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Autor Tópico: Spinning. Como alterar/quitar amostras 2ª parte  (Lida 3399 vezes)

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Offline FilipePC

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Spinning. Como alterar/quitar amostras 2ª parte
« em: 14:14 Domingo, 22 de Dezembro de 2013 »
                           3º PARTE
                                                                 
                                                                                 
       Agora que já comprámos o material e alterámos as nossas amostras, chegamos a parte mais importante da pesca que é a aplicação dos conhecimentos e técnicas. É lá junto ao mar, que confirmamos ou não as nossas teorias e invenções.
       Para mim apesar de todas as técnicas que possamos usar no spinning com amostras, o mais importante é sempre conseguir chegar aonde está o peixe, nós podemos ter a melhor amostra do mundo para apanhar robalos, mas se não a conseguirmos colocar aonde o peixe está nunca vamos ter hipótese de capturar um.
      Com isto não quer dizer que na maioria das vezes não estejam mesmo aos nossos pés.... mas e quando não estão aos nossos pés mas sim a 80 metros de distancia por trás de uma coroa de areia impossivél de alcançar com amostras normais? ou quando o vento não nos deixa sequer lançar a mais de 15 metros ? ou quando eles se encontram numa camada mais inferior á que normalmente as nossas amostras trabalham, passando por cima deles pensando que não estão lá? ou quando o peixe se encontra por detrás da ultima vaga? O que se faz nessas alturas?
      Claro que podemos usar zagaias, azoianas ou outro tipo de artificio para os capturar, mas será que têm o mesmo efeito que o nosso peixe ferido, que as nossas amostras matadoras?... Sem contar que desta forma podermos poupar bastante dinheiro em material, pois não necessitamos de ter muitas para todos as situações.
      Pois bem, a necessidade de alterar as amostras devesse ao nosso mar de inverno e seus ventos que apesar de muitas das vezes se encontrar o peixe no pesqueiro, nos deixa incapacitados de conseguir pescar e capturar peixe.
      Posso dizer que fiz testes com todas as gramagens e em várias marcas de amostras usando 0.20 de multifilar com ponteira 0.43 fluor e em todas funciona e captura peixe, pois ao contrário do que se pensa, que colocando mais peso do que vem de fábrica elas já não trabalham bem, e não matam peixe.
     Posso dizer que esta ideia que temos é falsa, pois eu já vivi várias situações que me fizeram ver que eu estava errado, que na verdade elas ainda matam mais peixe, pois trabalham em todas as situações de mar e conseguem o mais importante de tudo, chegar onde está o peixe.
     De todos os testes que fiz apenas um deles não permite que a amostra faça o wobling para que foi desenhada. Coloquei 8 gramas em cada fateixa de uma LC, ficando ela com cerca de 36 gramas, com este peso ela simplesmente vem a direito, isto se for efectuado um simples lançamento e recolha da amostra, visto isto pensei, assim não mato peixe! Falso, o mais engraçado é que mesmo sem ela se mexer matou 3 belos robalos, conclusão a que cheguei : simplesmente consegui chegar a eles com a amostra, o que antes não conseguia, isto não quer dizer que seja sempre assim, mas foi a única maneira naquele dia de capturar peixe, que de outra forma não seria possível pois o peixe encontrava-se muito longe. Caso optem por esta solução aconselho vivamente a trabalhar a amostra com toques de ponteira enquanto a recolhem.
      A única contrapartida mas ao mesmo tempo mais valia que ela tem para quem pesca em zonas de muita pedra baixa é a sua total falta de flutuabilidade, pois é necessário atenção redobrada desde o inicio do lançamento até a tirar da água, pois se pararem de recolher ela vai ao fundo, para tal não acontecer, aconselho a corricar com a cana mais ao alto do que é costume e em caso de não haver pedra podem explorar outras camadas de água sem ter que trocar de amostra tornando-se uma mais valia.
     Esta técnica foi inventada para substituir termos que furar as amostras com um berbequim e colocar esferas dentro, pois além de não ser possível colocar quase peso nenhum dentro delas derivado ao espaço que existe no seu interior, também ela após várias utilizações deixava entrar água estragando a amostra, fazendo-a perder o seu rattling. Para além do mais, ao ser uma operação complicada corríamos o risco de estragar uma amostra nova em folha com um pequeno erro de cálculo.
                                                                         

                                                                                 
      Foi no decorrer do inverno de 2011 que senti na pele a diferença que faz uma amostra lastrada, é simplesmente de deixar qualquer um desesperado pois a diferença de uma para a outra é realmente muita por ser mais pesada, isto porque, o mar já não consegue agarrá-la e fazer  o que quer dela, com peso, ela trabalha sempre até a tirarmos da água e não quando o mar quer, com ela lastrada consegue-se lançamentos impossíveis de alcançar com qualquer outra, isto sem contar com o vento, pois desta forma já podemos pescar mesmo com vento de frente ou de lado sem nos incomodarmos com isso, desde que ele não seja realmente forte. Ainda para mais nós não temos que escolher outra por ser pesada mas sim vamos continuar a pescar com a amostra que queremos e que nos garanta peixe de certeza.
     Um exemplo de sucesso entre tantos que eu presenciei foi, estar a spinnar na praia mais 6 pescadores e apenas um dos sete conseguir apanhar 3 robalos bons. Na realidade o peixe estava no pesqueiro mas ninguém conseguia colocar a amostra por detrás da ultima vaga que era aonde eles andavam, ninguém excepto a única pessoa que tinha a amostra lastrada com peso.
     Posso dizer que esta mesma pessoa  num dia ao meu lado juntamente com mais 7 spinneiros tirou 8 peixes sem mais ninguém sentir peixe, uma vez mais os robalos circulavam numa corrente de água a mais de 70 metros.
     Até o meu amigo Filipe que apesar de ser bastante céptico em relação ao lastramento da amostra ficou rendido, pois ao lançar uma amostra modificada por mim com a sua nova Lesath Power Game, ter visto sair quase 100 metros de multi que tinha no carreto a lançar na praia sem vento.
     Espero que nunca tenham o azar de estar ao lado de alguém que usa isto pois é realmente frustrante ver peixe a sair e nem sentirem um toque e caso não reparem na amostra vão pensar sempre que talvez tenha sido uma questão de sorte...:-). Como um senhor pescador uma vez me disse e ficou-me na memória: A sorte é só para quem não entende ou sabe o que está a fazer.
     Quero salientar que não pensem que vão apanhar mais peixe apenas por usar esta técnica porque ela não faz milagres se não souberem aonde anda o peixe. O mais importante de tudo na pesca para mim está sempre em saber ler o mar e por sinal aonde anda o peixe, depois ai sim, como conseguir contrariar as adversidades do mar e do tempo para o capturar.
     Aqui ficam alguns exemplos para terem uma ideia de como pode fazer a diferença em ter ou não ela lastrada com peso.

                                                                 




      Este primeiro exemplo é uma situação de pesca nas duas ultimas horas da vazante efectuada na praia, é um cenário bastante comum nas nossas praias, que derivado ao mar se formam  ao longo da praia cabeços intervalados por agueiros, nesta situação geralmente os robalos têm uma tendência de se encostarem no fundo do declive do cabeço na parte por onde sai a água em direcção ao mar emboscados á espera de comida ou de pequenas presas que a aguagem lhes traga, podendo alimentarem-se sem despender muita energia.
     Aqui temos uma situação em que será necessário lançar a nossa amostra lastrada para cima ou para trás do cabeço com dois palmos de água para que quando ela cai derivado á aguagem, passar encostada ao cabeço no fundo, o que geralmente é quando se sente o ataque do peixe.
    Caso estes cabeços estejam fora do nosso alcance com amostras normais por estarem longe ou por o vento não deixar, provavelmente nem vamos saber que eles lá estavam.




    Neste segundo exemplo nós continuamos a pescar na praia em que temos pouca água no cabeço para o peixe passar, estando ele a aguardar emboscado á espera de alimento por detrás do cabeço.
    Como a nossa distancia de terra até ao cabeço é muita para conseguir chegar lá, somente com a amostra lastrada podemos conseguir chegar ao local onde o peixe circula.



     Neste terceiro exemplo estamos a pescar numa praia bastante funda em que se encontra um cabeço submerso, afastado de mais para as amostras normais.
     Sem a nossa amostra estar lastrada nem ao cabeço chegamos enquanto que com ela lastrada conseguimos passar o cabeço e trabalhá-la a profundidade que queremos, tentando roçar o topo do cabeço em busca dos robalos.
     Esta foi uma situação idêntica à que eu vivi, em que o mar era grande e que além de não deixar trabalhar a amostra, também não era possível colocá-la antes da ultima vaga para que o mar lhe pegasse um pouco menos e que era também onde andava o peixe.
Resumindo, de 6 a pescar apenas um conseguiu apanhar 3 peixes derivado ao peso da amostra.





      Neste quarto exemplo estamos perante uma zona de pedra a pescar na vazante, em que temos o peixe na zona mais funda a caçar, usando a espuma da vaga que cria ao embater na zona mais baixa.
      Este é apenas mais um caso entre tantos outros que pode fazer a diferença em ter ou não a amostra lastrada, pois quando o peixe está relativamente perto da margem, em caso de amostras iguais sempre é possível qualquer um capturar peixe, mas agora quando não está, ai o caso muda de figura, e estando as amostras lastradas, eu tanto pesco perto como longe, com ou sem vento com muito ou com pouco mar.
      Espero ter sido o mais explícito possível neste artigo e que com ele possam tirar proveito em função das vossas pescas ao spinning.
      Tenham na vossa consciência que esta forma de usar as amostras vos pode e vai mudar a percepção do spinning para sempre. Experimentem, e comprovem o que convosco hoje partilho.

       Aqui fica umas capturas efectuadas já com as amostras lastradas com variados pesos, num dia em que o peixe se encontrava longe da costa.






Elaborado por Luís Ramos
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Offline Nelson Peres

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Re: Spinning. Como alterar/quitar amostras 2ª parte
« Responder #1 em: 15:40 Terça, 24 de Dezembro de 2013 »
Que post fantástico. Muito conhecimento. Obrigado pela partilha :)
Nelson Peres
 

Offline Maresias

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Re: Spinning. Como alterar/quitar amostras 2ª parte
« Responder #2 em: 00:33 Domingo, 29 de Dezembro de 2013 »
Muito bom, parabéns!
Mas diz-me uma coisa: como saber o peso ideal a colocar nas amostras, no meu caso são 3 fateixas? E Independentemente do peso adicionado na amostra, ela continua a navegar de forma eficiente, atingindo maior ou menor profundidade de acordo com a velocidade do corrico?
 

Offline FilipePC

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Re: Spinning. Como alterar/quitar amostras 2ª parte
« Responder #3 em: 20:43 Domingo, 29 de Dezembro de 2013 »
Na minha opinião pessoal, o lastro serve melhor em amostras que agarrem mais mar, ou seja amostras que não deixem de trabalhar apesar de lastradas.
Por exemplo as maria, akada, lucky craft, duo.
As saltiga, max rap, duel, sofrem um pouco, em caso de serem quitadas, deve ser menos.
O peso varia, mas o ideal é ganhares entre 3 a 6 gramas máximo.
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Offline Palacius

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Re: Spinning. Como alterar/quitar amostras 2ª parte
« Responder #4 em: 23:17 Sexta, 03 de Janeiro de 2014 »
Grande partilha de conhecimentos. Cumprimentos
Amigo do Amigo
 

Offline robalinho

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Re: Spinning. Como alterar/quitar amostras 2ª parte
« Responder #5 em: 00:26 Terça, 14 de Janeiro de 2014 »
simplesmente fantástico.

abraço
 

Offline kalvas

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Re: Spinning. Como alterar/quitar amostras 2ª parte
« Responder #6 em: 00:10 Quarta, 15 de Janeiro de 2014 »
Isto é um manual de como fazer bem.
Bastante completo e com desenhos e fotos a ajudar.
Um optimo post ó Filipe.
Boa partilha .

Um abraço.
Trabalhador por obrigação ; pescador por gosto.
 

Offline Luis novo

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Re: Spinning. Como alterar/quitar amostras 2ª parte
« Responder #7 em: 09:18 Quarta, 15 de Janeiro de 2014 »
excelente post,parabens pelas capturas. ;) ;) ;)
 

Offline joao magalhaes

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Re: Spinning. Como alterar/quitar amostras 2ª parte
« Responder #8 em: 10:59 Quarta, 22 de Janeiro de 2014 »
Boas,
Realmente um post bem elaborado e bem explicado parabens
e obrigado pela partilha.
A pesca e uma terapia
 

Offline Humberto Domingues

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Re: Spinning. Como alterar/quitar amostras 2ª parte
« Responder #9 em: 12:46 Terça, 28 de Janeiro de 2014 »
Muito bom artigo!
Sabedoria/teoria assiciada à prática.
Parabéns.
A minha dúvida é: com que faz o lastro das amostras?
Parabéns.
Um abraço.
 

Offline Humberto Domingues

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Re: Spinning. Como alterar/quitar amostras 2ª parte
« Responder #10 em: 12:49 Terça, 28 de Janeiro de 2014 »
Peço desculpa.
Coloquei a questão, mas não tinha visto/lido a 1ª. parte.
Resposta encontrada.
Grato pela atenção.
Abraço.
 

Offline Ricardo Teixeira

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Re: Spinning. Como alterar/quitar amostras 2ª parte
« Responder #11 em: 22:25 Terça, 28 de Janeiro de 2014 »
muito bom, fogo, o que a gente aprende com os posts do Filipe  ^-^ ^-^
 

Offline Marcos Maria

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Re: Spinning. Como alterar/quitar amostras 2ª parte
« Responder #12 em: 02:21 Domingo, 02 de Fevereiro de 2014 »
Ótimo post

Parabéns Filipe
"Se deres um peixe a um homem faminto, vais alimentá-lo por um dia. Se o ensinares a pescar, vais alimentá-lo toda a vida."

Lao-Tsé
 

 

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