Mais um excelente artigo que estava no sítio e achei por bem trazê-lo para cá. O artigo pertence, na íntegra, ao CJBF (Carlos Fzenda), pelo que são dele todos os direitos de autor.
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Em Portugal, o SPINNING de mar é um fenómeno de sucesso. A comercialização da pesca com amostras é inquestionavelmente, aquela cujo desenvolvimento industrial é lógica de mercado, apoiando-se na emoção dessa pesca e nos seus resultados, por vezes, fantásticos.
Não podemos esquecer que a pesca com amostras existe há largos anos, em especial para a pesca de predadores de água doce, com maior incidência na pesca do achigã. Verificou-se nos últimos anos o desenvolvimento da sua vertente para os predadores de água salgada.
Houve, e há, muitas amostras, mas as marcas tradicionais, comercializadas em Portugal, nos últimos anos, foram a Rapala e a Maria. Não é por acaso que muitos pescadores se referem a esta técnica de pesca como pescar “com, ou à Rapala”.
Hoje em dia assiste-se a uma proliferação de novas marcas e modelos, que qualquer pescador pode reconhecer numa loja de pesca quando encontra paredes forradas com amostras (1).
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(1) Paredes de lojas forradas de amostras
O aparecimento de inúmeras marca e tipos de amostras revela, por um lado a procura mas por outro a eficácia. O desenvolvimento da indústria desta pesca cumpre processos racionais de design, de testes, de fabricação e claro, de divulgação e comercialização.
Cada marca tem sempre à frente, atrás, ou ao lado, team´s (equipas) ou nomes individuais de pescadores que, sendo patrocinados, acabam por divulgar as marcas.
No Japão isto é uma realidade, havendo em muitos casos pescadores que desenham, estudam e desenvolvem as suas próprias amostras (2), para cada uma das espécies alvo.
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(2) Amostra assinada
Apenas quero deixar aqui, para qualquer iniciado, aquilo com que pesco, na certeza porém que há uma contínua evolução dos materiais nesta pesca. Mais, na pesca não há verdades absolutas... Podem haver padrões e rotinas feitas por nós, mas o que hoje é eficaz, amanhã poderá não o ser.
Portanto, a melhor postura para esta pesca é, em primeiro lugar, a de compreender a Natureza, o nosso pesqueiro e utilizar a nossa inteligência para estudar as rotinas, os ciclos de vida e a biologia dos magníficos predadores que pretendemos pescar.
Tratemos, portanto, a Natureza com respeito, porque temos uma tendência para esquecer que também fazemos parte dela, julgando muitas vezes que estamos acima dela.
Sabemos todos da atrocidade que são aparelhos e redes em cima das praias. Dos pescadores que infelizmente vendem ilegalmente os seus peixes em restaurantes e que o fazem na maioria dos casos por ganância e não por verdadeira necessidade.
A pesca lúdica, por outro lado, deve ser entendida com responsabilidade. Não nos interessa a extinção das espécies. Temos que entender a urgência da mudança de mentalidade de pescador de balde e pensar que o Catch & Release (Pescar e Libertar), pode ter na sua atitude uma compensação de redrobrado prazer, pois pesca-se, guarda-se o momento numa foto e ainda se tem o prazer de libertar o lindo exemplar que apanhámos.
Ter a coragem de libertar uma “peixa” ovada é um acto heróico, mesmo sabendo que ela pode ficar na rede ou no aparelho que ali está... ou, de forma positiva, sabendo que ela pode sobreviver às desgraças, depositar os seus ovos no sargaço onde um macho sequioso os fecunde, aumentado a possibilidade de virmos a pescar alguns exemplares dessa nova prole, num futuro próximo ou longinquo.
Deixo claro que não há necessidade para fundamentalismos, ficando na consciência de cada um o que se leva, ou não se leva, para casa.
Fundamentalismo sim, devemo-lo ter quanto à medida mínima, que no caso do Robalo, deveria ser de 42 cm e não de 36 cm, conforme a lei em vigor. Como sabem, os robalos com 36 cm podem não ter ainda atingido a idade adulta, dependendo isso muito do próprio meio e da temperatura da água onde cresceu.
Espécies e Preliminares da pesca
O alvo preferencial do spinning de mar é o Robalo e a Baila, mas há também outras espécies predadoras possíveis, como a corvina, a barracuda (bicuda), a cavala, ou ainda a anchova, para apenas dar alguns exemplos. Com vinis (amostras moles) há alguns registos como o sargo, a dourada, o polvo, o safio, etc.
A verdade, é que o aparecimento de inúmeras marcas, modelos e tipos de amostras, canas e carretos, dificulta a escolha da amostra certa para os iniciados nesta pesca, em especial quando o orçamento é limitado ou, quando por falta de tempo, não se consegue estudar o que melhor devíamos comprar.
Assim, a solução tem que se basear no princípio das prioridades associadas às particularidades e condições da pesca do nosso pesqueiro.
Acho que não é difícil perceber, se o nosso pesqueiro for estudado pode ser mais rentável. Analisado e observado nas marés vazias, os caneiros e os fundões serão locais bons para a passagem e alimentação dos predadores. Ver se os fundos estão areados ou com rocha pode fazer a diferença. Ver se as pedras estão mariscadas ou se existe actividade e comédia (os binóculos podem ser importantes) devem ser outros pontos a observar.
Chamo a isto “os preliminares da nossa pesca”. Acho que o factor fundamental é mesmo o tempo e a disponibilidade que temos que ter para tudo isto!
Às vezes, sem se ter estudado nada, também sai peixe, enfim... Não existem verdades, na pesca. Na pesca com amostras, garantido, garantido..., só muito gozo e muitas grades...
Optar por pescar à superfície ou pescar a meia água.
Esta é, no meu entender, a primeira opção que devemos fazer quando chegados ao nosso pesqueiro. É determinante o estado do mar e a nossa intuição em poder compreender os metros quadrados de água que temos aos nossos pés.
Geralmente, em pesqueiros que não conheço, começo por pescar à superfície, não só pela razão de não saber como são os fundos, mas também pelo receio de logo vir a perder uma amostra. Trata-se de uma opção lógica e também de intuição. A verdade é que se eu não conhecendo o pesqueiro, gosto de pescar “escondido”, de modo a que o peixe não me sinta. Lanço longe da margem, longe da linha de água, e estou apenas concentrado no que no estou a fazer, trabalhando a amostra à superfície, não me preocupando com a hipótese de a vir a perder.
Relativamente às canas, quero apenas dizer que aquelas que mais prefiro são as de acção M e MH, respectivamente com acções de 10 a 30 gr e de 15 a 40 gr. Estas são as que melhor podem lançar e trabalhar as nossas amostras. Relativamente às dimensões depende do estado do mar. Para mares mais fortes, canas de 3,30 m; para mares mais calmos, 2,90 m a 3,00 m. Canas de 2,40 a 2,70 são excelentes para trabalhar amostras de superfície, tanto slideres (3), como popperes (4) ou pencils (5).
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(3) Slider
Lucky Craft, SW SAMMY 115 MS METALIC SARDINE
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(4) Popper
Lucky Craft, SW G-SPLASH 120 ZEBRA SARDINE
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(5) Pencil
Yo-Zuri , Hydro-Pencil
Apesar de ter canas Shimano, Fireblood MH e uma Aero-Cast H (de 3 partes), sugiro também a cana Luckycraft Saltwater LCF de 2,90 m com acção 10-30, cujo valor é bastante aceitável face à qualidade apresentada, ou, num segmento superior, as novas ESG II da Luckycraft.
Genericamente, as amostras de meia-água diferenciam-se das de superfície pela existência ou não, da palheta frontal, geralmente executada em material transparente (6), ou então pelo desenho da sua cabeça troncada (7)
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(6) cabeça com palheta
Lucky Craft, SW FLASH MINNOW 130MR MS METALIC SARDINE
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(7) cabeça troncada
Duel, F895 Aile MAGNET NEO DB 125F
Existem no entanto amostras afundantes que não tem a palheta. Em particular, gosto muito da Luckycraft ESG Wander Slim 110 (
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(
Luckycraft ESG, Wander Slim 110 AURORA MACKEREL
Esta amostra já tem um coeficiente de dificuldade para ser trabalhada. Trata-se, como disse, de uma amostra afundante, que tem um trabalhar espantoso. Estando a meia água ou no fundo, com toques de ponteira e paragens, simula perfeitamente um peixe moribundo.
(continua...)