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Autor Tópico: Salmonideos em Portugal  (Lida 4670 vezes)

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Offline Quantum

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Salmonideos em Portugal
« em: 00:01 Sexta, 27 de Dezembro de 2013 »
Algumas informações sobre as especies de salmonideos que se podem encontrar no nosso país:



Nome científico (valido)-Oncorhynchus mykiss

(outros)-Salmo gairdneri, Salmo irideus

Família-Salmonidae

Nomes comuns-Truta-arco-iris

Distribuição Global-Originalmente estende-se pelos rios da vertente pacfica da América do Norte desde o Alasca até à California, no entanto é uma das espécies mais cultivadas no mundo tendo sido introduzida em todo o mundo.

Morfologia-Espécie de tamanho médio, com a cabeça mais pequena do que a truta comum. Apresenta duas barbatanas dorsais sendo a primeira espinhosa e a segunda adiposa. As escamas são relativamente pequenas.

Coloração-Barbatana caudal pode estar completamente coberta de manchas negras. Geralmente apresentam uma lista de côr purpura no flanco. As manchas nos flancos são sempre negras não são rodeadas por um circulo colorido.   

Nativa-Não

Migrador anádromo-Não

Migrador catádromo-Não

Tamanho máximo (cm)-50

Maturação sexual machos->10cm (2 e 3 anos)

Maturação sexual fêmeas->10cm (2 e 3 anos)

Época de reprodução-Informação escassa para Portugal; De Janeiro a Abril em local indeterminado

Nº médio de ovos por fêmea-700 a 4000 por ninho/postura

Habitat geral-A truta-arco-íris habita em rios com águas limpídas com temperaturas estivais na ordem dos 12ºC apesar de tolerar temperaturas até aos 25ºC. Prefere rios com corrente moderada e rápida e com pouca profundidade. Ocorre também em lagos e barragens.

Habitat de reprodução-As larvas eclodem após 3 a 7 dias, permanecem junto ao fundo e migram para jusante.

Alimentação-Esta espécie consome larvas de invertebrados e peixes de pequeno tamanho. Os juvenis ingerem zooplâncton.

Curiosidades-A fêmea escava um ninho onde deposita os ovos. Foi introduzido antes de 1909 nos rios Cávado, Lima, Ave e Douro. 

Interesse comercial e Usos-Elevado interesse gastronómico. É alvo de aquacultura dado a elevada procura.

Tamanho mínimo de captura-19cm

Período de pesca-1 de Março a 31 de Julho

LV 2005-Sem estatuto de conservação definido

LV ES-sem

CITES-sem

IUCN-sem

Berna-sem



 

Offline Quantum

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Re: Salmonideos em Portugal
« Responder #1 em: 00:24 Sexta, 27 de Dezembro de 2013 »
Nome científico (valido)-Salmo trutta

(outros)-Salmo lacustris, Salmo trutta fario
 
Família-Salmonidae

Nomes comums-Truta-marisca, Truta-fário, Truta-de-rio

Distribuição Global-Ampla distribuição Paleártica. Introduzido na América e Austrália.

Morfologia-Espécie de tamanho médio com duas barbatanas dorsais sendo a primeira espinhosa e a segunda adiposa. As escamas relativamente pequenas. Boca maior do que a do Salmão estendendo-se para lá do bordo posterior da orbita.     

Coloração-Dorso em geral pardo-esverdeado, flancos esverdeados ou amarelados e ventre amarelado ou branco. A barbatana caudal nunca é completamente pintalgada de manchas negras. As manchas dos flancos podem ser avermelhadas ou negras, estando as primeiras rodeadas de um circulo colorido.

Nativa-Sim

Migrador anádromo-Sim

Migrador catádromo-Não

Longevidade-15   

Tamanho máximo (cm)-100

Maturação sexual machos-25 CS (2+); Lima (1+)     

Maturação sexual fêmeas-25 CS (2+); Lima (2+)   

Época de reprodução-Novembro a Janeiro (Espanha); Primavera a Outono. Lima: Novembro a Fevereiro, postura em Janeiro.

Nº médio de ovos por fêmea-870 (270 mm) 

Habitat geral-A truta surge em rios com águas frias e oxigenadas, preferindo locais com elevadas velocidades de corrente, normalmente evita locais pouco profundos. Ocorre em locais com substrato com granulometria superior a 7,5 cm para abrigo e seleciona zonas com vegetação ripícola saliente e raízes. As trutas com menos de 10 cm ocupam águas menos profundas com correntes fortes (riffles). A truta vive em rios geralmente com boa qualidade da água.

Habitat de reprodução-Locais com vegetação e abrigos e macroinvertebrados. Boa qualidade da água. Indice biotico superior a 8. Posturas em gravilha com águas entre os 5 e 10ºC. A reprodução inicia-se quando a tempreatura varia entre 9 e 13ºC e o caudal é superior a 1,10 m cúbicos por segundo. Os locais de desova são pequenas áreas isoladas com pequenas porções de substrato adequado que formam um mosaico com outros tipos de substrato.

Alimentação-A truta apresenta uma alimentação generalista, ingerindo as presas que descem o rio (deriva). Esta espécie ingere larvas de dípteros e de plecópteros sendo um predador selectivo que aumenta a sua selectividade com o tamanho-idade. Os juvenis de truta (0+ e 1+ de idade) consomem tricópteros, efémerópteros, dípteros, coleópteros e raramente alguns invertebrados terrestres e peixes, enquanto as trutas adultas comem peixes (Barbos, Bogas, outras trutas) e anfíbios.               

Curiosidades-Niveis de introgressão baixos ou não existentes entre espécies cultivadas e selvagens. A população do Parque Nacional da Peneda Gerês apresenta um património genético único a nivel nacional. Tem sido introduzida desde o inicio do século XX. Esta espécie tem sido introduzida em muitos rios de Portugal, nomeadamente nos rios Coura, Âncora, Lima, Vez, Cávado, Homem, Ave, Ferreira, Sousa, Leça, Caima e Paiva. Não existe uma competição evidente pelo uso do habitat entre as trutas nativas e as de cativeiro.         

Interesse comercial e Usos-Espécie com elevado interesse comercial, na pesca desportiva e gastronómico.

Tamanho mínimo de captura-19cm

Período de pesca-1 de Março a 31 de Julho

LV 2005-Criticamente em perigo

LV ES-V

CITES-sem

IUCN-sem

Berna-sem

Directiva Habitats-sem

Justificação de regulamentação-Pouco abundante e em regressão

Factores de ameaça-Existe sobrepesca da truta havendo um desrespeito pela época de defeso. Os repovoamentos realizados provocam introgressão genética nas populações selvagens. A introdução do lúcio e a extração de inertes têm causado impacte na truta. Poluição e alteração dos caudais também são causas apontadas como ameaças à sobrevivência da espécie.       

Medidas mitigadoras-De forma a permitir a viabilidade populacional da truta, terá que se assegurar a protecção de áreas de postura e manutenção da sua qualidade. Deve-se também nao realizar repovoamentos indiscriminados, usando apenas individuos autóctones. De forma a reduzir o efeito da poluição terá que se efectuar o tratamento de alfuentes. As obras hidráulicas terão de ser minimizadas através de construção de passagem para peixes adequadas, e da gestão dos caudais nas bacias regularizadas. A pesca terá ser re-ordenada através da criação de zonas de pesca profissional. A legislação terá de ser alterada de forma a que o período de defeso seja de acordo com a época de postura. Terá de haver uma maior fiscalização sobre a pesca, havendo campanhas de esclarecimento dos pescadores. Pagamento de indemnizações para pescadores que compense as quebras de rendimentos resultantes da adaptação das artes de pesca a uma lei conservacionista. Manter desobstruído o troço internacional do rio Minho até à barragem de Frieiras. Criar dispositivos de passagem para peixes nos açudes do rio Cávado; No Lima, deve-se remover os obstáculos /açudes ou torná-los transponiveis para os peixes.



 

Offline Quantum

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Re: Salmonideos em Portugal
« Responder #2 em: 00:42 Sexta, 27 de Dezembro de 2013 »
Nome científico -Salmo salar   

Família-Salmonidae

Nomes comuns-Salmão do Atlantico

Distribuição Global-Atlântico Norte, desde a Gronelândia, Islândia e Mar Branco até ao Minho; Na América está presente desde a região de Ungava (Norte do Quebec) até Conneticut   

Morfologia-Espécie de grande tamanho, com duas barbatanas dorsais sendo a primeira espinhosa e a segunda adiposa. As escamas são relativamente pequenas. O maxilar é pequeno atingindo a metade posterior do olho. Os machos velhos podem apresentar as mandíbulas curvas.

Coloração-Os alevins são pardos e possuem manchas vermelhas. Os adultos são prateados, com o dorso azul-esverdeado. Durante a migração reprodutora os adultos prateados apresentam pontuações escuras nos flancos.   

Nativa-Sim

Migrador anádromo-Sim

Migrador catádromo-Não

Longevidade-13

Tamanho máximo (cm)-150

Maturação sexual machos-4 a 5 anos

Maturação sexual fêmeas-4 a 5 anos

Época de reprodução-Migração reprodutora durante todo o ano (Minho e Lima). Entram no rio entre Outubro a Agosto.

Habitat geral-Os salmões nascem nos rios e após um período de crescimento deslocam-se para o mar onde permanecem durante dois a três anos.

Habitat de reprodução-Sobe os rios para realizar a reprodução em águas frias e oxigenadas. As fêmeas escavam ninhos em leitos de cascalho ou areia.

Alimentação-Os juvenis de salmão consomem de macroinvertebrados aquáticos, crustáceos, insectos aquáticos. Os adultos no mar ingerem sobre tudo zooplâncton e durante migração reprodutora não se alimentam.

Curiosidades-Os jovens permanecem em águas doces entre 2 a 3 anos e voltam ao rio passados 2 anos. Tentaram introduzir a espécie no rio Minho, Lima e Cávado em 1908.

Interesse comercial e Usos-Elevado. Espécie cultivada no Rio Minho.

Tamanho mínimo de captura-55cm

Período de pesca-1 de Março a 31 de Julho

LV 2005-Criticamente em perigo

LV ES-V

CITES-sem

IUCN-sem

Berna-III

Directiva Habitats-II e V

Justificação de regulamentação-Populações em regressão acentuada

Factores de ameaça-Sobrepesca quer no mar quer nos rios. Destruição do habitat e das áreas de reprodução. As obras hidráulicas, como açudes e barragens, criam obstáculos que impedem ao acesso às zonas de postura. A extração de inertes e a captação de água tem reduzido o habitat do salmão. A regularização do caudal tem diminuído os caudais reduzindo a possibilidades do salmão chegar às zonas de postura. A introdução de indivíduos de outras populações aumenta o risco de contágio de doenças e de introgressão genética. Aumento da poluição.

Medidas mitigadoras-Diminuição da poluição. A construção e modificação das escadas salmonícolas existentes e a manutenção de um caudal mínimo poderá beneficiar o salmão. Gestão dos caudais nas bacias regularizadas de forma a minimizar os efeitos negativos da regularização. Proibição de extração de inertes em locais de postura de forma a minimizar os impactes desta actividade. Proibição da comercialização dos salmões. Inclusão de algumas zonas de ocorrência na Rede NATURA 2000. As épocas de defeso, artes de pesca e zonas de criação devem ser regulamentadas e fiscalizadas efectivamente. Criação de zonas de pesca profissional de forma a ordenar esta actividade. Manter desobstruído o troço internacional do rio Minho até à barragem de Frieiras. Criar dispositivos de passagem para peixes nos açudes do rio Cávado.   



 

Offline Nelson Peres

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Re: Salmonideos em Portugal
« Responder #3 em: 21:44 Sexta, 27 de Dezembro de 2013 »
Nomeado Embaixador das Pescas Interiores. Sempre em grande nível com post´s com muito sumo ;)
Nelson Peres
 

Offline nunocasco

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Re: Salmonideos em Portugal
« Responder #4 em: 11:43 Segunda, 30 de Dezembro de 2013 »
Abril, lá estaremos!
 

Offline kalvas

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Re: Salmonideos em Portugal
« Responder #5 em: 20:37 Sábado, 04 de Janeiro de 2014 »
Não está autorizado a ver ligações. Registe-se ou Entre
Nomeado Embaixador das Pescas Interiores. Sempre em grande nível com post´s com muito sumo ;)

E bem merecia,pois tem saber e caracter.
Trabalhador por obrigação ; pescador por gosto.
 

Offline joca 2000

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Re: Salmonideos em Portugal
« Responder #6 em: 17:19 Quarta, 16 de Julho de 2014 »
A minha pesca favorita mas , não quero ser hipócrita , não levei não levo nem levarei uma truta para casa.
Não consigo fazer lhes mal
 

Offline Marco Santos

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Re: Salmonideos em Portugal
« Responder #7 em: 18:28 Quarta, 16 de Julho de 2014 »
Bom post!

Não tenho medo de morrer!
Tenho medo é de chegar ao céu e não ter espaço para pescar.
 

Offline nelson sampaio

Re: Salmonideos em Portugal
« Responder #8 em: 02:14 Quinta, 17 de Julho de 2014 »
uma boa informação para todos
boa recolha de informação
 

 

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