Na tarde do dia 9 de Janeiro de 1963, pelas 16h30, inesperadamente uma onda gigante irrompeu pela Lagoa de Santo André, de frente ao mar.
Estavam 60 pessoas nesse dia na lagoa, que se encontravam na apanha de peixe.
Os homens foram cuspidos e foram ao fundo, 17 pescadores morreram.
Os sobreviventes deste trágico acidente falam em dia de horror.
Luís Pereira na altura com 18 anos, explica o acidente:
“Estávamos a praticar a arte de arrasto de puxar para terra e fomos surpreendidos por uma onda descontrolada que dobrou a Lagoa e fomos apanhados”.
Luís Pereira estava dentro de um dos barcos e justifica a morte dos companheiros e do seu pai com o facto de terem sido arrastados para o fundo, por causa do peso das roupas de oleado, e por causa das redes.
A onda bateu na barreira de areia, voltou para trás e ao dobrar derrubou os homens, que foram cair na lagoa. A água fez remoinhos, a espuma era muita. Alguns deitaram a mão ao barco, muitos ficaram nas redes. Eu tive sorte, cai à água e fui o último a sair dali vivo”, recorda Joaquim Andrade.
A onda entrou na lagoa, varreu as margens e, a pouco mais de uma braçada de terra, tirou a vida a 17 homens.
Na passagem dos 50 anos desta tragédia, a Junta de Freguesia de Santo André, com o apoio da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, recordou a data e homenageou os pescadores e as famílias com um memorial no local.
