Por isso devemos insurgirnos... contra esses lúdicos, contra esses que destroem com as suas "invenções paisagisticas" e contra quem nada faz para mudar o estado das coisas e preservar o que de bom temos.
Eu até me insurgia contra o clima que fez areia original desaparecer... mas seria incoerente. Já com quem fez obras lá ou noutros pontos do pais, que mudam as correntes originais, que quebram a ondulação em determinados locais, que restringem o natural curso das coisas... talvez até faça sentdo.
Enfim, insurjamos-nos para preservar o que de bom temos e quem levar a mal não está por bem (neste caso).
Desculpem a nostalgia e o texto maçador em jeito de desabafo, mas hoje estou assim.
Abraço