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Autor Tópico: Besugos ao Jigging  (Lida 810 vezes)

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Offline xpto

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Besugos ao Jigging
« em: 09:26 Domingo, 26 de Junho de 2022 »
Viva,

Estou na fase inicial na prática de jigging em que as dúvidas são mais que muitas. Ontem foi o dia da saída mensal para a pesca embarca em Sines mas desta vez para fazer Jigging. No local aonde estávamos a pescar marcava muito peixe, eram besugos cabeçudos, carapaus "chicharros", sardas e cavalas.
Ao  Jigging os besugos não se conseguiam apanhar, a equipa ficou a fazer a pesca fundeada e o barco com o ferro e eu continuei a pescar ao Jigging mesmo naquelas condições. Pesquei muitos carapau, chicharros, sardas e cavalas. Com esta técnica para estes peixes não tenho dúvida que  é muito produtiva mas para os besugos nem um.
Utilizei  jigs de 60-120 gr, a uma profundidade de 40 mt mas não cheguei a utilizar os micro jigs 20-35gr para ver o que faziam.

Foi muito divertido, gostei e acredito com a continuação e a experiência que for tendo "e com outras condições de pesca"  ainda vou ser muito feliz. . 

Hoje vai lombos das sardas ao vinagrete e tb assadas.

Deixo aqui uma pergunta alguém tem a experiência de pescar besugos ao Jigging?
Quando estou à pesca não estou no mar mas no céu
 
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Offline Ernesto Lima

Re: Besugos ao Jigging
« Responder #1 em: 11:07 Domingo, 26 de Junho de 2022 »
Bom dia XPTO.

Relativamente aos Besugos já me aconteceu capturar um único, a 98m de profundidade, com um jig (saltiga sk sardinha) de 170g.

Numa outra vez, também a 90m, com as amostras de carapau que estava a usar para apanhar isca viva, apanhei 2 besugos.

Ambas as vezes acima referidas não estava nitidamente a tentar capturar besugos, pura e simplesmente atiraram-se.

Nas condições em que pescou, com o barco fundeado, com os outros companheiros a pescarem ao fundo e com tanto carapau e cavala, penso que, mesmo com micro jigs, as cavalas e carapaus dificilmente lhe dariam descanso, atendendo a que costumam ser em maior número e mais atiradiços à isca que os besugos.

Não querendo dizer que não possa acontecer capturar Pargos, ou até Robalos, a pescar assim, em Sines; para procurar melhores exemplares, usando o slow jigging, tem sido mais efectivo com o barco à deriva, procurando zonas com marcação e atuando sobre elas. Ter em conta que muitas vezes os Pargos andam nas beiradas das estruturas, ou entre estas, e, os Robalos, poderão andar, tanto nas beiradas, quanto sobre os bicos e até a meia água.
Também acontece muito que, quando se actua sobre bolas de peixes redondinhas e não partidas, por cima dos bicos, são os carapaus os mais capturados. Por tal, há que procurar em torno das ditas bolas e peixe.
Se as bolas se mostrarem com formatos irregulares e partidas por baixo ou lateralmente, aí sim, há que actuar sobre elas ou mais perto delas.
Tem sido assim que se têm capturado os melhores exemplares.

Tentando ilustrar o que quero dizer, deixo-lhe 2 imagens:

Imagem muito boa e com resultados obtidos, embora a foto esteja um pouco esbatida:

[Atalho: Você não está autorizado a visualizar anexos ]

O ecrã está dividido em dois: do lado direito tem a imagem normal e do lado esquerdo um zoom do lado direito.

Se reparar existem, na base de uma estrutura, várias bolas de peixe separadas, com peixes miúdos (pontos azuis) espalhados e alguns conjuntos de pontos de cores mais intensas (exemplares ou pequenos grupos deles), tudo indicando acção predatória.

Neste dia vieram dois Pargos jeitosos e um Robalo. Os Pargos, ao fundo e o Robalo a meia água.


[Atalho: Você não está autorizado a visualizar anexos ]

Na imagem acima, com o ecrã dividido da mesma forma, embora se veja marcação de peixe na encosta da estrutura e agarrado à parede desta e mais abaixo, nitidamente está tudo muito sossegado não se evidenciando qualquer acção predatória. Tal não quer dizer que, atendendo a que há presença de peixe miúdo, ali por perto não ande algum "artista" maior a aguardar uma oportunidade mas que ainda não assustou os "gaiatos"; ou até que, mais tarde, tal não venha a acontecer.

Para todos os efeitos, enquanto em presença da primeira imagem, seria um sacrilégio não mandar para lá uns "chumbos". No que respeita à segunda, poderia ou não actuar-se sobre esse fundo, pelo menos num daqueles dias em que não se encontrassem marcações mais interessantes.

Mas nada como ir observando, correndo mar, variando materiais e experimentando.

Cumprimentos

Ernesto
« Última modificação: 11:10 Domingo, 26 de Junho de 2022 por Ernesto Lima »
Quanto mais pesco... mais sinto necessidade de aprender sobre a pesca.
 
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Offline xpto

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Re: Besugos ao Jigging
« Responder #2 em: 16:20 Domingo, 26 de Junho de 2022 »
Boa tarde, Sr. Ernesto

Informação que vale ouro, nesta altura do campeonato nem se fala. A qualidade da informação até ao detalhe tem um valor didático.
Fico muito grato pela disponibilidade e acima de tudo em querer ajudar.

Gostei muito de praticar esta técnica, deu para conhecer o material em plena pesca,  tirar as primeiras conclusões e ficar convencido das suas potencialidades. Já estou ansioso pela próxima oportunidade.

Abraço
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Offline xpto

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Re: Besugos ao Jigging
« Responder #3 em: 16:26 Domingo, 26 de Junho de 2022 »
Estes foram os jigs que atraíram mais os peixes em causa.
Quando estou à pesca não estou no mar mas no céu
 

Offline Ernesto Lima

Re: Besugos ao Jigging
« Responder #4 em: 17:54 Domingo, 26 de Junho de 2022 »
Boa tarde XPTO.

Ambos Jigs trabalham muito bem.

A Saltiga Sk desce um pouco mais rápido que a outra e quando se sobe e se deixa cair, faz a queda lenta e a pairar. Sinceramente prefiro-a.

Relativamente à montagem dos anzóis, a fateixa tripla tende a agarrar-se mais ao fundo do que os anzóis duplos, isto porque assim que toca no fundo fica mais perto deste e tende a prender mais facilmente. Se montar anzóis duplos ou simples, com fio próprio, ao descer, devido à força da água, os anzóis duplos ou monos, com fios mais compridos, quando chegam ao fundo, tendem a ficar na posição da imagem abaixo, dando mais tempo para levantar à amostra do fundo antes que se prenda. Ora veja:

Com a amostra presa à linha do carreto pelo lado do olho, esta é, mais ou menos, a posição em que toca no fundo, ficando os anzóis de baixo momentaneamente para cima e os de cima também. Devido á distância a que ficam do fundo temos mais tempo para levantar a amostra acima deste, antes que arroche.

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Mesmo que os anzóis sejam mais compridos, a força da água, durante os movimentos, mantem-nos paralelos e, podendo por vezes acontecer, raramente os de baixo se entrelaçam com os de cima.

Fica a dica.

Cumprimentos

Ernesto
« Última modificação: 18:04 Domingo, 26 de Junho de 2022 por Ernesto Lima »
Quanto mais pesco... mais sinto necessidade de aprender sobre a pesca.
 
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Re: Besugos ao Jigging
« Responder #5 em: 18:53 Domingo, 26 de Junho de 2022 »
Estou a melhorar os assist e essa observação faz todo o sentido para os próximos que fazer.

A ligação do jig ao leader utilizo destorcedor, existe outra solução que funcione bem?

Obrigado mais uma vez
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Offline Ernesto Lima

Re: Besugos ao Jigging
« Responder #6 em: 20:28 Domingo, 26 de Junho de 2022 »
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Estou a melhorar os assist e essa observação faz todo o sentido para os próximos que fazer.

A ligação do jig ao leader utilizo destorcedor, existe outra solução que funcione bem?

Obrigado mais uma vez
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Relativamente a questão acima, pessoalmente, prefiro usar um Solid Ring que amarro ao lider através de um Chain Knot (ver o video do nó a partir do minuto 9):

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Depois aplico o jig no Solid Ring, através do Split Ring que se encontra na cabeça do jig, usando o alicate respectivo.

Nada impede que se use o destorcedor, mas o solid ring é mais discreto.

Sobre este assunto também já escrevi algo aqui no Pesqueiro..., ora veja: Não está autorizado a ver ligações. Registe-se ou Entre

Cumprimentos

Ernesto

PS: Atenção ao Chain Knot..., as voltas de fiel são seguidas, uma entrando por cima e a seguinte entrando por baixo e assim sucessivamente. É um nó dos mais resistentes que conheço, mas, se no processo fizermos duas voltas seguidas por cima, ou 2 voltas seguidas por baixo, ele vai partir por aí com alguma facilidade. Têm de ser alternadas..., uma entrando por cima, a seguinte por baixo, a seguinte por cima, a seguinte por baixo..., etc.. Umas 8 a 10 seguidas.
« Última modificação: 20:40 Domingo, 26 de Junho de 2022 por Ernesto Lima »
Quanto mais pesco... mais sinto necessidade de aprender sobre a pesca.
 
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Re: Besugos ao Jigging
« Responder #7 em: 11:44 Segunda, 27 de Junho de 2022 »
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Hoje vai lombos das sardas ao vinagrete

Podes explicar melhor como fazes.
Espera o melhor, prepara-te para o pior e aceita o que vier.

Cumprimentos,
José Matos
 

Offline xpto

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Re: Besugos ao Jigging
« Responder #8 em: 13:00 Segunda, 27 de Junho de 2022 »
Viva,

Outra questão muito importante, quais os peixes alvo no Jigging em Sines?
Os Sargos e Douradas ( no mês forte delas ) resulta melhor com o isco natural "Caranguejo"?

Robalos e Pargos mais com o Jigging?

 As opiniões dividem-se na minha equipa, por mim sempre que houvesse  condições escolhia pesqueiros para fazer jigging escolhendo pesqueiros para esta pratica, para outros não devemos radicalizar e o melhor é termos mais uma opção. O problema é saber gerir quando se deve apostar numa pesca "jigging" ou na outra "isco natural". Difícil!
 :-\
Quando estou à pesca não estou no mar mas no céu
 

Offline xpto

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Re: Besugos ao Jigging
« Responder #9 em: 13:59 Segunda, 27 de Junho de 2022 »
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Hoje vai lombos das sardas ao vinagrete

Podes explicar melhor como fazes.

Viva , Rider

É um dos meus peixes que mais aprecio.
Existe muitas formas de o fazer e os chefes de cozinha hoje costumam apresentar bons pratos com este peixe. Deixo algumas sugestões que costumo fazer.
 
1.
Ingredientes
800g de cavalas
½ cebola roxa
1 dente de alho
Coentros q.b.
Orégãos q.b.
Tomilho q.b.
Raspa e sumo de laranja q.b.
Raspa e sumo de limão q.b.
Vinagre q.b.
Flor de sal
Azeite

Preparação
Retire os filetes à cavala, limpe de espinhas e faça uma marinada em vinagre, azeite e ervas aromáticas. Reserve durante 24 horas. Passado este tempo, sirva colocando as cavalas num recipiente. Disponha a cebola em meias-luas e o alho picado por cima. Polvilhe com um pouco de coentros, regue com azeite e vinagre, coloque umas pedras de flor de sal e fica pronto a servir.

2. Não está autorizado a ver ligações. Registe-se ou Entre

3.
Esta é a forma que faço mais vezes

Cavalas alimadas à moda do algarve

Tapar as cavalas com sal durante 12 horas
Depois cozer co um pau de oregaos e dois dentes de alho.
Quando estiverem cozidas tira-se a pele e aproveita-se os lombos que dispõe-se numa travessa e cobre-se de azeite  com alho picado ou cebola
Depois vai-se tirando conformo se quiser , retificar o tempero no prato.

4.  Não está autorizado a ver ligações. Registe-se ou Entre  ( faço também com cavala ou sarda)

5. Não está autorizado a ver ligações. Registe-se ou Entre ( outra receita que costumo utilizar a cavala e sarda )

6.

Num recipiente os lombos de cavalas com alho, louro e vinagre durante 24h no frigorifico , depois é só cozer com folha de louro, Oregão, cebola e sal qb.

Temperar no prato alho e azeite.

Bom apetite!   
« Última modificação: 14:01 Segunda, 27 de Junho de 2022 por xpto »
Quando estou à pesca não estou no mar mas no céu
 

Offline Rider

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Re: Besugos ao Jigging
« Responder #10 em: 15:41 Segunda, 27 de Junho de 2022 »
 :fixe:

Tenho que experimentar.
Espera o melhor, prepara-te para o pior e aceita o que vier.

Cumprimentos,
José Matos
 

Offline Ernesto Lima

Re: Besugos ao Jigging
« Responder #11 em: 17:18 Segunda, 27 de Junho de 2022 »
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Viva,

Outra questão muito importante, quais os peixes alvo no Jigging em Sines?
Os Sargos e Douradas ( no mês forte delas ) resulta melhor com o isco natural "Caranguejo"?

Robalos e Pargos mais com o Jigging?

 As opiniões dividem-se na minha equipa, por mim sempre que houvesse  condições escolhia pesqueiros para fazer jigging escolhendo pesqueiros para esta pratica, para outros não devemos radicalizar e o melhor é termos mais uma opção. O problema é saber gerir quando se deve apostar numa pesca "jigging" ou na outra "isco natural". Difícil!
 :-\


Boa tarde XPTO.

Relativamente às questões acima, vários conceitos me parecem importantes, como por exemplo:

- Todos os peixes podem ser capturados com amostras, dependendo do momento e do interesse do pescador, assim como da capacidade de cada um para perceber como e quando.

- Existem exemplares que, devido aos conhecimentos mais adquiridos, permitem uma pesca mais produtiva e  fidedigna, usando isco de origem animal, morto ou até vivo (sardinha, caranguejo e outros). Por exemplo: Sargo, Dourada, Choupa, Safia e etc..

- Existem exemplares maiores que podem cair muito melhor com amostras ou com isca viva, desde que se saibam usar estas técnicas, escolher os pesqueiros, as profundidades, as épocas do ano e etc.. Por exemplo: Pargos, Robalos, Lírios, Gorazes, Chernes, vários tipos de Garoupas e Meros, Tunídeos..., embora a pesca destes últimos esteja proibida.

- Na pesca com iscos frescos e mortos procura-se o pesqueiro e a acção dos pescadores, enviando as iscas para baixo, tende a atrair exemplares ao pesqueiro, mesmo quando estes ainda não estão por lá.

- Na pesca com amostras, temos de encontrar os exemplares e aprender a desafiá-los a atacar, mesmo quando não estão muito próximos da amostra. Mas, o certo é que, se determinado bom pesqueiro, em determinada hora, de determinado dia, estiver deserto, é pouco provável que nesse momento se consigam capturar exemplares e dificilmente se conseguirão atrair só com o movimento das amostras, principalmente se estiverem longe.

- Face ao acima descrito pode até dizer-se que, pescando ao fundo com iscos frescos, com o barco fundeado e muito movimento de peixe miúdo, uma amostra adequada, colocada em determinado momento da jornada, poderá capturar um ou outro exemplar, mas o certo é que a acção de Jigging nesta situação fica limitada a um único local, e, muito sinceramente não tenho notícias de sucessos significativos actuando desta forma.

Considerando os conceitos descritos, as informações de outros companheiros que considero muito mais sabedores que eu e a minha alguma frequência de pesca, usando o Slow Jigging e outras técnicas com amostras, com algum sucesso; já há algum tempo e até ao momento, a minha forma de actuação é a seguinte:

- Em dias de deriva mais rápida pesco fundeado com iscas mortas.

- Em dias calmos, com derivas lentas, pesco com amostras, normalmente usando o Slow Pitch Jigging (SPJ). E porquê?

Relativamente ao SPJ, as razões que me levam a actuar desta forma são as seguintes:

- As amostras de SPJ, podendo capturar fora na animação na vertical, tem o seu melhor comportamento quando animadas nesta posição.

- Usando o SPJ, pode actuar-se com o barco de duas formas: Barco parado, a toque de motor, sobre a zona quente, ou em deriva livre que passe sobre a zona "quente". Pescando a solo, ou acompanhado, para manter o barco sobre a zona quente considerem-se duas situações:

1. O barco tem os comandos na zona em que se pesca, permitindo que se vá pescando e mantendo o barco sobre o pesqueiro.

2. O barco tem os comandos fora da zona de pesca o que impossibilitará que um pescador, a solo, consiga manobrar e pescar, em simultâneo, ou, caso vá acompanhado, um pesca e o outro comanda o barco, coisa que considero muito chata.

Considerando os condicionalismos referidos, e porque o meu barco tem os comandos afastados da zona de acção de pesca, resta-me pescar em deriva livre, determinando os rumos desta e usando-os para passar nas zonas quentes que as derivas escolhidas me permitirem. Desta forma, enquanto o barco se desloca, lanço a amostra na direcção em que o barco deriva, de forma a que, quando a amostra chega ao fundo, esteja em cima da zona "quente" e me permita, durante o máximo de tempo possível, animá-la na vertical, tornando a subi-la quando se afasta muito desta posição, tornando a lançar e assim sucessivamente até que a deriva me tire da zona "quente", à qual torno a voltar e por aí fora, ao longo do dia, em pesqueiros diversos.

Em horas do dia, ou em dias, em que as derivas, inesperadamente, aumentam de velocidade, abandono o SPJ, mudo de material e pesco com Vinis e/ou Inchikus, amostras que trabalham melhor sem estarem na vertical, e vou vendo o que dá.

O que é que não gosto de fazer: Misturar técnicas! isto é: ou pesco fundeado com isca, ou pesco com amostras. Isto porque se estiver a pescar com iscas frescas, estou completamente concentrado em trabalhar o pesqueiro e ir vendo como os peixes reagem, tentando adivinhar quando entrará "aquele" ou "aqueles". Se pesco com amostras, estou completamente concentrado em encontrar os exemplares que procuro e desafiá-los.
Mas isto é a minha opinião e gosto pessoal, não critico, nem de perto quem faça de outra forma, muitas vezes até devido a condicionalismos diversos, como seja, por exemplo, ir em barco de MT, com Pessoal que só quer pescar fundeado com isca fresca.

Para todos os efeitos, conseguir alguma regularidade de capturas, em qualquer das técnicas, é uma sorte que exige frequência significativa e muito trabalho.

Espero ter contribuído para os esclarecimentos pretendidos, mas de facto parece-me importante que se trabalhem os conceitos e que se vá e se pesque. Defendo há muitos anos que, a médio longo prazo, é mais importante trabalhar e adorar os processos do que estar essencialmente preocupado em capturar, atendendo a que: as capturas são resultado dos processos que usamos e, quando com alguma regularidade, a confirmação de que estamos no caminho certo.

Cumprimentos

Ernesto
« Última modificação: 17:28 Segunda, 27 de Junho de 2022 por Ernesto Lima »
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Re: Besugos ao Jigging
« Responder #12 em: 18:43 Segunda, 27 de Junho de 2022 »
Concordo totalmente com tudo o que escreveu, muito obrigado pela ajuda, vou partilhar com os companheiros da minha equipa.
Faz falta um de nós pescar um bom exemplar 😉🎣🐟🐟🐟
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