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Autor Tópico: aventuras e desventuras de pseudo-pescador  (Lida 1190 vezes)

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Offline blackbass1685

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aventuras e desventuras de pseudo-pescador
« em: 17:58 Domingo, 18 de Agosto de 2019 »
 comecei a pescar bordalos no rio da aldeia já depois dos 18 anos e depois juntaram-se a mim 2 colegas do trabalho, inexperientes como eu nas lides pescatórias. Mas ao fim de duas ou 3 pescarias em conjunto resolvemos deixar os rios e passar para barragens. lá nos informamos sobre técnicas e barragens e fomos parar a uma perto de nós e deixamos a boia e passamos aos feeders. logo no primeiro dia tiramos bastantes carpas (do tamanho de uma mão ou pouco mais ) e mais pimpões ainda (na altura nem o nome dos peixes sabíamos e lembro-me que quando o primeiro pimpão saiu , todo ele laranja vivo, ficamos parvos a olhar para aquilo. parecia peixe de aquário.

depois resolvemos inovar e marcamos uma ida para uma barragem de que muito nos falavam, mas como era quase  a duas horas de caminho , resolvemos ir lá pernoitar. Dois dias de pescaria. tinha tudo para correr bem!!!!

a barragem era em Freixo de Espada á Cinta, e ao chegar lá percebemos que a barragem estava menos de meia e o nível de água ficava londe demais dos carros e nem uma sombra havia.

Resolvemos então parar no rio em Barca dÁlva. Entretanto começava a escurecer e não encontravamos um sitio decente. por fim lá resolvemos ficar no menos mau, que era numa encosta, tinha uma zona boa para as tendas mas daí até á água era terreno íngreme. lá montamos as tendas e lançamos canas já quase no escuro. entretanto apercebemo-nos que nem uma lanterna tinhamos levado. lá foi um dos colegas á aldeia mais perto comprar e só conseguiu encontrar daquelas lanternas quadradas pequenas muito antigas.  entretanto havia vento e por causa disso os guizos estavam só a dar falsos alarmes. e sempre que íamos correr no escuro era um problema para descer a encosta e outro maior para a subir de novo.
entretanto desistimos e começamos a jogar ás cartas e ignoramos as canas. de quando em vez ouvia-se um guiso mas os meus colegas já não queriam saber. e lá ia eu sozinho mas sempre falso alarme. as páginas tantas já nem eu queria saber dos guizos, mas entretanto um começou a tocar e parecia diferente. para os meus colegas parecia igual e não fizeram questão de lá ir. eu ainda hesitei mas depois de algum tempo lá fui . nem lanterna levei e ao chegar lá não conseguia perceber qual das canas era. então comecei a recolher uma a uma e a relançá-las , isto quase na perfeita escuridão. entretanto numa das canas por mais que eu recolhesse nunca mais acabava o fio , nisto encosto o carreto ao ouvido e sinto-o a rodar feito maluco em sentido contrário. vi logo que era peixe e começo a berrar pelos meus colegas que pensaram que estava a gozar.  puxava , puxava e quase nada até que começo a sentir algo aos saltos na água perto de mim, tento agarrar com a mão , mas ao perceber que era maior que a minha mão largo assustado. que seria aquilo. simultaneamente berrava cada vez mais pelos colegas mas eles sem acreditarem em mim. tiro o bicho para fora de água e tento então com a luz do écran do alcatel(ainda não tinham lanterna na altura) perceber o que era. mas só percebi que era algo com escamas e pouco mais. entretanto lá apareceram os meus amigos finalmente e com ajuda das lanternas lá vimos que era uma carpa que imagino que tivesse  1.5kg mais ou menos. mas na altura foi um momento heróico para nós e especialmente para mim.

no entanto foi a única coisa que tiramos naquele sitio e no dia seguinte pela hora de almoço resolvemos regressar a casa. a meio do caminho resolvemos ainda parar numa barragem que encontramos. uma barragem bem pequena.  metemos 4 canas ao fundo e ao fim de 15 minutos sem toques começa a chover e toca de nos refugiar-mos no carro. estavamos no carro nem há 5 minutos quando uma das canas começa a dar sinal e eu saltei logo do carro a ver e lá saiu uma carpinha pequena. estava eu a relançar a cana quando outra começa a dar sinal. chamo os colegas que continuavam no carro, mas acenaram logo que não, tal era a chuvada. antes de ver sequer o que estava na segunda cana já a terceira e quarta abanavam freneticamente, e subitamente também a primeira. e assim durante 20 ou 30 minutos completamente encharcado fui lançando e tirando sozinho, porque os meus fieis amigos iam assistindo dentro do carro. entretanto para de chover, e o engodo no balde tinha estado á chuva e só já era água turva, e não sei se foi por falta de engodo ou falta da chuva o certo é que as carpas deixaram de comer. e eu ali encharcado, mas feliz por ter tido os momentos mais emocionantes na pesca até aquela altura e quase até á data.


e foi assim que a minha primeira grande pescaria virou história para contar até hoje. só peripécias!!!!!
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Offline Beto_Manja

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Re: aventuras e desventuras de pseudo-pescador
« Responder #1 em: 20:12 Domingo, 18 de Agosto de 2019 »
Boas

A magia da pesca!
Eu também comecei sozinho e sem ninguém para me ensinar!
Lembro-me bem da satisfação, da realização que proporcionava até as capturas mais insignificantes!!!
Depois começamos a querer mais e entretanto perdemos um pouco a essência da pesca lúdica...
Parabéns por mais um excelente relato e obrigado pela partilha :fixe:
Cumprimentos,
Roberto

...e se tiver que me calhar uma grade...
...que seja de minis Sagres!!!
 

Offline Nelson Peres

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Re: aventuras e desventuras de pseudo-pescador
« Responder #2 em: 20:35 Domingo, 18 de Agosto de 2019 »
Espetaculo =D> =D>  Gostei muito de ler, obrigado pela partilha.
Nelson Peres
 

Offline kalvas

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Re: aventuras e desventuras de pseudo-pescador
« Responder #3 em: 21:51 Domingo, 18 de Agosto de 2019 »
Momentos destes fazem recordar os principios das pescas em pequeno.
Era uma felicidade tirar os pequenos bordalos e escalos.

Atenção ás pescas em rio e barragem de noite, não é permitido.

Obrigado pela partilha.
Trabalhador por obrigação ; pescador por gosto.
 

Offline Ricardo Nunes

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Re: aventuras e desventuras de pseudo-pescador
« Responder #4 em: 21:53 Domingo, 18 de Agosto de 2019 »
É pesca que nunca fiz, mas gosto de ler estas histórias, fazem-me sentir como se lá estivesse
O sem medida devolvido de hoje é o tarolo de amanhã
 

Offline blackbass1685

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Re: aventuras e desventuras de pseudo-pescador
« Responder #5 em: 22:10 Domingo, 18 de Agosto de 2019 »
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Momentos destes fazem recordar os principios das pescas em pequeno.
Era uma felicidade tirar os pequenos bordalos e escalos.

Atenção ás pescas em rio e barragem de noite, não é permitido.

Obrigado pela partilha.


agora sei isso mas na altura não sabíamos. tal como só soubemos mais tarde que aquela segunda barragem era concessionada e nós lá estivemos sem licença da concessão. andávamos mesmo á toa. mas pronto, fomos aprendendo. belas aventuras que tivemos . mas entretanto a vida separou-nos e já lá vão 7 ou 8 anos e ainda não encontrei assim companheiros que me desafiassem para estas aventuras, e a verdade é que o tempo também não é muito... ou então são só desculpas
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Offline canivete

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Re: aventuras e desventuras de pseudo-pescador
« Responder #6 em: 20:34 Terça, 20 de Agosto de 2019 »
Fico maravilhado com a simplicidade do relato  a pesca é mesmo assim cria laços de amizDE QUE PERDURAM PELA VIDA FORA E HISTÓRIAS PARA CONTAR NÃO VÃO FALTAR








Fiquei deliciado com o relato obrigado pela partilha



cumpts



Manuel Matos



















 
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Offline blackbass1685

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Re: aventuras e desventuras de pseudo-pescador
« Responder #7 em: 21:26 Terça, 20 de Agosto de 2019 »
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a pesca é mesmo assim cria laços de amizaDE QUE PERDURAM PELA VIDA FORA E HISTÓRIAS PARA CONTAR NÃO VÃO FALTAR





é mesmo assim. infelizmente nos últimos anos não tive grande tempo para pescarias, e só no último mesmo é que retomei um pouco mais a sério as pescarias. no entanto as vidas particulares de cada um separaram o grupo de amigos com quem pesquei durante anos, e agora no meu grupo de amigos não há nenhum que se dedique á pesca ou os que se dedicam, dedicam-se a técnicas em que não percebo nada e/ou vão em horários a que eu não posso ir. ou então pertencem aqueles clãs em que é dificil entrar.

como tal tenho ido sozinho, e como parece que ando enferrujado de todo , as grades têm sido constantes e por vezes o regresso a casa , torna-se penoso,  e por exemplo quando por vezes passo uma tarde na pesca e chego a casa e a mulher e a filha perguntam : " e então que pescaste?", e por vezes já custa voltar a dizer de novo "nada"...

como já alguém disse aqui no fórum ; gradar acompanhado não custa tanto. e pensando nisso lembrei-me de uma ocasião em que fui á pesca com esses tais colegas e a coisa não dava nada. só percas-sol. mas minúsculas! não estivemos de modas! se é percas que saiem é percas que levamos. toca de agarrar em 3 canelões pequenos , e toca de sacar uns kg de percas, que levamos para casa e toca de os arranjar. tão pequenas que eram que o arranjo era simples, um cortava cabeça e barriga, o outro escamava e o último lavava-as .
sertã com elas, um centeio , uma grade de minis e foi ali um fim de tarde á maneira. uma pescaria para recordar e de percas , que desta vez não foram percas de tempo
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Offline PedroMrDias

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Re: aventuras e desventuras de pseudo-pescador
« Responder #8 em: 09:39 Quarta, 21 de Agosto de 2019 »
Fizeste-me lembrar a primeira vez que pesquei.
Teria 14 ou 15 anos, e com um grupo de amigos andava de bicicleta pelos campos rurais da minha zona.
Paramos na "barragem do Belhamim ", um bebedouro para o gado.
Deparamos com uma linha e um anzol e começamos a brincar com uma cana, arrancada naquela altura, e com alguns insectos usados como isco.
Lá saíram algumas percas e xixitos.
Tudo tem o seu inicio.
Eu até já quase apanhei um peixe!
 

Offline blackbass1685

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  • 21:37 Sábado, 17 de Agosto de 2019
Re: aventuras e desventuras de pseudo-pescador
« Responder #9 em: 19:10 Quarta, 21 de Agosto de 2019 »
mais umas situações que me aconteceram:
quando me comecei a dedicar aos achigãs o único material que tinha era uma caixa que vendiam no lidl que tinham um mix de acessórios (alguns inúteis , acho que eram de mar). mas tinha umas medalhas, uns rigidos e meia duzia de vinis. a cana era de 10 € já velha e o carreto pouco melhor. Um dia perdi a cabeça e comprei uma daquelas amostra rapala a imitar uma truta pequena. custou 9€ e tal. valia mais que a cana e o carreto juntos!!! e então lá fui estrear a rapala com os achigãs. Nem me lembro se cheguei a tirar algum ou não com ela, mas a certo ponto ia eu a andar pela barragem quando vejo duas carpas (com mais de 2kg cada uma) a apanharem sol nuns baixios. conforme ia andando e na minha inocência mando a rapala para o meio delas e fui recolhendo enquanto andava. a minha ideia era passar pelo meio das duas com a amostra. Qual a minha surpresa quando subitamente vejo uma delas arregalar os olhos para a rapala e avançar para ela disparada com aquela boca aspiradora a abrir e a fechar como se não houvesse amanhã!  Bem , enquando gritava "não, não, não, não"tentei recuperar a rapala o mais rápido possível mas o carreto não ajudou e em menos de nada a carpa estava junto da amostra e sugou-a quase ao mesmo que se virou em direcção ao fundo e arrancou disparada. a cana nem ofereceu a minima resistência e partiu logo ao segundo olhal e o fio acho que ao mesmo tempo.  e eu ainda continuei a rodar o carreto enquanto olhava para a água incrédulo!!!! minha rica rapala!!!



outra vez fui com colegas pescar bordalos para um rio. 3 canas directas  e lá fomos tirando uns peixitos. até que pararam de sair. poucos minutos depois a boia de um dos meus colegas afunda violentamente e a cana verga quase ao meio. ficamos parvos com aquilo! ele a puxar , a cana no máximo, o elástico a ameaçar falhar e nós a ver o que seria . qual a nossa surpresa quando começamos a ver aproximar-se da margem, pelas próprias ... patas, um cágado . literalmente vinha a andar na areia ou a tentar travar na areia , sei lá. e entretanto o fio rebentou e lá fugiu ele de piercing nos lábios !!!



e agora enquanto escrevia , lembrei-me de outra por causa de quando temos pena de perder material. Certa vez andava á pesca numa barragem. era a primeira vez que lá estava. e estava na cota máxima. a água tinha subido para o meio das árvores e era ideal para o achigã. eram para aí 9 da manhã, faço um lançamento para o meio de duas árvores mas o vento leva o fio para o meio de uma delas e enrola-se todo e lá ficou a rapala no meio da árvore. era aí a 5 metros da margem  e não estieve de modas. Não ia ficar sem a rapala. meto-me em boxers e toca de mergulhar em direcção á árvore. os meus colegas só deram conta quando me viram dentro de água. chego lá , penduro.me na árvore e ia a começar a desenriçar a rapala quando me escorrega o pé e sinto os pés a entrar dentro de silvas. tento subir de novo mas o tronco era escorregadio. quando mais tentava subir mais sentia as silvas as rasgarem-me  e a prender-me. caguei para a amostra . impulsionei os pés contra a árvore e lancei-me em direcção á margem , ferindo-me ainda mais no processo. lá cheguei á margem com as pernas todas em sangue do joelho para baixo, e os meus 2 colegas a olharem para mim de boca aberta , tipo: "que raio aconteceu aqui!!!!",  e eu a olhar para eles e abanar a cabeça como quem diz: "só a mim...".   mas foi um susto daqueles . nas barragens é preciso um cuidadinho dos diabos. nunca sabemos o que está no fundo
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Offline De La Hoya

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Re: aventuras e desventuras de pseudo-pescador
« Responder #10 em: 11:19 Sexta, 30 de Agosto de 2019 »
Excelente, obrigado pela partilha :)
“Deus ao mar o perigo e o abismo deu,mas nele é que espelhou o céu” - (Fernando Pessoa)
 

Offline blackbass1685

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Re: aventuras e desventuras de pseudo-pescador
« Responder #11 em: 20:51 Sexta, 30 de Agosto de 2019 »
 Uma outra vez, ainda nos primeiros anos de pesca,  convidaram-me para ir aos barbos para o Douro. Nunca tinha ido e o pessoal com quem ia era tudo pescadores calejados. Chegando lá eles começaram logo a tirar peixes , tal como vários outros pescadores que lá andavam. Era dia de abertura e aquilo estava tudo cheio de pescadores. Passou uma hora, duas, três... e eu sem tirar nada e os outros sempre a bombar. Pensei que era da cana, ou dos anzóis , mas um dos colegas veio-me dar umas dicas e até tirou um peixe com a minha cana. Parece que o problema era mesmo eu não saber  quando eles estavam a morder para os ferrar (curiosamente ainda nem hoje sei muito bem).  Lá fui tentando, tentando cada vez mais desanimado. Até que subitamente tiro um peixito. Não era um barbo era uma ablette (sei agora, na altura não sabia)! lá fiquei todo contente, e um dos colegas lá me disse , para montar uma boia e um anzol mais pequeno e dedicar-me aquilo que era melhor. e foi o que fiz e lá começaram a sair, e comecei a perceber que saíam mais numa certa zona do rio  mas não conseguia chegar lá muito bem com a cana. Mas como havia um barroco no meio do rio era o ideal para pescar de lá, só tinha que passar por 3 pedras meio submersas e desviar uns galhos e umas pernadas. Lá fui, abri caminho, retirei os paus e regressei a buscar a cana e o material. Lá estive a pescar umas horas e tirei umas quantas abletes (não foram muitas mas fiquei todo contente). Durante esse tempo fiz o caminho até á margem, para beber qualquer coisa das arcas ou assim. No final do dia saí de lá com todo o material mas ao chegar á margem percebi que tinha deixado a caixa do asticot, regresso para a buscar e ao passar mais uma vez pelas pedras submersas escorrego e caio mesmo de lado em cima de uma pedra meia pontiagua. fiquei meio submerso, mas ao mesmo tempo nem me conseguia mexer bem e ainda por cima deu-me um ataque de riso porque um colega soltou logo um "então , já vais??!!!!". Com o ataque de riso, as dores e a água a entrar-me pela boca já estava a ficar aflito, e teve que ser mesmo o tal colega a ajudar-me a levantar.  Na altura estava meio atordoado da pancada e molhado mas parecia tudo bem, mas no caminho no carrro comecei a sentir-me mal, custava-me a respirar. e assim continuei durante 2 dias até que resolvi mesmo ir ás urgências. Resultado : tinha rachado duas costelas com a brincadeira.  Dificil de esquecer também esta aventura
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Offline blackbass1685

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Re: aventuras e desventuras de pseudo-pescador
« Responder #12 em: 21:00 Sexta, 30 de Agosto de 2019 »
Ainda nesses primeiros anos, combinei com mais tres amigos irmos ás carpas para uma barragem. Toca de carregar o material e 3 arquinhas de cerveja que o calor prometia.  Chegamos lá ás 6 da manhã, nem uma sombra havia. Um dos meus colegas tinha levado um pequeno guarda-sol, mas não dava para dois. No meio disto tudo, ainda não era meio dia e já tinhamos virado duas das arcas. eu tinha cada vez mais sede. Nem uma garrafa de água tinhamos levado . só cerveja e gelo. e a certa altura eu já estava a desesperar , a cerveja só me dava mais sede. Qual foi a ideia brilhante que tive? Beber a água do fundo das arcas do gelo que tinha derretido. até parecia resultar nos primeiros momentos, mas o sol não abrandava e já em modo completo desespero resolvo então meter-me dentro de água  que não era propriamente limpa mas  foi a melhor ideia que tive naquele dia .

a partir daí , fosse a cerveja que fosse , nunca mais me esqueci de levar também umas garrafas de água e um guarda-sol, sempre de precaução
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Offline jmet

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Re: aventuras e desventuras de pseudo-pescador
« Responder #13 em: 23:20 Sexta, 30 de Agosto de 2019 »
Meus amigos, já que estamos a falar de pescarias iniciantes, deixo-vos aqui uma história de uma pescaria de quando ainda tinha pouca experiência da coisa.

Tendo arranjado um namorada no meu local de trabalho, convidei-a a ir à pesca comigo. Ela, que era uma pessoa maravilhosa, disse que sim e lá fomos.

Fomos para uma zona de pedras , no mar, mais propriamente em S. Pedro do Estoril.

Apanhei um linguado e um peixe caralho, que gentilmente ofereci à minha parceira.

Passados dois dias (no dia seguinte ela faltou ao trabalho, porque andar sobre  as pedras lhe  tinha desgraçado as pernas), perguntei-lhe o que tinha achado dos peixes.

Muito bons, disse ela, "então o mais pequeno (o peixe caralho) era uma delícia, muito melhor que o linguado".

E pronto, é tudo.

 Enfim, gostos de rapariga na flor da idade.



 

 

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