collapse

Autor Tópico: As minhas Bodas de Prata  (Lida 5460 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão a ver este tópico.

Offline Quantum

  • Marlin
  • *****
  • Mensagens: 1109
  • Agradecido: 104 vezes
    • Alentejo, terra mágica...
  • No Pesqueiro desde:
  • 10:07 Terça, 24 de Dezembro de 2013
As minhas Bodas de Prata
« em: 17:23 Quarta, 26 de Novembro de 2014 »
   Ultimamente, e como é já normal nos fins de ano, não tenho tido, por motivos profissionais, quase tempo nenhum para a pesca. Durante a semana trabalha-se, aos fins de semana adianta-se o maximo de trabalho possivel para a semana seguinte e as, poucas, horas livres que sobram são dedicadas aos trabalhitos aqui da quinta e á familia...  é chato mas é a vida que escolhi/me foi destinada!
 
   Mas, mesmo quando não tenho disponibilidade nenhuma para a pesca, a mesma nunca abandona o meu espirito e são varias as vezes em que, não podendo ir á pesca fisicamente, o faço em pensamento. Penso nas pescarias que fiz ao longo do ano, nas ilações que delas consegui retirar, penso no material que precisa de manutenção, penso no material que preciso comprar, penso, penso, penso...

   Num destes dias, durante uma dessas seções de pesca mental, dei por mim a pensar nos já longos anos que levo disto e apercebi-me que já lá vão 28 anos desde a primeira vez que experimentei pescar e 25 desde que comecei a pescar “a serio”, as minhas bodas de prata piscatorias portanto, o que, para alguém que vai agora fazer 31 anos não deixa de ser significatico e de assinalar. Pensei no que eu mudei ao longo destes anos e naquilo em que a propria pesca mudou. Na evolução que houve em muitos aspectos mas também na regressão que houve noutros. Quando me iniciei nas lides piscatorias, por mão do meu pai, do meu padrinho, dos meus tios  e do meu saudoso avô, as coisas eram, quando comparadas com os dias de hoje, muito mais simples, mais ingenuas, mais puras...

   Comecei, quase como todos os meus primos da mesma faixa etaria da minha, por acompanhar os meus familiares nas suas jornadas, naqueles tempos as mesmas eram um verdadeiro acontecimento para nós, crianças, e ansiavamos durante toda a semana que chegasse o sábado que era, normalmente, o dia da “faina”. Usavamos canas da india ás quais se atava um pequeno bocado de nylon, boias feitas de rolhas de cortiça e chumbos fendidos que eram feitos á mão por um tio meu que sempre teve gosto por essas “artes”, numa especie de pesca á Francesa rudimentar. Deslocava-mo-nos principalmente para as ribeiras aqui da zona que naquela altura estavam cheias de Bordalos, Bogas, Barbos, Verdemãs, Lampreias e, até mesmo, alguns raros Cabozes de agua doce.  Como é obvio estamos a falar maioritariamente de peixes que não davam grande luta nem atingiam grande tamanho pelo que era mais uma pesca de quantidade do que de qualidade. Ocasionalmente lá se conseguia enganar um Barbito mais afoito que, na maioria das vezes, acabava por partir a montagem e pirar-se (lembrem-se que pescavamos directo...  carretos era algo com que nem sonhavamos ainda).

   Foram tempos verdadeiramente alegres em que qualquer ribeirita tinha peixe em quantidade e estavam quase todas interligadas uma com as outras, a poluição, a construção desenfreada de barragens e açudes em tudo o que seja curso de agua, a introdução ilegal de especies exoticas  e, principalmente, a pressão de pesca eram problemas que ainda não se faziam sentir de forma muito acentuada. 

   Por esta altura (por ocasião do meu quinto aniversario) recebi, como prenda, do meu padrinho a minha primeira cana e o meu primeiro carreto. Era um conjunto barato (composto por uma cana de fibra de vidro com 1,8m, um carreto e algumas boias e anzois) que se costumava ver muito á venda nas feiras e que, como é facil de adivinhar, não primava pela qualidade. No entanto esta foi, para mim, talvez a melhor prenda que já me deram até hoje! Não pelo seu valor monetario mas por tudo aquilo que ela significou para mim. Em simultaneo, nessa altura, o meu pai teve que emigrar para a Alemanha em busca de trabalho pois Portugal, nesse aspecto, estava um pouco como hoje em dia, “pós-troikado” e com uma taxa de desemprego galopante pelo que, tendo uma esposa, 2 filhos e uma casa para sustentar não teve outra alternativa que não procurar sustento noutras paragens.

    Durante o periodo da sua ausência vi-me um pouco entregue a mim mesmo no que á pesca diz respeito pois a maior parte do que sabia tinha-me sido transmitido por ele. De qualquer forma lá comecei a fazer as primeiras jornadas com cana e carreto, agora já podia começar a explorar outras técnicas que antes me estavam vedadas, nesta altura comecei então a dedicar-me ás duas especies que se viriam a revelar as minhas 2 grandes paixões, as Carpas e os Achigãs! Já antes tinha tirado exemplares de ambas as especies mas tinham sido apenas capturas ocasionais. Nas carpas comecei a pescar com boia a correr, assim a modos que uma especie de Bolonhesa, e ao fundo com chumbadas ou molas de arame que se enchiam de engodo, ou seja, os primordios do feeder que se pratica nos dias de hoje. Os Achigãs pescava-os á boia com isco vivo (bordalos, gafanhotos, grilos etc etc) e ao spinning com as unicas amostras a que tinha acesso nessa altura, colheres rotativas que se usavam para as trutas. Convém aqui recordar que naquela altura, ao contrario dos dias de hoje, apenas havia uma loja de pesca aqui na minha zona, e o material que a mesma tinha não se pode de maneira nenhum comparar aquilo que é a realidade de uma qualquer loja hoje em dia que tem sempre em stock milhares de amostras diferentes. Não! Naquela altura não havia nada que se parecesse, tinhamos as medalhas e as originais Rapala Original Floater que infelizmente não podia comprar pois eram carissimas.

   Quando o meu pai finalmente voltou da Alemanha trouxe alguns verdadeiros tesouros, para mim e para os meus primos,  4 Rapalas Original floater, 2 Hedon que já não me recordo qual era o modelo, algumas medalhas rotativas e...  1 pacote de grubs de uma marca Alemã para cada um! Os primeiros vinis para pesca que eu vi em toda a minha vida  :)...

   Tudo isto que relatei até agora foi-se passando ao longo do fim da decada de 80, primeira metade da decada de 90, com o passar dos anos comecei a pescar cada vez mais nas barragens em detrimento das ribeiras porque era onde se capturavam mais Carpas e Achigãs, nesta altura as capturas eram muito faceis quando comparado com os dias de hoje, os peixes não sofriam nem metade da pressão de pesca que sofrem nos dias de hoje pelo que era relativamente comum fazer grandes pescarias, aliás, as grades é que eram a excepção á regra. Tiravam-se regularmente achigãs acima dos 2kg, tirei o meu primeiro acima desse peso“sem saber ler nem escrever” quando tinha 10 anos, e as carpas eram aos pontapés. As restantes especies também tinham numeros abundantes e ainda se tiravam algumas Trutas no rio Sever. Ao longo da segunda metade da decada de 90 e até ao passar do milénio fui melhorando aos poucos o meu estojo, primeiro com ofertas de material por parte do meu pai e mais tarde com dinheiro que ganhava nas ferias fazendo pequenos trabalhos para a familia.

   Por alturas da passagem do milenio dei aquele que foi talvez o maior passo na minha “carreira de pescador”! Os meus pais compraram-me uma mota o que me deu, pela primeira vez, total autonomia, e, 2 anos mais tarde, comprei o meu primeiro carro. Agora já não tinha que me sujeitar aos seus horarios e horas livres e podia ir á pesca sempre que me apetecesse. Para além disso pude finalmente começar a explorar locais a que nunca tinha podido ir, novas ribeiras, novos rios e novas barragens, foi como que um admiravel mundo novo que se abriu á minha frente e as possibilidades eram quase inesgotaveis. Durante os anos que se seguiram capturei Trutas na Serra da Estrela, Savelhas no Guadiana, Achigãs em Santa Clara, Carpas em Castelo de Bode, Barbos no Douro, Lucios no Azibo, Tencas no Vascão etc etc...

   Foi também por esta altura que tive as minhas primeiras “internacionalizações”! Comecei a ir cada vez mais para Espanha com os meus primos, galgamos milhares de quilometros sempre na procura do “el Dorado” piscatorio, pesquei em Alcantara, no Cedillo, em Villar de Rey, na Alange, em Orellana, em Garcia Solla, no Guadalquivir, na Sierra Brava etc etc. Nessa altura comprava todas as publicações de pesca que encontrava, nacionais e estrangeiras, e certa ocasião, ao ler a revista FederPesca, descobri pela primeira vez que haviam Siluros em Espanha, foi apenas uma questão de tempo até me deslocar ao Rio Ebro para fazer uma jornada aos mesmos. Eles não colaboraram (apenas tirei 2, pequenos) mas foi onde pela primeira vez tive contacto com os Luciopercas e fiz algumas capturas dos mesmos.

  Ao ler as revistas tive também pela primeira vez contacto com o Carpfishing. Eu sempre tive uma febre pelas Carpas e tudo o que fosse novas tecnicas para captura das mesmas era assunto do meu interesse. Ao ver nos artigos aqueles verdadeiros monstros que eles apanhavam decidi de imediato que aquele era o caminho a seguir. No entanto a informação era muito escassa. Em todo o Portugal deveria dar para contar pelos dedos de uma mão as pessoas que a praticavam e eu naquela altura ainda não tinha descoberto o maravilhoso mundo da internet. No entanto, se há virtude que eu sempre tive foi a arte do desenrascanço! Através dos artigos e das sua fotografias lá fui aprendendo a coisa e pondo em pratica as minhas proprias versões das montagens e receitas que via...  com resultados! Também no spinning foi uma altura de verdadeira revolução, começaram a surgir cada vez mais amostras diferentes a preços cada vez mais acessiveis. Apareceram no mercado os vinis em toda a sua infinita variedade o que veio revolucionar a pesca ao Achigã. Também nas canas e nos carretos começou a aparecer cada vez melhor material e mais acessivel ao comum dos mortais. Também por esta altura comecei a aventurar-me cada vez mais na Internet, eu sempre fui um bocado averso ao mundo online, nenhuma razão em especial mas sempre fui assim...  old school, mas houve uma altura em que tive de me render á mesma, mais que não seja pela quantidade enorme de informação que lá existe, seja de novas tecnicas, novos locais e até mesmo novas especies.

   Contudo, nem tudo foi positivo nesta altura e nem todas as informações, que passaram a estar ao alcance de todos, foram correctamente utilizadas. A decada passada foi a pior decada no que ao aumento da pressão de pesca, da poluição e, principalmente, da introdução de especies ilegais diz respeito! No espaço de poucos anos foram introduzidas/chegaram ás nossas aguas algumas especies terriveis para as autoctones como  as Luciopercas, os Peixes gatos negros, os Alburnos, os Siluros, os Bagres de canal e a lista continua e aumenta ano após ano! Com o escalar de todas estas situações os numeros das especies nativas começaram a cair a pique, chegando mesmo a desaparecer de alguns lados, desapareceram as Trutas do Sever, desapareceram os Cabozes do Caia, desapareceram as Bogas do Maranhão, desapareceram os Bordalos do Lucefecit etc etc :(...

   Também a pressão de pesca atingiu niveis insuportaveis, com a verdadeira enxurrada de informação que passou a estar disponivel para todos, com os materiais de qualidade a ficarem cada vez mais acessiveis para todas as carteiras cada vez se começou a ver mais e mais pescadores. Ora não haveria nenhum problema nisso, antes pelo contrario, se todos soubessem praticar uma pesca responsável e respeitadora do meio ambiente...  mas não foi isso que aconteceu :(! Desde malta que retinha tudo o que capturava, sem respeito pelas medidas minimas e periodos de defeso, a malta que deixava os pesqueiros cheios de lixo, o que levou a que muitos proprietarios de terrenos  simplesmente proibissem a pesca nas suas propriedades (e quem os pode censurar?) a terminar em alguns verdadeiros atentados ambientais patrocionados pelo proprio estado como a construção desenfreada de barragens e açudes em tudo o que é curso de agua sem a minima consideração pelos ecossistemas que aí existiam, sem sequer se darem ao trabalho que construir escadas de passagem que permitam aos peixes migradores fazerem as suas viagens para montante e jusante por altura das desovas  :no2: :no2:, e podia ficar aqui o resto do dia a relatar situações, destas e doutras, que me fartei de presenciar ao longo dos anos.

   Com isto vamos chegando cada vez mais perto dos dias de hoje, há 5 anos abracei um novo desafio profissional que, sendo bastante recompensador e motivante, tem a agravante de ter alturas em que não me deixa tempo para nada. O numero de jornadas feitas por ano foi descaindo, ano após ano, até culminar no ano “horribilis” que foi 2013 em que se fiz uma 15 jornadas de pesca, entre spinning, feeder e carpfishing, foi muito :(. Não será dificil de concluirem que não terá sido só a pesca que se ressentiu mas também o tempo passado com a familia, o tempo dedicado aos meus outros passatempos etc etc. Pelo que no inicio deste ano fiz uma promessa a mim mesmo que ia abrandar um pouco o meu ritmo profissional pois nem o dinheiro é tudo nem tudo pode por ele ser comprado. Felizmente consegui cumprir essa promessa e este ano a coisa voltou um pouco á normalidade tendo eu feito, até á data, cerca de 70 jornadas de pesca :).

   E “prontos”, chegamos aos dias de hoje , e com eles, o fim desta retrospectiva das minhas bodas de prata piscatorias, destes 25 anos passados com uma cana na mão, nas margens de 1001 barragens em busca do “big one”. Eu sei perfeitamente que o saudosismo é uma caracteristica intrinseca de nós, Portugueses, como povo. Temos, e sempre tivemos, tendencia para valorizar mais o passado em vez de nos concentrarmos maioritariamento no futuro, pelo que estar agora aqui a dizer que naqueles tempos é que era seria um pouco redundante. E quero deixar aqui claro que pelo menos no que á atitude perante a pesca e no respeito pela natureza diz respeito se tem notado uma significativa melhoria com estas novas gerações de pescadores que agora começam a despontar, no entanto, continuo a ter muitas reservas em relação ao futuro da modalidade no que ás aguas doces diz respeito. A introdução desmedida de especies exoticas nos ultimos anos veio alterar de forma significativa a forma como se pesca e mesmo os atropelos ambientais ainda vão acontecendo de tempos a tempos. Consequencia disto, quem se inicie nos dias de hoje tem, em simultaneo, a vida mais facilitada por um lado, pois existe monte de informação disponivel, todos têm um ou outro conhecido que pode ajudar na iniciação e os materiais de qualidade estão disponiveis em todas as marcas, em todos os lados e para todas as carteiras, e depois mais dificultada pelo outro pois existe muito menos peixe, principalmente das especies mais desportivas, o que torna as jornadas cada vez mais frugais. Pescarias como tinha há uns 15 anos atrás, em que tirar mais de 150 achigãs num dia não era nenhuma proeza inimaginavel, duvido muito que as volte a ter. E, a não ser que quem nos legisla, e que quem é encarregue de fazer cumprir essa legislação, trate de apertar mais o laço, trate de tornar a fiscalização (a que realmente interessa) mais apertada temo que não venha longe o dia em que muitas das nossas especies nativas não sejam mais do que uma lembrança.

   Quero terminar por pedir desculpa pelo tamanho do “testamento”, e não duvido que alguns, ao abrirem este topico e encararem com esta parede de texto, pensem “Porra! Que testamento, não vou ler isto tudo!”, e até os compreendo mas, é como disse, quando não tenho tempo para ir á pesca dá-me para estes devaneios saudosistas. E não queria deixar de partilhar aqui com vocês estas minhas Bodas de Prata piscicolas  :) :)...



Grande abraço

José Elvas
 

Offline joca 2000

  • Marlin
  • *****
  • Mensagens: 1773
  • Agradecido: 16 vezes
  • OLHA O VAGALHÃO!!!!!!!
    • Afife
  • No Pesqueiro desde:
  • 22:52 Sábado, 22 de Março de 2014
Re: As minhas Bodas de Prata
« Responder #1 em: 17:40 Quarta, 26 de Novembro de 2014 »
Li tudo grande vida pescador  ;)
quanto as trutas no rio sever vai lá que nao podem ter desaparecido todas acho eu
 

Offline Beto_Manja

  • Marlin
  • *****
  • Mensagens: 3304
  • Agradecido: 313 vezes
  • Já tenho saudades de ir à pesca....
    • Benedita
  • No Pesqueiro desde:
  • 09:37 Quinta, 26 de Dezembro de 2013
Re: As minhas Bodas de Prata
« Responder #2 em: 18:07 Quarta, 26 de Novembro de 2014 »
Boas,

O texto é grande de facto mas, com esta qualidade, poderia ser bem maior que eu iria ler, na mesma, tudo até ao fim  ;)
Grande mensagem e belas recordações, parabéns  :aplau:

Obrigado pela partilha :fixe:
Cumprimentos,
Roberto

...e se tiver que me calhar uma grade...
...que seja de minis Sagres!!!
 

Offline Rider

  • Assessor do Pesqueiro
  • Marlin
  • *****
  • Mensagens: 23046
  • Agradecido: 1560 vezes
    • Cartaxo - Baleal
  • No Pesqueiro desde:
  • 23:41 Segunda, 23 de Dezembro de 2013
Re: As minhas Bodas de Prata
« Responder #3 em: 18:16 Quarta, 26 de Novembro de 2014 »
Uma historia de vida.
Obrigado pela partilha.
E agora que venha as de ouro, é certo que com menos peixe, mas que um dia mais tarde também serão recordadas.
Espera o melhor, prepara-te para o pior e aceita o que vier.

Cumprimentos,
José Matos
 

Offline pedro seabra

  • Corvina
  • ****
  • Mensagens: 287
    • Lisboa / Porto
  • No Pesqueiro desde:
  • 17:58 Terça, 01 de Julho de 2014
Re: As minhas Bodas de Prata
« Responder #4 em: 18:40 Quarta, 26 de Novembro de 2014 »
Boa prosa!

Geralmente, textos escritos com prazer não custam a ler, e foi o caso!

Muitos parabéns pelas bodas de prata e continua a partilhar os conhecimentos adquiridos aqui com os maçaricos! (E não só!)

Obrigado!
 

Offline kalvas

  • Gestor do Pesqueiro
  • Marlin
  • *****
  • Mensagens: 15509
  • Agradecido: 1055 vezes
    • Sintra
  • No Pesqueiro desde:
  • 20:48 Segunda, 30 de Dezembro de 2013
Re: As minhas Bodas de Prata
« Responder #5 em: 20:47 Quarta, 26 de Novembro de 2014 »
Só tens que pedir desculpa por não apareceres mais vezes. C:-)

Além de ser uma leitura agradável ficamos com uma certeza.
A pesca para ti também é uma doença.Embora uma doença agradável se é que existe tal coisa.
Também me revejo nalguns pontos como tu - principalmente na idade... 8)
São sem sombra de duvida umas belas linhas de leitura de um môço que desde cedo dá tudo em prol da pesca.Assim fossem grande parte dos nossos praticantes e não teríamos a chamada pressão da pesca.Contamos pelos dedos os praticantes justos com as nossas águas,mas nada de perder esperança porque há por aí malta nova que tem boa visão da coisa.
Manda vir aqui sempre que não tenhas tempo de ir á pesca.

Nós só podemos agradecer estes teus devaneios. ;D

Parabéns pelos tuas bodas de Prata.
Abraço grande amigo.
Trabalhador por obrigação ; pescador por gosto.
 

Offline Marco Santos

  • Corvina
  • ****
  • Mensagens: 454
  • Agradecido: 9 vezes
    • Vila Nova de Gaia / Almada
  • No Pesqueiro desde:
  • 20:29 Segunda, 12 de Maio de 2014
Re: As minhas Bodas de Prata
« Responder #6 em: 21:00 Quarta, 26 de Novembro de 2014 »
Enorme!!!
Parabéns pelas bodas de prata e espero que a prenda tenha o cunho de um porta carretos em prata.... ;)
Não tenho medo de morrer!
Tenho medo é de chegar ao céu e não ter espaço para pescar.
 

Offline Nelson Peres

  • Marlin
  • *****
  • Mensagens: 22472
  • Agradecido: 1434 vezes
    • Portimão - Algarve
  • No Pesqueiro desde:
  • 09:55 Terça, 24 de Dezembro de 2013
Re: As minhas Bodas de Prata
« Responder #7 em: 21:23 Quarta, 26 de Novembro de 2014 »
Assim como tu poderias ficar a horas a relatar essas situações que te fartas-te de ver nas ultimas décadas, também eu ficaria aqui a ler horas a fio o que tão bem escreves. Tocam-me quando as coisas saem lá de dentro e adorei ler a retrospectiva que fizeste misturada com o presente e com a forma como o sentes. Aplaudo de pé, és um escritor fantástico.  =D> =D>

És uma das pessoas que eu quero conhecer. Quando tiveres um tempinho, não te esqueças de nós. Um grande abraço  :fixe:

P.S.- Esse Alentejo, terra mágica é tão longínquo quanto a tua retrospectiva ?!
« Última modificação: 21:37 Quarta, 26 de Novembro de 2014 por NelsonP, Motivo: Acrescentar informação »
Nelson Peres
 

Offline Rui Oliveira

  • Marlin
  • *****
  • Mensagens: 650
  • Agradecido: 2 vezes
    • Gondomar
    • LUXFISH
  • No Pesqueiro desde:
  • 11:53 Sábado, 01 de Fevereiro de 2014
Re: As minhas Bodas de Prata
« Responder #8 em: 22:17 Quarta, 26 de Novembro de 2014 »
porra que grande testamento!! :P :P

Quantum, agora a sério, li o texto todo e no fim nem parece assim tão longo...
São memorias muito bonitas de se ler... eu sou novo nisto e fico a imaginar como será daqui a uns anos...  ::)
Na verdade pescava com o meu avô desde que me lembro de existir, mas infelizmente deixei de ter esse companheiro aos 15anos.... só aos 27anos retomei as pescarias... e agora não me imagino sem pescar....  ;D

obrigado pela partilha

um abraço
Pescar é muito mais que tirar peixes da água!! ;D
 

Offline Rui Marques

  • Boga
  • *
  • Mensagens: 19
  • Agradecido: 1 vezes
    • Setubal
  • No Pesqueiro desde:
  • 21:44 Domingo, 07 de Setembro de 2014
Re: As minhas Bodas de Prata
« Responder #9 em: 22:54 Quarta, 26 de Novembro de 2014 »
Caro amigo, não tem de pedir desculpa pelo "testamento" é de louvar a sua atitude. Partilhou uma história de vida, um exemplo da paixão que se tem pela pesca.
Revejo-me em algumas palavras, e não lhe retiro nenhuma virgula aos parágrafos sobre a situação das águas interiores, no caso da espécie "Achigã" a pressão de pesca é e sempre foi enorme, considerei sempre um problema maior as atitudes de levar para o "saco" todos os que mordessem a amostra, incluído os abaixo da medida estipulada,,,ou seja o desbaste total da massa de água, refletindo-se para as gerações vindouras,,, são opções, mentalidades, filosofias, com muitos etc, etc. Não querendo fugir do contexto, pratiquei mais assiduamente em anos anteriores essa pesca, com participações em algumas competições nacionais e sempre o "pescar & libertar" , hoje não consigo ter tanta disponibilidade para tal, apenas nas férias de verão dá para fazer alguns quilómetros.... O mar ao pé de casa também fala mais alto e a convite de alguns amigos o surfcasting também foi opção que já se tornou num vicio. :)

Mais uma vez parabéns pela sua partilha do "testamento".
Cumprimentos
 

Offline Alexandre Manuel

  • Marlin
  • *****
  • Mensagens: 2511
  • Agradecido: 17 vezes
    • Leça do Balio
  • No Pesqueiro desde:
  • 22:05 Quarta, 25 de Dezembro de 2013
Re: As minhas Bodas de Prata
« Responder #10 em: 22:59 Quarta, 26 de Novembro de 2014 »
Boas

Quantum, eu não vou mentir não li, porque sou um dos portugueses que leio mal, mas a esta hora só penso é descansar o esqueleto, tendo vindo aqui só para ver se havia alguma noticia, acho quando uma pessoa se esforça por escrever tanto, ler só por ler não. Por isso fica a promessa que vou ler tudo.

Boas pescas

P.S. Desculpa a sinceridade.
O dia mais mal gasto de todos é aquele em que não vamos á Pesca.
 

Offline Quantum

  • Marlin
  • *****
  • Mensagens: 1109
  • Agradecido: 104 vezes
    • Alentejo, terra mágica...
  • No Pesqueiro desde:
  • 10:07 Terça, 24 de Dezembro de 2013
Re: As minhas Bodas de Prata
« Responder #11 em: 23:28 Quarta, 26 de Novembro de 2014 »
Obrigado a todos! :)

Não está autorizado a ver ligações. Registe-se ou Entre
Boas

Quantum, eu não vou mentir não li, porque sou um dos portugueses que leio mal, mas a esta hora só penso é descansar o esqueleto, tendo vindo aqui só para ver se havia alguma noticia, acho quando uma pessoa se esforça por escrever tanto, ler só por ler não. Por isso fica a promessa que vou ler tudo.

Boas pescas

P.S. Desculpa a sinceridade.

Ó Alexandre, alguma vez é preciso pedir desculpa? Lê se, e quando puderes amigo, eu proprio sou o primeiro a reconhecer que é uma muralha de texto desmoralizante... ;D


Não está autorizado a ver ligações. Registe-se ou Entre
Só tens que pedir desculpa por não apareceres mais vezes. C:-)

Além de ser uma leitura agradável ficamos com uma certeza.
A pesca para ti também é uma doença.Embora uma doença agradável se é que existe tal coisa.
Também me revejo nalguns pontos como tu - principalmente na idade... 8)
São sem sombra de duvida umas belas linhas de leitura de um môço que desde cedo dá tudo em prol da pesca.Assim fossem grande parte dos nossos praticantes e não teríamos a chamada pressão da pesca.Contamos pelos dedos os praticantes justos com as nossas águas,mas nada de perder esperança porque há por aí malta nova que tem boa visão da coisa.
Manda vir aqui sempre que não tenhas tempo de ir á pesca.

Nós só podemos agradecer estes teus devaneios. ;D

Parabéns pelos tuas bodas de Prata.
Abraço grande amigo.

Obrigado Daniel, abraço para ti e para os teus... :)

Não está autorizado a ver ligações. Registe-se ou Entre
Assim como tu poderias ficar a horas a relatar essas situações que te fartas-te de ver nas ultimas décadas, também eu ficaria aqui a ler horas a fio o que tão bem escreves. Tocam-me quando as coisas saem lá de dentro e adorei ler a retrospectiva que fizeste misturada com o presente e com a forma como o sentes. Aplaudo de pé, és um escritor fantástico.  =D> =D>

És uma das pessoas que eu quero conhecer. Quando tiveres um tempinho, não te esqueças de nós. Um grande abraço  :fixe:

P.S.- Esse Alentejo, terra mágica é tão longínquo quanto a tua retrospectiva ?!

Olá Nelson, obrigado pelas tuas palavras. E não te procupes companheiro, a gente vir a conhecer-se é uma inevitabilidade pois também tu está na minha "lista pessoal". Tenho tido um pouco de azar nas datas dos convivios aqui do pesqueiro, ainda agora com o encontro do sul, aquando da sua marcação, fiquei empolgado mas com pulga atrás da orelha pois já sabia que nesta altura seria complicado, o que veio a revelar-se certeiro pois fui trabalhar no Sábado :(...
Mas descansa que deste ano que aí vem não deve passar de certeza ;)...

PS- O Alentejo mágico é especialmente mágico ali para os lados de Portalegre, se alguma vez para aqui te perderes ou estiveres de passagem apita.
 

Offline João Pinto

Re: As minhas Bodas de Prata
« Responder #12 em: 09:55 Quinta, 27 de Novembro de 2014 »
Eu tenho tempo mas não tanto  >:( >:(


E depois de se começar é impossivel de parar  >:D


Sabias que começamos basicamente pelo mesmo? Quando era puto as minhas férias eram no Alentejo (cabeção) e uma semana em Peniche, a minha primeira cana era uma caninha que se apanhava junto ao rio e um fio, rolha de cortiça e anzol e apanhava-se peixe, em Peniche era com fio na mão, bocado de lapa e vamos aos cabozes ahahahah

A minha primeira amostra foi uma colher rotativa, com uma caninha comprada aos indianos que andavam com as mantas de porta em porta a vender e lembro-me perfeitamente apesar de ser muito miúdo que a minha primeira captura com colher rotativa foi uma perca.

Que venham mais 25 com grandes capturas e quando for aí abaixo vais ter que tirar um dia para pescarmos


 

Offline Quantum

  • Marlin
  • *****
  • Mensagens: 1109
  • Agradecido: 104 vezes
    • Alentejo, terra mágica...
  • No Pesqueiro desde:
  • 10:07 Terça, 24 de Dezembro de 2013
Re: As minhas Bodas de Prata
« Responder #13 em: 12:50 Quinta, 27 de Novembro de 2014 »
Não está autorizado a ver ligações. Registe-se ou Entre

(...)Sabias que começamos basicamente pelo mesmo? Quando era puto as minhas férias eram no Alentejo (cabeção) e uma semana em Peniche, a minha primeira cana era uma caninha que se apanhava junto ao rio e um fio, rolha de cortiça e anzol e apanhava-se peixe, em Peniche era com fio na mão, bocado de lapa e vamos aos cabozes ahahahah(...)

 (...)vais ter que tirar um dia para pescarmos(...)




Já to disse antes, és o pescador aqui do sitio com o qual mais me identifico ;)! Notei-o logo de inicio pois embora discordemos em algumas coisas são muitas mais aquelas em que encontro grandes semelhanças, não só na pesca em si mas principalmente no raciocinio e na forma de encarar as coisas. Descansa que a nossa pescaria está mais que garantida, és outro dos que está na "lista". E seja aqui pela minha zona ou pela tua (o meu proximo passo é voltar a ter tempo para fazer umas viagenzitas piscatorias cá dentro de Portugal pois nos ultimos tempos as poucas que faço são todas para Espanha) é seguro que nos havemos de encontrar em breve.

Abraço
 

Offline Nelson Peres

  • Marlin
  • *****
  • Mensagens: 22472
  • Agradecido: 1434 vezes
    • Portimão - Algarve
  • No Pesqueiro desde:
  • 09:55 Terça, 24 de Dezembro de 2013
Re: As minhas Bodas de Prata
« Responder #14 em: 13:15 Quinta, 27 de Novembro de 2014 »
Não está autorizado a ver ligações. Registe-se ou Entre

Olá Nelson, obrigado pelas tuas palavras. E não te procupes companheiro, a gente vir a conhecer-se é uma inevitabilidade pois também tu está na minha "lista pessoal". Tenho tido um pouco de azar nas datas dos convivios aqui do pesqueiro, ainda agora com o encontro do sul, aquando da sua marcação, fiquei empolgado mas com pulga atrás da orelha pois já sabia que nesta altura seria complicado, o que veio a revelar-se certeiro pois fui trabalhar no Sábado :(...
Mas descansa que deste ano que aí vem não deve passar de certeza ;)...

PS- O Alentejo mágico é especialmente mágico ali para os lados de Portalegre, se alguma vez para aqui te perderes ou estiveres de passagem apita.

Em breve vou até a um canto do Alentejo Mágico e poderia ficar a jeito daí ter perguntado  :) mas por acaso até não fica. Seguramente haverá mais oportunidades  :fixe:
Nelson Peres
 

 

* Tópicos Recentes

Fateixas triplas e duplas por cmov [Hoje às 16:18]

Daiwa prime caster III por Joaol [Hoje às 12:46]

Douradas desde a praia por Bruno87 [Hoje às 12:26]

Spinning Figueira da Foz / Aveiro por rgomesrui [21:51 Domingo, 26 de Outubro de 2025]

Tamanhos anzol vs amostra por rvascov [19:12 Sábado, 25 de Outubro de 2025]

Upgrade de rolamentos carreto shimano xse vale a pena ? por MgoShipher [10:38 Sábado, 25 de Outubro de 2025]

Pesca em pato por PedroP95 [09:44 Sábado, 25 de Outubro de 2025]

Iniciação em Surfcasting por DFishing [10:46 Quinta, 23 de Outubro de 2025]

Ajuda na cana de spinning para carreto shimano por PedroGeraldes [00:14 Quinta, 23 de Outubro de 2025]

Aquário para camarões por nelson sampaio [18:54 Quarta, 22 de Outubro de 2025]