Boas,
Sem pedir os devidos direitos de autor, deixo-vos aqui uma história de um amigo que, decerto não se importa pois sei que gosta de a ouvir contar...
Zelador numa herdade reserva de caça, de seu nome Joaquim, era o responsável por tratar da bicharada, garantindo que comiam certinho e nos locais que os doutores "gostavam" de encontrar as peças ao fim de semana.
Além de zelador, era amigo e cozinheiro dos associados, com quem confraternizava durante as patuscadas, que sempre se seguem após uma manhã de caça.
Num sábado, dois associados, previamente combinados, levaram o equipamento de pesca à inglesa, afim de tentarem a sorte com as antigas carpas que abundavam nos lagos do monte.
Enquanto comentavam a dificuldade de enganar as sábias carpas, o Joaquim intrometeu-se para perguntar se tinham interesse nas carpas e se dariam para comer.
Os caçadores/pescadores com o discurso, que também me é conhecido, defenderam a dificuldade da pesca ainda para mais, com exemplares de carpa tão antigos que pesariam para cima de 5kg ou 6kg.
Não querendo diminuir os importantes doutores, o zelador disse que apanharia para eles, quantas eles quisessem e que as poderiam arranjar no almoço do dia seguinte.
Os desafiados, entre fartas gargalhadas, desconhecendo-lhe quaisquer capacidades de pescador, aceitaram o desafio prometendo que as cozinhavam no domingo. "Com um molho especial, carpas daquele tamanho dão um pitéu formidável." Disseram...
No dia seguinte de manhã, para espanto geral, o nosso amigo trazia penduradas, como se de coelhos se tratasse, duas belas carpas, uma na casa dos 5kg e outra maior ainda!
Todos lhe reconheceram a proeza, enquanto ele minimizava o acontecimento, dizendo que podia apanhar quantas eles quisessem e que até podia ensiná-los a fazê-lo!
Não foi necessário esperar muito para lhe descobrirem o truque, pois, um entre outro, foram saboreando bagos de chumbo por entre as lascas da tenra carne de carpa grelhada e regada com um molho especial.
"Ora, se elas se aventuram à superfície, porque raio não haveria de lhes acertar a 3 ou 4 metros de distância, quando sou capaz de matar tordos a mais de 30 ou 40 metros..."
Também eu haveria de provar essa iguaria na semana seguinte, quando ele nos presenteou com uma jantarada de "carpas de caça", onde se contou esta entre outras histórias.
Com os melhores cumprimentos,
Roberto