Pesqueiro
Pesca em Águas Oceânicas => Spinning / Pesca ao Corrico => Tópico iniciado por: Braga em 20:02 Segunda, 13 de Janeiro de 2014
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Boas.
Após a devida autorização do autor, António Simões, aqui fica mais este escrito, que veio do "Sítio do Pescador".
As chapas no corrico como as fazer e utilizar
Corricar é movimento. Saber usar todas as suas variantes e formulas para encontrarmos robalos é um passo a mais no impulso criativo do nosso mundo da pesca.
Assim como a Humanidade cresce por impulsos criativos depois de décadas de letargia, a nossa modaildade preferida evolui ..porque existirá sempre alguém a tentar fazer melhor.
Assim, não sendo inventor de nada, apenas tento desenvolver variantes que não sendo dificeis de executar e montar, carecem sempre do factor compulsivo dos seus criadores.
A pescar, pescando, executando cada lance e saber quais as regras da fasquia da robabillidade do sucesso, depois de muitos erros acumulados ao longo de inumeras saídas de pesca.
Primeira fase: O que é chapear?? Esta designação uso-a porque ainda não verifiquei no glossário de pesca desportiva o termo apropriado.
Os nossos Hermanos , criaram a palavra "chivo" , mas isto não é um chivo . Zagaiando também não é porque os movimentos e adaptações das zagaias a este sistema não se aplica.
Pelo que espero que com o tempo e a divulgação desta variante de corrico , estas chapas que existem já no mercado , principalmente no norte de Portugal e originárias da Zona de Viana do Castelo a Moledo(a proximidade geográfica com Espanha) se espalhem pelo País e que o forum "O Sitio do Pescador" seja impulsionador desta modalidade por todo o País.
Os materiais:
Conforme podem ver pela primeira foto precisamos de :
- Chapas cromadas de varios pesos que oscilam entre as 20 grs e 80 grs.( a gramagem de cada uma vai ser fundamental para adaptar a mesma ás condições fisicas do pesqueiro apresentado )
-Zagaias de várias cores e tonalidades. Procuro-as sempre nos saldos da Declathon, por valores de 1 euro a 2 euros cada.
-Anzois mustade, aberdeen de varios tamanhos em função do tamanho dos cações,raglous que pretendemos montar.
- Vinis, raglous,deltas, cações, etc.
- Anilhas (split ring) das melhores do mercado tamanho 12 mm da Okuma,ou outra marca, resistentes á corrosão, o que infelizmente a maior parte delas não o são.
-Destorcedores rolling de alfinete de varios tamanhos
- Agrafos inox varios tamanhos
-Destorcedores bronze ou outros bons e que não oxidem
-Oleo fino das maquinas de costura
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Sua montagem
As chapas cromadas ou niqueladas não trazem anzois triplos, as zagaias sim pelo que devemos retirar os mesmos.
Agora vamos adaptar a melhor amostra a cada tipo de chapa. Se temos uma chapa ou zagaia de 20 grs não devemos colocar um raglou de 14 mm na mesma.
Colocaremos então para chapas pequenas , amostras pequenas e chapas médias de 40 a 60 grs amostras médias e grandes, ou chapas grandes 60 a 80 grs , amostras grandes.
Côr das amostras. Sendo esta técnica pratica corrente no periodo diurno , usaremos as tonalidades que são usuais para de dia.
Verdes, azuis, brancas, brilhantes , adaptando a côr ao meio ambiente do momento.
A côr branca é uma cor todo o terreno.
Em aguas brancas, abertas, lusas, verdes, oxigenadas, tapadas, é uma cor que contrasta com todas as cores das chapas e uma cor sempre com resultados fantasticos quando os robalos andam a caçar nos areios por debaixo do rebojo da vaga.
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Agora escolhida a chapa e a amostra chegou o momento da sua união.
Como vêem é facil, o que se pretende é que o anzol sendo curto haja uma ligação correcta da amostra á chapa.
Poderiamos usar um anzol aberto VMC, torto nº 3/0 directo ao destorcedor e fazer a ligação mais rápida, mas são anzois muito grandes e a perca de um conjunto numa pedra submersa é demasiado facil de acontecer.
Assim uso anzois mais pequenos que se abriguem debaixo do peixe e não tenha tantas percas.
Como podem ver agora temos vários conjuntos montados, adaptados ás cores da agua no momento.
A presença do oleo de costura na foto e indicações onde deve ser usado , é porque em cada sessão de pesca , após , devem lubrificar todo o conjunto nos pontos indicados.
Caso não o façam , na proxima saída de pesca todo o conjunto está oxidado.
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Como as usar
Fazemos uma ligação directa com mono 0,35 na madre.
E agora estamos prontos para pescar. Ao amanhecer é importante a utilização das chapas.
Por vezes chegamos ao mar e as condições da cor de agua,rebojo e mar alterado não permitem a utillização do buldo.
Mas esperem aí!!A pesca ainda não acabou!!! Se temos um areio á nossa frente, colocamos uma chapa de 60 grs e procuramos fundo os robalos pois eles estão a caçar camuflados sob a capa de agua.
Se é só areia no pesqueiro podemos corricar mais devagar, com arranques sucessivos e velocidades alternadas.
O carreto tem de ter um ratio alto e que seja fiavel e duravel.
Se temos fundos mistos temos de recolher mais rapido.
Geralmente o ataque surpresa dos robalos é quando a chapa afunda e levanta subindo.
O ataque é brutal , pois estamos a pescar directos e o peixe tem tendencia, mesmo os grandes a atonar rapidamente e lutarem á superficie.
Se estamos com fundos de pedra pela frente, devemos procurar os regos mais fundos e as vagas que sobem de encontro á pedra.
Aí devemos utilizar as chapas de 20 grs, e tactear o fundo com pequenas paragens.
Se estamos em zonas de fundos e a pescar alto então devemos usar chapas de 40 grs e deixar afundar e recolher rapido.
O que interessa neste tipo de conjuntos é a sua mobilidade, sondagem e côr atractiva.
O que provova a irritação de um robalo é a sua morbida curiosidade de verificar tudo o que mexe á sua frente.
A cor do conjunto e o trabalhar da cauda do artificial e a sua velocidade aguçam o apetite voraz do robalo perante a presa que foge á sua frente....
Por fim apresento-vos as chapas vendidas no mercado.
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Como podem verificar um anzol Vmc torto é adaptado ao raglou procando-lhe aquele tornear que a imagem apresenta, seguido de um destorcedor ligado á chapa. Segundo as explicações dos vendedores e "expertos" da matéria é de que provocando este movimento helicoidal á amostra , isto provoca som, dando o aspecto de uma angula fugindo da sua presa...
Se me perguntarem se as diferenças justificam a capacidade de tirar mais peixe umas e outras, é de que estupidamente o nosso orgulhoso labrax , nas sua voracidade implacavel quando anda a comer na beirada, ataca indiscriminadamente qualquer tipo de amostra. O seu caracter selectivo é para outras nuances de corrico que não são estas que agora apresentamos. Lembrem-se sempre que quando eles andam a comer por terra, á distancia de um lançamento de uma cana é porque não tem alimento por fora...Eles vem para comer , para se alimentar, procurando algo, não é para fazer turismo...
Boas corricadelas
Autor- António Simões
Fiquem bem.
Braga
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Boas
Continuação, com respostas:
Como já referi , em aguas de inverno mais tapadas prefiro sempre o amanhecer, e durante o dia até o sol se pôr.
De noite , só com aguas muito lusas e noite de quartos de lua ou luas novas em cima apenas de areios.
Para isso terá de mudar a amostra para cores negras, vermelhas. Ou deltas pretas, pingalins desde o roxo, laranja,castanho,preto,vermelho,, verde tinto, verdes opacas. De noite o robalo não vê tv a cores, mas uma mundo difuso a preto e sombras.
O efeito contrastante da amostra é mais importante que o conjunto da chapa ou outro factor.
Não aconselho usar este tipo de amostras em qualquer situação de aguas tapadas de noite.
Um abraço
António Simões
Fiquem bem.
Braga
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mais 1 bom post,obrigado pela partilha e ajuda... ;) ;) ;)
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Palavras para quê ?! Muito bom :fixe:
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Boas
Em nome do autor só me resta agradecer.
Fiquem bem.
Braga
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Boas
Em nome do autor só me resta agradecer.
Fiquem bem.
Braga
boas
eu é que agradeço pois temos aqui de mâo beijada por assim dizer muitas horas de experiênçia palmilhada e agora pode mos nós utilizá la a nosso proveito.
abraço
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Boas
Continuação, com respostas:
Como já referi , em aguas de inverno mais tapadas prefiro sempre o amanhecer, e durante o dia até o sol se pôr.
De noite , só com aguas muito lusas e noite de quartos de lua ou luas novas em cima apenas de areios.
Para isso terá de mudar a amostra para cores negras, vermelhas. Ou deltas pretas, pingalins desde o roxo, laranja,castanho,preto,vermelho,, verde tinto, verdes opacas. De noite o robalo não vê tv a cores, mas uma mundo difuso a preto e sombras.
O efeito contrastante da amostra é mais importante que o conjunto da chapa ou outro factor.
Não aconselho usar este tipo de amostras em qualquer situação de aguas tapadas de noite.
Um abraço
António Simões
Fiquem bem.
Braga
o que são areios?? são cabeços?
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Ivo
Tudo bem companheiro?
Areios,,, são fundos de areia ;)
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tudo em altas..afinal eu ja tava a complicar eheh abraço
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Mais um topico 5 estrelas :)
Eu que me iniciei no corrico ha pouco tempo é sempre uma mais valia embora o amigo Rasta já me deu uma boa lição em relação as chapas e até mm umas para me iniciar :301:
Obrigado pela partilha ;)
Cumprimentos
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Cada coisa que escrevo custa-me como se fosse um ferro quente no lombo porque sei que vou ser extremamente "morcão" mas eu quero aprender por isso deixem-me!!! ^-^
Depois disso montado, entra logo na madre certo? não se utiliza mais nada?
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Como no spinning: direto à madre, ou mais habitualmente com um chicote curto (1m-1.5m) de um fio mais grosso.
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Depois disso montado, entra logo na madre certo? não se utiliza mais nada?
António Simões para mim é um "master" na arte de corricar, não só pelos 40 anos de experiência que tem, como também pelos saberes que adquiriu e que publicou em revistas da especialidade e fóruns.
Quanto à tua pergunta, neste tipo de montagens, as zagaia ou as chapas têm o seu próprio lastro (20, 40, 60, 80 e mais gramas).
Sendo assim não há necessidade de mais nada, liga-se diretamente à madre e toca a lançar.
Quem pesca com multifilamento e por este ser muito sensível à abrasão nas rochas, faz-se um chicote de nylon 0,40 a 0,50 mm de 1 m a 1,5 m mais coisa, menos coisa.
Está percebido?
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Já estou bastante esclarecido ! Grande obrigado.