Farinhas, proibiçao?

[joaop]

Boas pessoal,
Li aqui num topico já antigo 2019,  que a utilização de farinhas de engodo estavam proibidas em quase todas as albufeiras portuguesas.

Nao sei se a proibiçao se mantém, porque motivo foi imposta, não tinha conhecimento disto!

Existe alguma publicação oficial que nos informe dos locais onde se pode e não pode utilizar engodos de farinha.?

[Rider]

Na barragem dos Patudos acho que não se pode engodar com farinhas, só sementes. Nas restantes desconheço.

[canivete]

Eu tive uma situação na barragem do Alqueva á época era proibido o uso de farinhas na engodagem, abandonei a competição faz uns anos mas penso que se mantém a proibição devido á poluição provocada pelo uso excessivo das farinhas



cumpts

[joaop]

Pois nao quero cometer nenhuma ilegalidade, como tenho andado um pouco afastado da pesca de agua doce há uns anos, isto é novidade para mim.

O que faz sentido, que polua, ainda mais com o fraco curso dos rios e ribeiras,

Vou esperar que o tópico seja visto por alguém com conhecimento que possa esclarecer, obrigado desde já as vossas respostas pessoal.

[joaop]

Intrigado com esta questão, fiz umas pesquisas pela internet e deparei-me com um estudo disponível na página do ICNF que respondeu já a muitas das minhas dúvidas (link -->> Não está autorizado a ver ligações. Registe-se ou Entre).

Como alguns de vós já saberão, os inputs de matérias como engodos nas nossas águas, vai produzir um excesso de nutrientes / matéria orgânica , um aumento de peixes e fitoplancton e consequentemente uma eutrofização da água. Alguns parâmetros da água sobem (ex.azoto) e outros descem abruptamente (oxigénio). Ficam lançadas as bases para um aumento de algas; a água deixa de ser potável. Está explicado os grandes cardumes de carpas que cheguei a observar nas manhãs de verão , à tona da água, a procurar oxigénio na albufeira do maranhão, uma das albufeiras mais pressionadas pela pesca desportiva em portugal. Ao que parece, é referido no estudo, os níveis de oxigénio presentes na água são mais baixos durante as manhãs.

No estudo é referido que os pescadores de competiçao usavam cerca de 5 a 10 kg de engodo por prova!
Desconhecendo a matéria... não imaginei que fosse tanto!! Uma prova com 100 pescadores que usem 5kg... meia tonelada de engodo vertida para as águas...!!!! Ok , desconhecia esta realidade.

Tendo em conta que se trata da nossa Água (o bem mais precioso!!!) , deveriamos saber o que lançamos para a água. Nisto somos ignorantes, as marcas não divulgam as composições dos engodos.

As recomendações do estudo passaram por isso, a limitar a utilização de engodo e/ou a remoção de algum do pescado das águas.

Várias barragens do sul e centro têm umas toneladas de carpas a mais (no maranhão durante vários anos correspondeu a mais de 80-85% do pescado).   

No caso das carpas , são praticamente todas devolvidas pelos pescadores. A ideologia do catch and release aqui nem se põe. Mas realmente o que fazer aos peixes, abrir uma cova e enterrá-los?!

Acho que temos que começar a pensar bem naquilo que andamos a fazer. As nossas ações de lazer não podem ter um impacto tão grande. E ainda por cima contra nós.

Ainda mais agora com o problema das alterações climáticas e a falta de água, a seca agravada em Portugal...

[Ricardo Pepino]

Boas companheiro joaop,

Em tempos pratiquei pesca de competição em água doce ( Maranhão, Cabeção, Sorraia... ) e sem dúvida que era um abuso a quantidade de engodo que utilizávamos! Inclusivé a cola para o asticot que era utilizada no Sorraia. As provas dos Regionais englobavam 2 mãos, uma de manhã e outra à tarde com troca de pesqueiros... Pode imaginar as toneladas de engodo que eram lançadas para a água! Especialmente no Maranhão. Sem dúvida que cada vez mais temos que parar para pensar nas atitudes que tomamos no que respeita ao meio ambiente e em especial a estes recursos que são finitos.

[joaop]

Obrigado pelo testemunho e partilha Ricardo

Realmente esse não pode ser o caminho