Finalmente arranjei um bocadinho para ir pescar. Uma saída sem grande logística, claro um spinning aos robalos. Lusco fusco no pesqueiro, mar para não botar defeito, algum tinha de ter, pescadores a monte.
Peixe nem sinal, era o que a malta dizia. Vinil pesca com vinil, era a dica generalizada, baseada nos últimos dias que deram peixe. Começo a conversar com o mar. Vinil porquê? A resposta deu-me a lua, essa que eu tento desprezo quando aparece. Será o tamanho das amostras? Acho que é por aí, amostra rígida afundante, mas de 98mm, acima das 30gr, a coroa trabalhava longe. Deixa andar e recolher bem lento, ao entrar no fundão sinto o primeiro toque, seria peixe, novo lance uma recolha lenta e linear e tão esperado ataque, depois de umas valentes cabeçadas uma bela baila em terra. Lanço de novo e sinto novo toque, peixe miúdo no pesqueiro. A malta começa a sobrecarregar o pesqueiro com amostras. Desvio-me um pouco do local e continuo a minha conversa com a lua e com o mar. Sem resposta diga-se de passagem. O pote do mel estava naquele local era o que me diziam ambos. Esperei que a malta aliviasse a pressão, o que aconteceu após uma eterna meia hora. Volto ao local, segundo ou terceiro lance, uma recuperação muito lenta.... Ataque, um robalo, não muito grande a seco. Volta a lançar Carlos, sussurra a lua, antes que eles voltem. Amostra na água, começo a sentir o fundo, pequenos toques de ponteira, entra na zona do fundão, zásss..... Agora sim um ataque daqueles valentes, e que luta o animal dava, cada cabeçada, com a ajuda do mar, lá me chego adiante e coloco o belo animal no areal. Volta a azáfama ao pesqueiro. Olho a lua, hora de voltar a casa sussurrou ela, afinal é uma boa conselheira.