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Novo mar, velho mar,(reflexões)A todos nos liga o laço do MAR. Mesmo,em largos periodos de afastamento do mesmo, os ventos gélidos do Norte,sopram-me no ouvido e o meu coração invade-se de nostalgia por não absorver todos os salpicos de água que me esfriam o rosto e abraçar o meu mundo.O mundo da água. Neste n/espaço,garantimos a tolerancia mútua que devemos ás n/histórias ou mesmo certezas e incertezas de um mar mais congestionado e depauperado de vida marinha. Por ele devemos as nossas vidas e história de um povo que deu novos mundos ao mundo. Seremos nós pescadores de linha, os ultimos descendentes dessa linhagem de um povo que virou as costas ao mar e apenas o revê uma vêz por ano , descansando ao sol , enquanto se refugia em templos dourados do consumo no resto do tempo? No final do sec. xv,quando a Europa se aventurava no resto do mundo, existia um lugar onde as ancoras não encontravam o fundo tamanha era a densidade de peixes no mar.Esse lugar chamava-se Terra Nova, ao largo do futuro Canadá.O peixe era o bacalhau. Hoje quinhentos anos depois desde 1992 que não se pesca nesse mar,o stock entrou em colapso. 1920 -O n/insubstituivel escritor Raul Brandão ao largo de Peniche observava o medo dos arrais em lançar o cerco á sardinha que passava.Tinham receio que esta massa compacta lhes furasse as redes como acontecia diversas vezes. Hoje passados 87 anos em 2004 a sardinha bateu no fundo em capturas nos ultimos 40 anos.Apenas 50 mil toneladas em todo o País. O ártico é uma espécie de ar condicionado do Planeta. Se deixar de haver menos gelo o mar absorve cada vez mais calor. Podia-se esperar que num mundo mais quente, de estufa, as plantas crescessem melhor. Mas não: as águas mais quentes são desertos polvilhados de óasis,como os recifes de coral.Os oceanos mais produtivos são os frios,abaixo dos 12 graus celcius.Se as águas aquecerem de mais o imenso aquario que é a terra transforma-se num deserto. Basta um grau a mais na temperatura da agua para os animais mais frágeis morrerem.Todo o ecossistema sofrerá, toda a cadeia alimentar de presas e predadores desaparecerá conforme hoje em dia a vemos quando pescamos. Em 2040, ja cá não estou fisicamente, mas não quero deixar de vos consciencializar, mesmo que sejamos um nucleo pequeno de simpatizantes pela causa que abraçamos que não devemos deixar aos n/filhos e netos somente as n/memórias.Não quero deixar este legado á minha filha que fará 52 anos nesse dia.Não quero partir sem banir esta serigrafia da minha visão futura da Humanidade.Ela merece todo o meu amor e carinho.Por ela eu lutarei até ao fim da minha vida.Autor - António Simões
