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Autor Tópico: Fenómenos meteorológicos extremos alteram praias  (Lida 4607 vezes)

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Offline Nelson Peres

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Fenómenos meteorológicos extremos alteram praias
« em: 12:21 Domingo, 12 de Janeiro de 2014 »
Reportagem muito interessante e que dá que pensar !!

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Nelson Peres
 

Offline FilipePC

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Re: Fenómenos meteorológicos extremos alteram praias
« Responder #1 em: 00:05 Segunda, 13 de Janeiro de 2014 »
Boa partilha.
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Offline LMagina

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Re: Fenómenos meteorológicos extremos alteram praias
« Responder #2 em: 01:32 Segunda, 13 de Janeiro de 2014 »
Obrigado pela partilha!

No entanto, permitam-me este desabafo: Pena que não apareça uma reportagem do género que explique as reais razões pelo desaparecimento das praias!!
Já foram feitos estudos. Já foram publicados artigos científicos e já se sabe bem o porquês das coisas!

E não, não é o degelo! (Esta foi a razão, perdoem-me o termo, mais estúpida e cientificamente reprovável que alguma vez foi apontada!)
Também não são unicamente os pontões, como foi dito nesta reportagem.

Os "fenómenos meteorológicos extremos" que levam a areia das praias, são essencialmente as barragens!!
E porquê?
Simplesmente porque antigamente eram os rios que transportavam os sedimentos/areia para o mar e devido às correntes (corrente de deriva e corrente de Portugal)  estes eram depositados nas praias. Com o aparecimento de cada vez mais barragens (não sei como em pleno século XXI ainda se pensa em construir mais, já que não são, de todo, as produtoras de energia mais eficazes...) os rios deixaram de fornecer tanto sedimento/areia. Ora, como não há reposição, o mais normal e lógico é a areia ir desaparecendo!
Os pontões poderão ter a sua influência, mas nem sempre negativa! Dou o exemplo do Cabedelo em Gaia... Se não tivesse sido construido o molhe sul (mais conhecido pela Banana), esta praia já não existiria. (Já agora, deixo o link para o estudoda análise da evolução morfológica da restinga do Rio Douro: Não está autorizado a ver ligações. Registe-se ou Entre


Desculpem as palavras mais fortes, mas este é um dos temas que realmente me incomoda!

Cump's
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Offline Mário Leão

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Re: Fenómenos meteorológicos extremos alteram praias
« Responder #3 em: 09:07 Segunda, 13 de Janeiro de 2014 »
Partilha muito interessante, que alerta para um tema polémico. Sou bastante cético em relação ás reportagens que aparecem na televisão, pois quando versam temas em que sou mais entendido, a maior parte das vezes só dizem asneiras. Na minha opinião o problema não são só as barragens. Lembro-me de ter lido artigos que diziam que no século XIX, a faixa costeira de Portugal estava a assorear, roubando terras de cultivo, e houve a necessidade de serem florestadas as zonas dunares. Quanto a mim, a ação do homem, quer seja com pontões, dragagens, ocupação e impermeabilização de terrenos ao pé do mar, e porque não dize-lo, pela ação das barragens, alterou a dinâmica das areias. E o que aprendi nestes anos como observador da natureza, é que quando se alteram os seus ciclos, a natureza responde como ela quer, não como o homem muitas vezes prevê. Ainda tentei ler o artigo sugerido pelo colega LMagina, mas é demasiado técnico.
 

Offline Josy

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Re: Fenómenos meteorológicos extremos alteram praias
« Responder #4 em: 22:41 Terça, 14 de Janeiro de 2014 »
Boas,

Nelson este tema é muito interessante e premente.

Não tenho conhecimentos cientificos para o analisar, no entanto sigo com frequência as preocupações que surgem por todo o mundo, tanto mais que, segundo dizem, este tipo de fenómenos vão ser cada vez mais intensos e frequentes.

Certos paises como os Estados Unidos ou a Inglaterra têm estudos constantemente actualizados sobre este assunto com previsões e suas consequências considerando-as  de tal forma graves que os englobam no dossier sobre segurança e defesa nacionais.

Por cá também temos bons laboratórios como o do Instituto superior Técnico em Lisboa e possivelmente outros a quem deviam encomendar um estudo sobre toda a costa, mas pareçe que andamos empiricamente ao sabor dos ventos e das marés.

Cumprimentos. :fixe:

 

Offline Zé Maria

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Re: Fenómenos meteorológicos extremos alteram praias
« Responder #5 em: 00:22 Quarta, 15 de Janeiro de 2014 »
Há estudos desses a ser feitos (não podia deixar passar porque é da minha antiga faculdade ;) ):
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O problema é a dificuldade das conclusões desses estudos influenciar as decisões de quem detém o poder.
 

Offline kalvas

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Re: Fenómenos meteorológicos extremos alteram praias
« Responder #6 em: 00:25 Quarta, 15 de Janeiro de 2014 »
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Há estudos desses a ser feitos (não podia deixar passar porque é da minha antiga faculdade ;) ):
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O problema é a dificuldade das conclusões desses estudos influenciar as decisões de quem detém o poder.


Zé , quem as toma,mesmo havendo conclusões, nem sempre é facil agir.
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Offline LMagina

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Re: Fenómenos meteorológicos extremos alteram praias
« Responder #7 em: 00:31 Quarta, 15 de Janeiro de 2014 »
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O problema é a dificuldade das conclusões desses estudos influenciar as decisões de quem detém o poder.


A grande parte desses e de outros estudos (e eu já vi tantos....) ficam arrumados numa gaveta... Simplesmente não interessam, porque envolvem sempre gastar $$...
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Offline PedrasSalgadas

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Re: Fenómenos meteorológicos extremos alteram praias
« Responder #8 em: 23:18 Quarta, 22 de Janeiro de 2014 »
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Pena que não apareça uma reportagem do género que explique as reais razões pelo desaparecimento das praias!!
Já foram feitos estudos. Já foram publicados artigos científicos e já se sabe bem o porquês das coisas!

Também não são unicamente os pontões, como foi dito nesta reportagem.

Os "fenómenos meteorológicos extremos" que levam a areia das praias, são essencialmente as barragens!!

A erosão da costa Portuguesa, ou a sua transformação, é um fenómeno geológico que tem como origem não uma, mas muitas causas, entre elas a própria acção do Homem sobre o litoral e o crescente número de utilizadores dessa orla costeira.

Essa questão das barragens, por acaso gostava de ver comprovada cientificamente, mas que essa comprovação não fosse realizada pela mesma classe de técnicos que tem tratado, ou mal tratado, da erosão da costa Portuguesa.

Se de facto foram as barragens, pergunto, então que barragens havia no final do século XIX que tinham retido as areias, cuja falta, permitiu que em Espinho, por volta de 1911, o mar chegasse praticamente à Av. Serpa Pinto, hoje o local da linha de caminho de ferro dentro da cidade?

Se de facto foram as barragens, porque razão quem andou durante o Séc XX a estudar a forma de combater a erosão da costa Portuguesa nunca considerou essas condicionantes, as barragens e a areia que retiveram, nos seus estudos?

A quem esteve entregue o Planeamento e a condução dos estudos de protecção da orla costeira, pelo menos até à década de oitenta do século XX, quando tudo o que havia para fazer errado foi feito. Não foi ao LNEC? Eu ainda me lembro de ir em visitas de estudo ao LNEC no final da década de 70 e lá estarem os modelos dos paredões da orla costeira.

Eu até posso admitir que a extracção de inertes para a construção massiva que se verificou em Portugal a partir dos anos oitenta, tenha em muito contribuído para o desassoreamento da orla costeira, mas p.ex. o molhe da Praia da Leirosa e todos os outros a norte até à barra do Mondego foram iniciados em 1976, muito antes da conclusão da barragem da Aguieira ou do início desenfreado da construção no final do século passado. Então que areias é que faltavam para se terem construídos esses molhes nessa altura?

Vi estas duas reportagens, na segunda referem a situação grave na zona de Vila do Conde, afinal quantas barragens tem o Ave?

Quanto aos paredões, bem, eles são necessários pelo menos para a protecção da navegabilidade das nossas barras, aqui não há muito a fugir. Tal como cá, os Belgas e os Holandeses também os fizeram, mas apenas na embocadura dos portos de navegabilidade. No que respeita à protecção da orla costeira, os Holandeses não os fazem, recorrem a estacaria de madeira e principalmente à protecção vegetativa da duna primária, e os Belgas recorrem a um modelo de paredão baixo, perfeitamente regular, que fica totalmente submerso na maré cheia e que por via disso permite a passagem das areias de um lado para o outro desse pequeno paredão.

Cá, o modelo que saiu daquelas cabecinhas e dos seus elaborados estudos científicos, são uns camarfeus de pedra que sustêm as areias a norte e escavam a costa toda a sul, em todos os paredões construídos na costa ocidental, pelo menos desde Espinho até à Leirosa, e pasme-se, exactamente nos locais (povoações) onde não foram construídos esses paredões, Praia da Tocha e Praia de Quiaios, não faltam as areias retidas nas tais barragens nem se assiste à erosão da costa como nos restantes locais.

Ab

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Offline joaonumberone

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Re: Fenómenos meteorológicos extremos alteram praias
« Responder #9 em: 23:23 Quarta, 22 de Janeiro de 2014 »
o que é certo é que na costa da caparica o mar já esteve muito acima daquilo que está agora, o resto não sei.
Mas para mim será uma mudança de alguma forma natural, ora está aqui ora ali.
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Offline PedrasSalgadas

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Re: Fenómenos meteorológicos extremos alteram praias
« Responder #10 em: 23:55 Quarta, 22 de Janeiro de 2014 »
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o que é certo é que na costa da caparica o mar já esteve muito acima daquilo que está agora, o resto não sei.
Mas para mim será uma mudança de alguma forma natural, ora está aqui ora ali.

Também é bem certo que de um modo geral nos fomos enfiar na boca do lobo.

Quanto à questão geológica que referes da Costa da Caparica podes ver aqui.

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Offline LMagina

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Re: Fenómenos meteorológicos extremos alteram praias
« Responder #11 em: 02:18 Quinta, 20 de Fevereiro de 2014 »
Boas!

Peço desculpa por só agora responder, mas, por incúria minha, só agora voltei a ler este tópico.

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A erosão da costa Portuguesa, ou a sua transformação, é um fenómeno geológico que tem como origem não uma, mas muitas causas, entre elas a própria acção do Homem sobre o litoral e o crescente número de utilizadores dessa orla costeira.
Concordo parcialmente. Atribuo 90% das culpas à acção do Homem e à construção massiva junto à orla costeira, danificando o que, em muitos sítios, sobrava de dunas primárias, secundárias etc. Até os bares situados nas dunas (dos quais toda a gente gosta muito) interferem e muito com a chamada dinâmica das areias....

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Se de facto foram as barragens, pergunto, então que barragens havia no final do século XIX que tinham retido as areias, cuja falta, permitiu que em Espinho, por volta de 1911, o mar chegasse praticamente à Av. Serpa Pinto, hoje o local da linha de caminho de ferro dentro da cidade?
É verdade que aconteceu isso em Espinho e nada teve a ver com as barragens. Mas, se formos ver imagens do bairro piscatório, chamado Bairro da Raínha, por ter sido financiado por D. Maria Pia e inaugurado em 1894, é possível verificar que esse bairro foi construído por cima da duna primária, eliminando toda a linha de defesa contra as águas do mar, principalmente em dias de tempestade. Presumo que esse "acidente" não tenha ocorrido no verão...

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Essa questão das barragens, por acaso gostava de ver comprovada cientificamente, mas que essa comprovação não fosse realizada pela mesma classe de técnicos que tem tratado, ou mal tratado, da erosão da costa Portuguesa.
Os estudos revelam que há 60 anos, a quantidade de areia transportada pelo rio Douro era na ordem dos dois milhões de toneladas por ano e agora, 60 anos e 60 e tal barragens depois, o caudal sólido está reduzido a 250 mil toneladas. Com as barragens a reterem, só no Douro, mais de 1,5 milhões de toneladas de areia por ano à costa, ao contrário do que tentam vender, a hidroelectricidade não é verde... Também a própria geografia o comprova: é nas zonas norte e centro, onde há maior concentração de barragens, que mais praias estão em risco de ir pelo mar dentro. Isto porque as infraestruturas interrompem o caudal natural da água, mas também dos sedimentos.

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Se de facto foram as barragens, porque razão quem andou durante o Séc XX a estudar a forma de combater a erosão da costa Portuguesa nunca considerou essas condicionantes, as barragens e a areia que retiveram, nos seus estudos?
Ao contrário do que se pensa, há desde há muitos anos a chamada de atenção da classe científica para este problema. No entanto, não são os cientistas que decidem, nem os estudos que LNEC's e afins fazem... Como em muitas outras áreas do ambiente, os interesses políticos e financeiros sobrepõe-se às boas práticas ambientais. Exemplos disso não faltam e não é preciso ir longe, basta olhar para o rio Douro e para a sua "limpeza" (até prémios se deram), a qual posso garantir, por ter feito eu, ainda durante a licenciatura, estudos de contaminação fecal neste rio. Acreditem que os valores são desastrosos. No entanto, era preciso calar certas vozes, escondeu-se a sujeira e o povo ficou todo contente que já tinha o rio limpo! Com os estudos sobre barragens, espigões, etc... passa-se rigorosamente o mesmo. Não esquecer que se está a lidar com a toda poderosa E*D*P...


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Quanto aos paredões, bem, eles são necessários pelo menos para a protecção da navegabilidade das nossas barras, aqui não há muito a fugir. Tal como cá, os Belgas e os Holandeses também os fizeram, mas apenas na embocadura dos portos de navegabilidade. No que respeita à protecção da orla costeira, os Holandeses não os fazem, recorrem a estacaria de madeira e principalmente à protecção vegetativa da duna primária, e os Belgas recorrem a um modelo de paredão baixo, perfeitamente regular, que fica totalmente submerso na maré cheia e que por via disso permite a passagem das areias de um lado para o outro desse pequeno paredão.
Sim, os paredões nas barras são essenciais à navegação. Interferem com as areias, mas sem eles, principalmente no Inverno era impossível navegar. Pena é que as areias dragadas dentro das barras, principalmente nos portos de mar, sirva exclusivamente (é vendida!) para a construção civil ou simplesmente despejada no mar. Se essa areia fosse devolvida às praias, até por sistemas de bombagem (não esquecer que já foram construídas ilhas com este sistema) não seria melhor? No que respeita à protecção da orla costeira, os Holandeses fizeram o mais inteligente: Protegeram a duna primária que é a melhor defesa. Como essa duna é plástica, ou seja, consegue adaptar-se às condições de vento/mar, vai alterando o seu aspecto/tamanho. Os "nossos" camafeus de pedra, obviamente não têm esta capacidade e, claro está, interrompem a dinâmica das areias. O tipo de paredão baixo, também é uma hipótese que foi estudada para cá, mas saía bastante mais cara. Já agora, informo, que está a ser estudado pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, um tipo de paredão subaquático para instalalar entre os dois paredões na Foz do Porto (paredão novo e paredão velho), porque, apesar de terem sido avisados durante a construção do novo paredão, aquela praia que fica situada entre os dois, funciona como amplificador da energia do mar. Vai-se tentar com um paredão desse estilo, quebrar a energia nesse sítio...

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Se de facto foram as barragens, porque razão quem andou durante o Séc XX a estudar a forma de combater a erosão da costa Portuguesa nunca considerou essas condicionantes, as barragens e a areia que retiveram, nos seus estudos?
Como disse mais acima, terá de se perguntar ao poder político e não a quem fez os estudos...

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Vi estas duas reportagens, na segunda referem a situação grave na zona de Vila do Conde, afinal quantas barragens tem o Ave?
O Rio Ave tem 3 barragens. No entanto, não nos podemos esquecer que o Douro é o maior Rio da Península Ibérica. Apesar de não ser largo, a sua bacia hidrográfica corresponde a 16% da Península Ibérica e desde há uns anos a esta parte até alimenta o Rio Tejo, senão este não teria caudal para chegar a Portugal.
Não se pode, portanto, comparar o Rio Douro com o Ave, sendo que, mesmo assim, antes das barragens o Ave depositaria bem mais areia do que agora. Não esquecer que as correntes (de Portugal e deriva), consoante a altura do ano, são de norte ou de sul. Se o Rio Douro dantes "disparava" aqueles milhões de toneladas de areia por ano, estes iriam durante uma parte do ano para norte e outra para sul, alimentando as praias...


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Cá, o modelo que saiu daquelas cabecinhas e dos seus elaborados estudos científicos, são uns camarfeus de pedra que sustêm as areias a norte e escavam a costa toda a sul, em todos os paredões construídos na costa ocidental, pelo menos desde Espinho até à Leirosa, e pasme-se, exactamente nos locais (povoações) onde não foram construídos esses paredões, Praia da Tocha e Praia de Quiaios, não faltam as areias retidas nas tais barragens nem se assiste à erosão da costa como nos restantes locais.
Totalmente de acordo, apenas acrescentando o facto de que, muitas vezes, as cabecinhas científicas têm de desenvolver aquilo que lhes mandam e não aquilo que achavam dever desenvolver... ;)

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Offline Beto_Manja

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Re: Fenómenos meteorológicos extremos alteram praias
« Responder #12 em: 11:04 Domingo, 02 de Março de 2014 »
Boas,

Excelente tópico que só agora tive a oportunidade de ler com atenção.

Não tenho conhecimentos técnicos sobre o assunto mas dou muito mais valor ao que foi dito pelo Pedras e Magina do que nas reportagens.

Quanto a mim, a minha opinião, que como já disse, não ter conhecimentos técnicos, baseia-se no observação e conhecimento histórico.


A teoria da deriva de continentes, indica que desde a pangeia, a constante deriva dos continentes é também responsável pela alteração das orlas costeiras.

Partindo deste pressuposto, toda a ação e intervenção do homem, pode acelerar ou atrasar o processo, mas não o consegue parar...


A história indica também que o planeta já passou por vários períodos glaciais e que neste momento estamos em degelo natural o que provoca o aumento do nível do mar.

Uma vez mais, a ação do homem pode acelerar ou atrasar o processo, mas não o vai impedir...
Cumprimentos,
Roberto

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Offline Cabé

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Re: Fenómenos meteorológicos extremos alteram praias
« Responder #13 em: 12:18 Domingo, 02 de Março de 2014 »
 8) 8) Estou em total sintonia com tudo o que aqui foi dito, mas, como diria um heroi do meu tempo nestas científicas matérias, Carl Sagan, um estudo é sempre um estudo, e somos felizes quando acertamos no resultado desse estudo. É um assunto sempre pertinente mas muito, mas mesmo muito.................................. .............. controverso. Abraço
« Última modificação: 12:19 Domingo, 02 de Março de 2014 por Cabé »
A Grade aprofunda o conhecimento !!!
 

Offline LMagina

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Re: Fenómenos meteorológicos extremos alteram praias
« Responder #14 em: 23:12 Domingo, 02 de Março de 2014 »
Boas!!!

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A história indica também que o planeta já passou por vários períodos glaciais e que neste momento estamos em degelo natural o que provoca o aumento do nível do mar.

Caro Beto_Manja,
Como disse no meu primeiro post, o degelo não tem qualquer influência na subida do nível das águas do mar.
Convido-te a ti e a todos a fazerem a seguinte experiência:
  - pegar num copo, de preferência, alto;
  - encher o copo com gelo;
  - encher o resto do copo o mais cheio possível com água fria;
  - esperar que o gelo derreta;
  - ver o que acontece ao nível da água (se se mantém, se a água transborda, se o nível desce.)
Façam este teste, que é um dos possíveis modelos para simular o degelo. Apesar de se ver muito gelo fora de água, a parte mais significativa está submersa, daí a maior influência se verificar pelo degelo subaquático.
O "engraçado" do degelo é que está efectivamente a acontecer no Polo Norte, mas no Polo Sul, a placa de gelo está a aumentar em direcção à Austrália...

Portanto, volto a frisar: o degelo não tem influência na subida das águas do mar, mas, sim, a erosão costeira.

Cump's,
LMagina
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