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Autor Tópico: Spinning. Como alterar/quitar amostras 1ª parte  (Lida 3793 vezes)

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Offline FilipePC

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Spinning. Como alterar/quitar amostras 1ª parte
« em: 14:12 Domingo, 22 de Dezembro de 2013 »
                   Olá a todos.........


     Outono.........vamos entrar num período até finais de Março que é o mais produtivo para o spinning aos Labrax´s. Com a chegada do Outono estendendo-se pelo Inverno, iremos encontrar o maior adversário do pescador de spinning que é o tempo e o mar!
     São estes dois factores que tantas vezes nos incapacitam de conseguir pescar mesmo quando sabemos que o peixe se encontra no pesqueiro.

     Ora vejamos, se contarmos com as nossas amostras que geralmente pesam entre as 20 gramas e raramente as 30 gramas vamos sentir que em muitos dias de pesca que o peso delas não chega aonde nós queremos, ou que apesar da palheta da nossa amostra por norma se agarrar á água fazendo-a trabalhar, o mar derivado á sua aguagem e força simplesmente não deixa, o que faz com que ela em vez de trabalhar na sub-capa, venha  á tona de água, tornando-se inútil continuar a insistir. Por vezes chegamos a ver o peixe na vaga e não conseguimos que nenhuma amostra chegue lá.
    Isto sem contarmos com a outra adversidade do pescador, que é o vento. Vento esse que se não for de feição mas ao invés nos atingir de frente ou dos lados soprando moderado a forte faz com que a amostra sucumba a uma dúzia de pés de nós, creio que quem faz spinning já teve a infelicidade de fazer quilómetros até o pesqueiro e ser traído pela previsão do tempo dizendo que: ou não ia existir vento naquelas horas ou que a direcção do vento era a desejada....e chegando lá reparamos que o filme não foi aquele para o qual nós compramos bilhete.
    Visto isto, cabe-nos a nós alterar as regras do jogo a nosso favor transformando eventuais dias maus de pesca em dias bons com capturas!
    Pois bem, neste artigo vou explicar como enfrentar a natureza, explicando-vos os processos em 3 partes.
 Em primeiro lugar vou falar do material que necessitamos para modificar as nossas amostras;
 Em segundo como fazer a modificação;
 Por último como aplicar nas mais diversas situações , terrenos de caça e seus benefícios.


                                          1º PARTE


      Existem dois materiais que são relativamente baratos para conseguirmos fazer o que queremos, que tanto podem ser, o chumbo ou estanho.

      Falemos do chumbo:
Será necessário que sejam num formato alongado e não redondo pois se for redondo em forma de esfera só nos vais prejudicar e mais tarde irei explicar o porquê.
      Existem dois tipos de chumbicos, uns que são apenas furados que são usados na pesca de bóia e outros que são mais caros mas mais fáceis de usar, que são furados e abertos ao meio facilitando grande parte do nosso trabalho.
      Estes chumbos, que são apenas furados, vêm em caixas pequenas de 100 gramas com vários chumbicos entre as 4 e 8 gramas e aqueles que são furados e abertos ao meio podem-se comprar em caixas com vários pesos que podem ir de 1 grama e meia até 11 gramas ou então escolher uma gramagem especifica para o fim que quisermos dar.
      Aqui têm duas imagens do primeiro caso que falei que é mais fácil de arranjar mas que dá um pouco mais de trabalho de fazer para chegarmos ao resultado pretendido.
      Como se pode verificar, estes chumbicos são apenas furados ao meio e até o diâmetro do furo que trás é muito reduzido, para ficar como queremos, vamos ter que alargar o orifício e depois serrar metade no sentido do furo para que se possam abrir e fechar como quisermos.
      Para efectuar essa operação, vamos precisar de uma broca com o diâmetro que corresponde ao das nossas fateixas e para serrar, de uma pequena serra de lamina fina.
     O resultado final têm que ser igual ao dos outros chumbicos que são mais caros mas que já vêm furados e serrados.
     Nunca se esqueçam neste caso, de comprar uma gramagem superior aquela que querem usar pois ao efectuar o furo com a broca vão remover chumbo e respectivo peso, logo se quiserem usar um peso de 3 gramas, nunca poderão comprar de 3 mas sim de 4 ou 5 gramas pois ao removerem o chumbo ela ai sim ficará com as 3 gramas que pretendem.




                                                                                             

      Se decidirem optar pela segunda solução, é óbvio que vos vai sair um pouco mais caro, pois estes chumbicos já vêm furados com um diâmetro bem maior que os primeiros e também já vêm serrados para uma fácil abertura dos mesmos,  é verdade que são mais caros mas para quem têm dificuldades em bricolage sempre pode optar por estes modelos que é só comprar e usar.
      Podem ver por estas fotos como é que devem ficar os chumbicos caso optem pela primeira solução.



                                                                                                         

                                                                             
       Nesta primeira foto a caixa da Catherine como podem ver trás chumbicos de 8 gramas o que não aconselho, optem no máximo pelas 6 gramas que é o mínimo que se consegue arranjar cá desta marca.


                                           
                                                                                 
        Nestas caixas da Evia, os chumbicos vão desde uma grama e meia até ás onze e meia e é uma excelente opção pois podem sempre optar por usar gramagens diferentes para cada marca de amostra e para o caso dos chumbos mais pesados podem sempre cortar ao meio e moldarem a vosso proveito.
       Falámos do chumbo e agora vamos passar para a solução mais barata e mais fácil de adquirir no nosso mercado e que não fica atrás do chumbo, que é o estanho, material usado para soldaduras.
       Pode ser adquirido em lojas de sua especialidade, tal como as de electricidade e nas grandes superfícies como no Aki e outras do mesmo segmento.
       Existem várias espessuras de estanho que podem comprar no mercado, sendo a de 1 milímetro até 1 milímetro e meio as que devemos ter em conta.
       Aqui fica uma fotografia das duas espessuras de estanho que adquiri numa das lojas de especialidade.


                                                                    

       Caso optem por esta solução, devo dizer que por um lado é mais fácil de aplicar mas em contrapartida a densidade do estanho será sempre inferior á do chumbo,  pesando sempre menos que o chumbo.
       A meu ver o uso do estanho é uma opção a ter em conta e que funciona muito bem caso não queiram gastar dinheiro nem tempo com os chumbicos.
                                                             
                                                                       
                                             2º PARTE


     Agora que já temos tanto os chumbicos como o estanho prontos a usar, vamos mostrar como se podem aplicar nas amostras para que elas possam suportar mares e distancias que de outra forma seria impossível fisicamente.
       Vamos começar pelos chumbicos, pois bem, para aplicar estes chumbicos primeiro vamos ter que os abrir mais para que os possamos colocar na haste das fateixas da amostra que escolhermos, assim que a haste entra no meio do chumbico basta de seguida apertar o nosso chumbo com um alicate macio e largo para que ele se feche uniformemente.
       Podem e devem ter sempre em conta o tamanho da amostra para o peso que estão a colocar a mais, pois ao colocar mais peso nas suas fateixas inevitavelmente ela perderá parte do seu wobling acentuado, isto quando é feita uma recuperação normal da amostra.
      No caso do estanho, a operação ainda é mais fácil pois basta enrolar o fio de estanho á volta da haste das fateixas numa forma uniforme, de cima para baixo como poderão ver nas imagens.
      Aqui ficam algumas amostras minhas já com as respectivas modificações, tanto com chumbo como com estanho.
     

                                                       




                 

       Neste caso uma das minhas escolhas foi colocar 6 gramas na haste de cada fateixa ,  não esquecendo que o numero destas fateixas é superior ao que vem de origem pois ao colocar o chumbo é necessário ter em conta a distancia que vai da haste da fateixa com o chumbo até ao bico da mesma.
Isto para quê? Para que não se perca ângulo de contacto com a boca do robalo, pois quanto maior for a distancia da haste com o chumbo, maior é a probabilidade de ele se prender, é por isso que a escolha do chumbico tem que ser sempre numa forma oval e nunca cilíndrica pois iria prejudicar o contacto da boca do robalo com os anzóis da fateixa.


                                                                               

       Como podem vêr, nesta foto estão duas amostras nas quais coloquei o chumbo, sendo que a de cima têm 6 gramas em cada fateixa e a de baixo 3 gramas em cada.



                                                                                       

      Uma vez mais como podem ver, estão duas DUO 175 em que a de cima é como vem de origem e a de baixo foi modificada. Para a que foi alterada apenas mudei as fateixas para um numero superior da mesma marca permitindo colocar um chumbico de uma grama e meia em cada fateixa, feitas as contas ela ficou a pesar mais 5 gramas que a de origem.
      Quero apenas salientar que podem colocar dependendo das esferas interiores de cada amostra, um chumbo mais pesado na fateixa da frente e um outro mais leve na de trás, pois geralmente quando é efectuado o lançamento, as esferas no interior da amostra deslocam-se para a zona de trás dando mais peso a zona de trás compensando um pouco a falta de chumbo que colocaram inicialmente.
      Se calibrarem a amostra desta forma vão reparar que apesar disto,ela irá no lançamento rabejar um pouco não saindo totalmente em linha recta como de uma bala se tratasse, por outro lado ganham um pouco no wobbling da mesma.
     








    Por ultimo o estanho. Fácil de aplicar nas fateixas conferindo-lhe peso ás mesmas e á nossa amostra. O diâmetro que usei nesta amostra de 130 foi de 1 milímetro e meio perfazendo apenas uma volta desde o olhal da fateixa até onde começa a separação dos 3 anzóis.
         Esta operação é muito fácil de se fazer, pois o estanho é bastante maleável sendo fácil o  enrolarmos a volta da haste sem o mínimo problema, apertando sempre as voltas que vamos dando umas contra as outras até chegar ao final. Para cortá-lo basta um pequeno alicate e no fim dobramos a ponta para dentro como mostra as imagens.
Homem Livre, gostaras sempre do mar...
 
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Offline Nelson Peres

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Re: Spinning. Como alterar/quitar amostras 1ª parte
« Responder #1 em: 15:36 Terça, 24 de Dezembro de 2013 »
Sempre a aprender. Não faço esta modalidade de pesca mas é com curiosidade que acompanho como contornam os obstaculos ;)
Nelson Peres
 

Offline Fresco

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Re: Spinning. Como alterar/quitar amostras 1ª parte
« Responder #2 em: 20:08 Quinta, 09 de Janeiro de 2014 »
Excelente artigo.

Frequentemente tenho falta de peso nas amostras.

Quando o vento está contra então...
 

Offline João Pontes

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Re: Spinning. Como alterar/quitar amostras 1ª parte
« Responder #3 em: 20:31 Quinta, 09 de Janeiro de 2014 »
Excelente artigo Filipe!
Nunca fiz isto às amostras, 99,999% das minhas pescas são em zona de pedra, e quando pesco em areia(de noite) o peixe ataca a amostra quase sempre na beirada da praia.
Mas quem sente necessidade de lançar mais uns metros, é excelente.
"I like to think there is a connection between fishing and thinking. I do spend a lot of time thinking about fishing."
 

Offline Humberto Domingues

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Re: Spinning. Como alterar/quitar amostras 1ª parte
« Responder #4 em: 12:48 Terça, 28 de Janeiro de 2014 »
Excelente!
Não tinha visto esta primeira parte, daí a dúvida que coloquei no outro post (2ª. parte)
Obrigado.
Abraço.
 

Offline Ricardo Teixeira

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Re: Spinning. Como alterar/quitar amostras 1ª parte
« Responder #5 em: 22:22 Terça, 28 de Janeiro de 2014 »
excelente
muito bom
conhecia a de encontrar o equilibrio da amostra e depois espalmar o chumbo de maneira a ficar o mais fino possivel e depois colar na amostra.
mas esta esta muito melhor, mais pratica , e tira e mete-se muito melhor
 

 

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