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Autor Tópico: Anchova (Pomatomus saltatrix)  (Lida 5350 vezes)

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Offline Rui Viveiros

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Anchova (Pomatomus saltatrix)
« em: 01:50 Domingo, 20 de Dezembro de 2015 »
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Actinopterygii
Ordem: Perciformes
Família: Pomatomidae
Género: Pomatomus
Espécie: P. saltatrix

Anchova/enchova tem como nome cientifico Pomatomus saltatrix é vulgarmente conhecida como bluefish... Também são chamadas de piranhas marinhas, por alguns pescadores e quando pequenas por Anchovetas.

Voracidade é a palavra que melhor define o comportamento da anchova. Capaz de se alimentar até de membros de sua própria espécie, por isso os cardumes tendem a ser homogêneos no comprimento de seus indivíduos. Reproduz-se em alto mar e desovam milhares de ovócitos pelágicos.

Tem corpo alongado e comprido, com coloração variada entre azul-esverdeado a cinza escuro, na região dorsal. A boca está ornada de afiados dentes triangulares e a mandíbula é acionada por poderoso músculo adutor. Possuem flancos prateados e ventre branco. A nadadeira caudal é grande e furcadas, geralmente negra, e confere excelente propulsão e grandes arrancadas. Atingem pouco mais de 15 kg e ultrapassam 1 metro de comprimento. Possuem duas nadadeiras dorsais separadas, a primeira é espinhosa e a segunda, ramosa. A nadadeira anal apresenta comprimento ligeiramente menor se comparada com a segunda dorsal e são quase simétricas.

No mundo da pesca é um peixe popular no seio dos praticantes de pesca desportiva de todo o mundo. Tem tudo o que os praticantes deste desporto procuram: é muito agressiva e proporciona uma luta sem piedade caracterizada por saltos e pela brutalidade das suas investidas sem fim.

Devido à sua voracidade, é um peixe que pode ser pescado através de muitas técnicas de pesca, quer se utilizem iscos naturais ou artificiais. É no entanto a pesca com artificiais a mais aliciante e emotiva de todas, nomeadamente através da prática do spinning – lançamento de amostras directamente ligadas à linha do carreto. Quanto a estas, existe uma infinidade de modelos que podem ser utilizadas na pesca deste peixe.

Captura, cuidados e conservação
Pescar apenas os peixes que vai consumir e não praticar uma pesca destrutiva. Só através de uma pesca racional poderemos continuar a ter estes peixes por muito tempo nas nossas águas. O pescador desportivo não faz tantos estragos como o pescador profissional, mas também contribui para a escassez de peixe. As anchovas possuem na sua constituição uma grande quantidade de gorduras insaturadas e a oxidação destas e consequente degradação da carne do peixe, são inevitáveis! O processo de congelação altera bastante o sabor deste peixe; devem pois ser consumidas o mais depressa possível.


Caso se pretenda levar alguns exemplares para casa, outro aspecto muito importante a ter em conta durante a sessão de pesca, é mantê-las obrigatoriamente afastadas do vento e calor, para não secarem rapidamente.

Deve ser sempre utilizado um alicate de pontas para remover os anzóis e tomado especial cuidado com os dentes destes peixes, pois mordem a sério! As dentadas são perigosas e desagradáveis, podendo (se o exemplar for médio) arruinar a sessão de pesca, obrigando a uma ida ao hospital para suturar os dedos/mão.

O adversário deve ser sempre respeitado após a captura (caso não se pretenda proceder à sua devolução); deve ser imediatamente morto, inserindo para tal uma faca no cérebro – incisão efectuada na zona inferior. Poupar-se-á desta forma sofrimento desnecessário ao peixe e simultaneamente diminuir-se-á substancialmente a formação de ácido láctico no tecido do animal, evitando desta forma uma perda de qualidade da carne.

Anchova - mitos e verdades

"Na pesca deve-se utilizar sempre um baixo de linha em aço"
Falso. Os baixos deste tipo apenas devem ser colocados quando se pesca com borrachas pequenas ou pequenas amostras rígidas, que pela reduzida dimensão possam ser engolidas. Uma amostra de tamanho normal só em casos muito raros é perdida devido a um ataque na zona frontal da mesma, pois estes peixes têm por hábito cortar as presas pela zona central.
Por outro lado, a rigidez do aço faz com que o movimento das amostras seja menos atraente. Em muitos casos o número de ataques pode ser inferior porque os peixes desconfiam mais. Para terminar, em caso de rutura, a linha de aço constitui uma séria ameaça para a integridade do animal, podendo causar a sua morte (há três anos capturei um exemplar muito magro que arrastava uma linha de aço).

"As amostras devem ser recolhidas a grande velocidade"
Conceito relativo. Depende das circunstâncias e dos lugares. Estes peixes são velocistas mas em determinadas ocasiões atacarão as amostras recolhidas a média velocidade. Vai depender do ambiente em que estão inseridas e do seu grau de excitação.

"São peixes vorazes e pouco seletivos, que atacam tudo o que se mexe"
Falso. Apenas é possível constatar este comportamento em condições muito, mas muito especiais. Na maioria das ocasiões a apresentação terá que ser o mais realista possível e de forma a imitar as presas que os peixes estão a consumir (isto independentemente de reagirem também por excitação). Se estiverem a comer carapaus/sardinhas pequenas, recusarão grandes amostras. Por outro lado, se estiverem a perseguir peixes voadores (de perfil mais alongado), atacarão amostras de silhueta longa sem hesitar.
Quanto à cor, esta também é determinante em muitos casos.

"No combate, deve-se baixar a cana para evitar que o peixe se liberte"
Falso. Este procedimento é muitas vezes visto, e praticado mesmo por pessoas com muitos anos de pesca. Na luta do peixe, o pescador deve seguir sempre atentamente os seus movimentos e acompanhar sempre os saltos, de modo que durante os mesmos o peixe nunca salte livremente, o que em muitos casos permitirá que este sacuda a amostra. A cana deve ser sempre mantida alta.

"Amostra grande/peixe grande"
Verdade. As anchovas são peixes que por norma atacam peixes grandes, chegando mesmo ao ponto de predarem indivíduos da mesma espécie. São animais valentes e não hesitarão em atacar presas muito maiores se tiverem oportunidade de lhes jogar os dentes. No sul de Espanha, são épicas as caçadas destes peixes às grandes tainhas portuárias e mais espetaculares ainda as perseguições aos peixes voadores em Portugal.
Por norma amostras grandes permitem pescar os colossos desta espécie.

"Pode ser pescada com material utilizado para outros predadores costeiros"
Não é bom procedimento. As amostras das espécies muito menos combativas (robalo e baila) não se encontram preparadas para suportar a punição deste animal. Os triplos, as argolas e a própria amostra pagam na maioria das vezes a factura e dão origem à perda de belos peixes.

"Quando está presa, avança e pode cortar a linha"
Falso. O corte da linha costuma ser feito por um segundo exemplar que segue a anchova que está presa e que compete pelo alimento.

"Prefere caçar entre duas luzes"
Relativo. Apesar do amanhecer e crepúsculo serem alturas preferenciais para a maioria dos predadores para caçarem, estes peixes podem ser capturados em qualquer altura, desde que as condições estejam reunidas.

"Os bancos (cardumes) desta espécie possuem exemplares de vários tamanhos misturados"
Falso. Peixes grandes não se misturam com os seus congéneres mais pequenos, pois como referido anteriormente, praticam canibalismo.

"Engolem as presas inteiras"
Não é prática corrente. O modus operandis deste predador consiste em seccionar a presa pela metade e depois devorar o resto.


Características do equipamento
Cana: Deverá ser leve, potente e construída em carbono. O seu comprimento poderá variar entre 2,50m a 3,30m e a sua acção deverá ser rápida. O pesqueiro determinará as dimensões da cana.

Carreto: Não deverá ser grande ou pesado. Deverá sim, ter uma boa recuperação e uma excelente embraiagem.

Linha: As linhas vulgarmente empregues no carreto são em multifilamento. Permitem conseguir obter bons lançamentos através de utilização de diâmetros mais reduzidos e aguentar a luta destes fortes peixes. Uma linha de 30 lb é óptima.

Baixos de linha: Utiliza-se sempre um pequeno baixo de linha – 60 a 100 cm (0,48 a 0,55 mm) para diminuir a rigidez do conjunto, para permitir aguentar o roce da linha e para conferir menor visibilidade. Pode-se utilizar nylon ou fluorocarbono (este último aguenta melhor a fricção e desgaste). A união pode ser feita mediante a utilização de um nó albright. Existem no entanto muito mais opções que poderão ser encontradas na net e posteriormente equacionadas. A utilização de baixos em aço é um erro muito comum e apresenta muitas desvantagens. Fazem com que as amostras trabalhem mal, são muito visíveis e poderão diminuir significativamente a quantidade de picadas ao longo da sessão de pesca. A sua utilização só se justifica em amostras muito pequenas.

Anzóis e argolas: Os anzóis a utilizar deverão ser robustos e muito afiados. A força e os dentes das anchovas não perdoam. O mesmo se pode dizer das argolas que caso não sejam de boa qualidade, serão completamente abertas e destroçadas. Caso as amostras não tragam os elementos referidos com estas características, deverão ser imediatamente substituídos para evitar dissabores.


As anchovas ao spinning

No spinning actual, a pesca com amostras de superfície, destaca-se largamente pela sua espectacularidade e pelo seu maior grau de exigência técnica.
Só uma escolha correcta da amostras, o seu correcto manejo e alguma experiência, poderão conduzir a bons resultados.
A conjugação destes factores, possibilita ao praticante assistir a momentos ímpares, que nos cativam e ficam na memória para o resto dos nossos dias.
Apesar de existir sempre uma percentagem de ataques falhados, qualquer captura nesta vertente é bem mais aliciante.

A beleza da sua pesca e a forma como estes peixes atacam as amostras, não tem paralelo com os outros predadores. A um ataque brutal à superfície, que geralmente consiste num salto imponente em que o animal sai completamente da água, segue-se um combate frenético. O peixe está preso e tenta libertar-se através de potentes fugas para o fundo e de novos saltos, para se tentar libertar dos anzóis que o sujeitam. Neste processo, o nosso adversário explora ao máximo as nossas fraquezas e os pontos fracos do nosso material. Todos os pontos débeis serão aproveitados e os erros pagar-se-ão caros.

Ataques de Anchova em amostra sem anzois
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Espero que tenha gostado de saber mais um pouco desta espécie voraz  :))

Informação retirada da internet (foruns, sites) e parte dela escrita por mim.
« Última modificação: 01:57 Domingo, 20 de Dezembro de 2015 por Rui Viveiros »
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Offline Andrezio

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Re: Anchova (Pomatomus saltatrix)
« Responder #1 em: 04:35 Domingo, 20 de Dezembro de 2015 »
Não é só à amostra que se apanham anchovas. Também se apanham ao fundo e à boia.
 

Offline Rui Viveiros

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Re: Anchova (Pomatomus saltatrix)
« Responder #2 em: 07:00 Domingo, 20 de Dezembro de 2015 »
"Devido à sua voracidade, é um peixe que pode ser pescado através de muitas técnicas de pesca, quer se utilizem iscos naturais ou artificiais. É no entanto a pesca com artificiais a mais aliciante e emotiva de todas"

Amigo eu tinha referido em cima, foquei-me mais no spinning porque é a mais dificil de enganar uma anchova, mas em contrapartida é a que nos da uma luta mais conseguida.

Quando elas nao querem morder o plástico, uso isco vivo á deriva.
Quando nao consigo isco vivo, vai sardinha ou cavala miúda para o fundo ou na boiá consoante as marés.
« Última modificação: 07:05 Domingo, 20 de Dezembro de 2015 por Rui Viveiros »
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Offline PedroMrDias

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Re: Anchova (Pomatomus saltatrix)
« Responder #3 em: 08:58 Domingo, 20 de Dezembro de 2015 »
Um bom trabalho de pesquisa e partilha. Obrigado
Eu até já quase apanhei um peixe!
 

Offline Nelson Peres

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Re: Anchova (Pomatomus saltatrix)
« Responder #4 em: 09:12 Domingo, 20 de Dezembro de 2015 »
Belíssima partilha companheiro. ;)
Nelson Peres
 

Offline duas

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Re: Anchova (Pomatomus saltatrix)
« Responder #5 em: 11:12 Domingo, 20 de Dezembro de 2015 »
Excelente partilha!

Fez -me ter saudades de quando as pescava de barco com o meu pai aqui ao largo de Cascais.

Elas costumavam juntar-se em redor dos cargueiros que fundeiam aqui na baía de Cascais. Eu acho que os esgotos deles atraem as tainhas e elas vão atrás.

A gente pescava-as ao corrico(trolling) com amostras grandes. Dão uma luta espectacular pois dão grandes saltos fora de água.

Têm uns dentes que metem respeito que onde tocam estragam.

A maior que apanhámos tinha à volta de 3kg. Mas pelos vistos crescem muito mais.
Se as pessoas se concentrassem nas coisas realmente importantes na vida, haveria uma grande escassez de canas de pesca.
 

Offline Rui Viveiros

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Re: Anchova (Pomatomus saltatrix)
« Responder #6 em: 16:38 Domingo, 20 de Dezembro de 2015 »
Amigo eu uma vez ferrei uma que devia ser uma bisavó... Monstro... Ainda trabalhei uns 5 minutos mas depois ela engoliu o cabo de aço com 50 centímetros veio a seda com a ponta traçada de uma boa dentada. Jamais me esquecerei da força da bixa...
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Offline Nelson Peres

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Re: Anchova (Pomatomus saltatrix)
« Responder #7 em: 17:03 Domingo, 20 de Dezembro de 2015 »
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Amigo eu uma vez ferrei uma que devia ser uma bisavó... Monstro... Ainda trabalhei uns 5 minutos mas depois ela engoliu o cabo de aço com 50 centímetros veio a seda com a ponta traçada de uma boa dentada. Jamais me esquecerei da força da bixa...

Não poderá ter sido outra a partir o fio ?! Pelo que li quando uma está presa vêm outra no socorro..
Nelson Peres
 

Offline Rui Viveiros

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Re: Anchova (Pomatomus saltatrix)
« Responder #8 em: 19:24 Domingo, 20 de Dezembro de 2015 »
Ela engoliu mesmo porque ela estava proxima e deu para ver ela soltando-se.
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Offline Dalai_Lipe

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Re: Anchova (Pomatomus saltatrix)
« Responder #9 em: 02:39 Sábado, 27 de Outubro de 2018 »
Grande texto Rui Viveiros.
Obrigado pela partilha.
Sou um grande amante, do spinning aos robalos, sendo que ultimamente tem vindo a crescer a vontade de tentar esta espécie, sobre a qual ainda conheço muito pouco.
Um abraço.
"mais vale um mau dia de pesca, do que um bom dia de trabalho"
 

 

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